sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As Pétalas da Lotus

A Lótus da Loucura

A Garota do Leopardo

"Corre, corra, correremos juntos não importa o que aconteça!".
O gritou ecoou no céu da floresta e tremulou as copas das árvores. Lá em um canto distante da selva estavam o leão e a leoa batendo em retirada de uma caçada que não havia dado certo e fugiam para um lugar no qual os dois pudessem pertencer. Agora os humanos haviam lhes tomado tudo e não resta abrigo para os nobres animais, que antes eram Rei e Rainha, hoje apenas fugitivos exilados de seu próprio reino. Quando o sol começa a se erguer no céu ouvi-se o rugido triste do leão quebrar a calmaria da manhã e arranhar o som do vento. A leoa, sua eterna amada não estava mais ao seu lado e o sangue banhava suas patas como se fosse um lago vermelho. O reflexo de seu rosto refletiu no sangue denso que descansava no chão ainda úmido, relevando o brilho tímido da água que caia dos seus olhos. Mais um rugido quebrou a monotonia e fez com que os passáros acordassem para enxer os céus, mas dessa vez o som que se ouviu emanava dor e sofrimento. Ainda viva ela perecia imóvel à frente de seu amado. Os olhos fracos mal e mal conseguiam ver a realidade ao seu redor e muito menos ela conseguia sentir o toque delicado da pata do leão em seu rosto.
Assim se foi a vida da Rainha, a Guinevere da Selva jazia no chão úmido sob aquele rio de sangue. Ela deixara seu amado sozinho no mundo o qual foi renegado, amaldiçoado a andar pelas intermináveis florestas daquele planeta preto e branco. Pois a cor de sua vida havia se esvaiado minutos atrás. Eis então que como se tivesse atendido o chamado da noite passada, surge sorrateiramente do meio da mata fechada a sinueta de um felino. O corpo esguio fazia movimento rápidos e precisos por de trás da vegetação e assim pouco a pouco prendia a atenção do leão. Então calmamente o animal saiu da mata para enfim confrontar o leão, era uma leopardo que viera ao encontro de seu Rei. Por um momento o leão paralisou, ficou imóvel e surpreso com o ser que tivera saído das sombras, entretanto sentiu o úmido sangue grudar entre seus dedos e voltou a si...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Lótus da Locura

A Lótus da Locura

Os olhos claros refletem a calmaria das águas que passam à sua frente. O azul puro que transparece nas margens desse pequeno riacho. Ah se tudo fosse tão belo assim, tão verdadeiro assim. Por um momento até posso crer que essa seria a melhor solução para os problemas de hoje, mas o mundo é muito maior do que meu quarto e esse riacho é apenas uma doce ilusão. A idealização de um mundo que pereceria em minhas mãos e dançaria ao meu bel prazer pela simplicidade de minhas palavras. Um sonho bom. Entretanto nem nos sonhos algo assim acontece, por qual razão então que esse desejo iria ser refletido nas águas da verdade? Seria lidar com poderes maiores do que minha própria existência ou apenas uma ganância maior que minha sanidade, pois correr atrás de objetivos tão incrédulos apenas explicitaria minha loucura ao mundo. Ainda assim a realidade seria um lugar melhor para se viver...
Os olhos mesmo que cegos pelo prazer de renegar o animal interior, conseguem ver os detalhes que destoneam a harmonia que existe nas coisas e pessoas, assim relevando pontos que antes não conseguiria ver. Hoje não se escondem mais e por maior que seja o desejo de que isso não ocorra, de que não seja descoberto ou desmascárado, quem esconde tais segredos sabe que o que lhe espera é apenas a revelação de sua verdadeira face na frente de todos à quem enganou. Pois um dia todas as máscaras ão de cair sem se revelarem e o mundo será um lugar solitário onde somente eu saberei da verdade, acabando sozinho por opção, uma vez que o Poder do Rei o isolará de todos ao seu redor. E quando esse momento chegar apenas me restará não alguém nem algo, mas apenas a linda flor-de-lótus que nasce das águas para um dia conquistar o céu.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nuvens que Dançam no Ar

A Calma Tempestade

Me perdendo aos poucos, errando por ai. Esse sou eu, assim que sou, desse jeito que vou. Sem sentido nem caminho, apenas caminhando para aproveitar a noite que venta. As luzes tremulam nas sombras das árvores e a mente viaja em alta velocidade pelo brilhante céu. Busco com minha mente encontrar aquela ilha tão tão distante, perdida em algum lugar da história. O lugar que sento ser meu lar. Não temos rumo nem propósito, apenas estar por estar, ser por ser, assim bem simples sem ter que complicar a simplicidade do mundo. Nada é complicado, apenas nós, nossa cultura e custumes que complicados, criamos problemas onde não há e negamos a natureza que cresce no peito. Apenas deixe-se ser. Seja, veja, viva. Tudo volta para seu rumo, mesmo que você não tenha um ou não sabia qual é, um dia pode ter certeza vai notar-lo.
Não sei o que dizer para expressar mais o que sinto, é como se as palavras me tivessem sido roubadas, e isso já me aconteceu outra vez. Dei a volta por cima, entretanto não sei se tenho forças o bastante para fazer de novo... É como se o tempo passasse forte por mim e não deixasse que minhas palavras fossem eternizadas em papel ou aqui em meio digital. Não sei o que aconteceu, mas alguma coisa mudou. Talvez seja a época do ano eu não sei. Por mais que as idéias venham a minha cabeça simplesmente as coisas não saem pelos dedos, pois, talvez, o filtro que eu mesmo criei me impede de simplesmente escrever, sem se importar com sentido ou qualquer coisa assim. Da solução não sei, mas acredito que como tudo é como um círculo, posso eu então voltar a ler os antigos grimórios que escrevi e assim me encontrar. Mergulhar dentro de mim e abrir os olhos lá embaixo para ver o que é que acho, se assim eu me encontro enfim. Afinal o que mais procuramos normalmente está sempre ao nosso alcance, mas a busca cega e não lhe deixa ver o que está na frente de nossos rostos.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Deflexão

Viagem pelas Palavras

Pelas palavras me solto, pelas palavras eu viajo. Esse sou eu, essa é minha casa. Aqui nada tem limite e tudo é permitido, um lugar onde meus mais loucos sonhos podem enfim ganhar vida. Ninguém irá me reprimir ou ir contra o que falo ou penso, aqui posso correr. O mar infinito de palavras e palavras onde as histórias mais bonitas são contadas em um simples emarranhado de letras. Minha própria história foi contadada aqui, eu me descrevo em palavras por folhas e folhas e folhas, nunca conseguindo definir ou limitar, nunca ficando satisfeito com o que está escrito, mas sem jamais apagar. Pois o que a mente definha em sua lucides não devem ser simplesmente esquecidas apenas com o passar das correntes do tempo. E assim torno-me imortal enfim! Palavras nunca morrem. Letra após letra, nem pensar muito não, se não não ficaria bom. Por isso diversos monstros já foram criados, com palavras erradas, uma escrita chula e pobre, com pontos e virgulas totalmente erradas e desnecessárias. Mas esse sou eu, nunca fui perfeito e nem o que escrevo um dia será! Ainda que no momento do nascimento de meus imperfeitos textos eu os tenha odiado, hoje quando olho para cada um deles e vejo as maravilhas que são, fico impressionado em como consegui criar algo tão bom, pois não vejo em mim tal capacidade. Entretanto essa é a realidade que se apresenta e ainda assim mesmo com toda essa reflexão e pensamentos ilógicos a cerca de mim mesmo, não consegui me encontrar saber quem afinal eu sou. Creio que a busca esteja longe no fim, mesmo que a cada dia eu esteja mais próximo da resposta... Alias, todos estamos.