O Despertar de Uma Estrela: Fases da Lua
No céu os pequenos pontos luminosos faziam com que existisse alguma luz nos pensamentos do garoto, o resto era apenas escuridão. Ele fora acordado por um grito que ninguém deu, algo que sua mente simplesmente criou, mas podia jurar que o som viera de fora do seu quarto, do outro lado da rua, ou até mesmo do quarto de sua irmã, mas nunca de dentro da sua mente. "Não posso estar tão louco assim. Nem ao menos sono eu tenho, e aquele sonho... Aquele sonho foi estranho." Os pensamentos voavam pela janela a fora e o calor da noite de verão o fazia se revirar na cama até encontrar uma posição que o fizesse querer dormir. Entretanto havia algo na noite o deixava inquieto; aquela vizinhança sempre foi tão quieta, tão sem vida, que um grito como esse tiraria todos da rotina e com certeza os colocaria a fofocar sobre o fato na manhã seguinte. Era sempre assim que as coisas aconteciam, e por mais que o tempo passasse esses hábitos sem valor com certeza não mudariam. O mais estranho foi que não viu luzes sendo acesas nos predios vizinhos e nem ouviu vozes na rua. Normalmente após um grito sempre vinha uma sirene de ambulância, ou tiros, ou um choro, ou tudo junto. Tudo estava estranhamente calmo, porém isso realçava a possibilidade de ser apenas um daqueles sonhos em que se acorda com um susto.
Passaram-se alguns minutos e o sono não veio não importando como ele se remexia na cama. Uma parte sua estava preocupada com a garota do grito, a outra queria apenas descansar, dormir e esperar pelo longo dia que estava por vir. Mesmo assim deu um salto silencioso para fora da cama, em direção a janela entre aberta do quarto. Lá embaixo a noite soprava um vento morno tipico do verão e as sombras das poucas árvores dançavam em um farfalhar de folhas secas. Além disso nenhum movimento ou luz era visto na quadra inteira. Virou-se em direção da porta e por um segundo seu corpo estremeceu, um formigamento gélido explodiu dentro dele fazendo tanto suas pernas como braços tremerem de medo. Havia esquecido que sua irmã dormia no quarto ao lado. Aquele grito poderia muito bem ter vindo do quarto dela e sabe-se lá o que estaria acontecendo.
Ao ir em direção do quarto da irmã o medo lhe envolveu como uma amante pelas costas e travando seus movimentos mais simples e gosto de bile logo veio a boca. O sabor do medo pensou ele caminhando lentamente pelo corredor. Ao colocar a mão sobre a maçaneta do quarto da irmã o terror o engoliu, e o estomago deu um nó. Hesitou por um momento, mas no seguinte abriu a porta bruscamente empurrando-a totalmente para trás quase em contato com a parede.
A meia irmã dormia um sono profundo, embora estivesse claramente incomodada pelo calor da noite. Os lençóis caiam da cama e espalhavam-se pelo quarto. No canto do quarto, perto de uma janela aberta, o velho ventilador girava as abas lentamente, enquanto o vento morno da noite adentrava o quarto e o abafava. O jovem avançou e tomou os lençóis na mão para colocá-los em uma cadeira próxima, afinal ele sabia que no dia seguinte quem iria ter de lavá-los era ele próprio. Ia em direção da porta quando ouviu um som metálico seguido de um abafado estrondo no chão, como se algo tivesse caído. Em um instante debruçou-se pela janela tentando ver o que era aquele barulho, mas a rua continuava deserta, sem nenhum sinal de pessoas. Sentei algo se mover às suas costas e ao virar ouviu.
- O que diabos você está fazendo no meu quarto a essa hora? - a irmã havia de alguma maneira acordado e estava de pé em sua frente com uma expressão nada amigável - Ficou louco Eliot?
- Não... Eu apenas... Ouvi um grito e vim ver se algo tinha acontecido com você. - embora fosse verdade, a frase soou como uma desculpa inventada na hora, uma mentira qualquer para agradar a garota.
- Um grito é? Bem, nada aconteceu comigo, a única coisa que me assustou foi ver você com meio corpo para fora da janela... - o garoto não pode evitar de olhar que a alça esquerda do pijama dela caiu do ombro enquanto falava.
- Eliot está tudo bem, o grito deve ter sido no seu sonho, nada além disso. Está sonhando comigo por acaso? Que tipos de sonhos você está tendo heim? - os olhos verdes de Lina brilharam perversos, assim como os olhos de um gato brilham com o luar. A garota adorava provocá-lo e depois zombaria da sua inocência como já havia feito tantas e tantas vezes antes.
- É pode ter sido um sonho... Vou voltar e tentar dormir - concordou com ela, embora não tivesse tanta certeza como assim afirmara.
- Boa noite Eliot. Amanhã será um longo dia, tanto para mim como para você.
- É eu sei. Boa noite Lina.
De volta ao seu quarto deitou na cama e ficou olhando para o teto branco, pensando se realmente fora apenas um sonho. Fechou os olhos e tentou dormir mais uma vez, afinal Lina estava certa quanto ao dia de amanhã e ele precisaria estar descansado, pois amanhã seria seu primeiro dia de faculdade, uma nova rotina e novas pessoas para conhecer, um novo mundo por assim dizer. Dessa vez dormiu; sonhou com uma menina de vestido branco que segurava um terço de mogno, com o padre Leomore da igreja de seus pais, com os olhos verdes de Lina, com a nova faculdade, com um garoto pequeno com um brasão estampado na camiseta que chorava sem motivo, com os antigos colegas de escola e com muitas outras coisas que não conseguia se lembrar ao acordar, entretanto ao sentar-se na cama recordou-se de uma fraca voz que ouviu nos sonhos, uma voz feminina que chamava seu nome baixinho "Eliot" ela dizia, embora não pudesse lembrar em que parte dos sonhos havia escutado a menina, o som da voz dela ainda era fresco em sua memória enquanto as imagens iam desaparecendo lentamente da mente. Levantou-se com preguiça da cama e seu momento de reflexão foi interrompido quando a meia irmã entrou no quarto para acordá-lo.
Memórias de Um Doente
Os pensamentos que a mente já não mais suporta ter são passados adiante para que alguém mais possa ver que a loucura não pertence há uma só pessoa...
segunda-feira, 17 de junho de 2013
quinta-feira, 2 de maio de 2013
Eco de passagem
Um deserto, águas paradas, calmo como uma cidade abandonada.
É... faz tempo que não passo por esse lugar aqui... Nostalgico, mas revigoroso voltar para cá, sinto-me em casa. Como se eu fosse o filho que estivesse voltando, recordando os anos, e limpando a poeira dos móveis na velha casa a muito abandonada. Cada comodo, cada parede, uma lembrança, um sorriso, uma risada incontrolavel e várias imagens envelhecidas pelo tempo.
Bom, impossível não dizer que tenho saudades de escrever, mas com o avanço dos anos, o tempo que antes havia de sobra, hoje daria muito para tê-lo de volta. Não que isso sirva efetivamente como desculpa, pois tenho tempo livre sim, entretanto não mais aquela vontade incontrolável de por em palavras o que vem a mente como pensamentos alheios e aleatórios. Falta a vontade e não os pensamentos, porque por muitas vezes me pego pensando em textos e histórias novas para por no papel, ou até velhas histórias que vivem em minha mente, mas não saem do papel por preguiça e falta de vontade de para e escrever. Tenho o objetivo de aos poucos voltar a escrever, nem que sejam pequenos texticulos semanais ou coisas do genero. Ainda quero colocar no papel minha obra mental mais complexa e desenvolve-la ao extremo, a história de um anão em um mundo muito parecido com o real em seus tempos medievais, porém com um toque do fanstástico. Esse ano ao menos um capitulo de sua história eu predendo escrever, vou tentar me organizar para alcançar os objetivos traçados e quem sabe se houverem leitores, não os descepcionar.
Sinto como se nessa minha vinda aqui, passasse comodo à comodo dessa antiga casa, embora não tenha nem visto o site direito e pulado diretamente para a página de postagem, e ao fazer isso volta em mim o velho prazer de escrever e escrever sem a intenção de parar, como se houvesse mil palavras a ser escritas nessas linhas infinitas e eu realmente não ligo se não houver sentido algum nelas. Os filhos que gero aqui não crescem, mas envelhecem e se eternizam em palavras esquecidas e antigas, embora em cada um deles eu possa sentir um coração pulsante que dá a sensação de vida as inúmeras linhas e linhas que estão registradas.
Foi uma boa escolha afinal. Fazer essa leve passagem, para registrar um momento alheio e o desejo e continuar essa paixão que tenho pelas letras, mas que aos olhos de quem já leu, eu adianto que nunca estive parado! Alimento minha gana com palavras e histórias de outros autores e a fome por mais histórias e fantasias nunca é saciada, muito pelo contrário aumenta cada vez mais e mais.
É... faz tempo que não passo por esse lugar aqui... Nostalgico, mas revigoroso voltar para cá, sinto-me em casa. Como se eu fosse o filho que estivesse voltando, recordando os anos, e limpando a poeira dos móveis na velha casa a muito abandonada. Cada comodo, cada parede, uma lembrança, um sorriso, uma risada incontrolavel e várias imagens envelhecidas pelo tempo.
Bom, impossível não dizer que tenho saudades de escrever, mas com o avanço dos anos, o tempo que antes havia de sobra, hoje daria muito para tê-lo de volta. Não que isso sirva efetivamente como desculpa, pois tenho tempo livre sim, entretanto não mais aquela vontade incontrolável de por em palavras o que vem a mente como pensamentos alheios e aleatórios. Falta a vontade e não os pensamentos, porque por muitas vezes me pego pensando em textos e histórias novas para por no papel, ou até velhas histórias que vivem em minha mente, mas não saem do papel por preguiça e falta de vontade de para e escrever. Tenho o objetivo de aos poucos voltar a escrever, nem que sejam pequenos texticulos semanais ou coisas do genero. Ainda quero colocar no papel minha obra mental mais complexa e desenvolve-la ao extremo, a história de um anão em um mundo muito parecido com o real em seus tempos medievais, porém com um toque do fanstástico. Esse ano ao menos um capitulo de sua história eu predendo escrever, vou tentar me organizar para alcançar os objetivos traçados e quem sabe se houverem leitores, não os descepcionar.
Sinto como se nessa minha vinda aqui, passasse comodo à comodo dessa antiga casa, embora não tenha nem visto o site direito e pulado diretamente para a página de postagem, e ao fazer isso volta em mim o velho prazer de escrever e escrever sem a intenção de parar, como se houvesse mil palavras a ser escritas nessas linhas infinitas e eu realmente não ligo se não houver sentido algum nelas. Os filhos que gero aqui não crescem, mas envelhecem e se eternizam em palavras esquecidas e antigas, embora em cada um deles eu possa sentir um coração pulsante que dá a sensação de vida as inúmeras linhas e linhas que estão registradas.
Foi uma boa escolha afinal. Fazer essa leve passagem, para registrar um momento alheio e o desejo e continuar essa paixão que tenho pelas letras, mas que aos olhos de quem já leu, eu adianto que nunca estive parado! Alimento minha gana com palavras e histórias de outros autores e a fome por mais histórias e fantasias nunca é saciada, muito pelo contrário aumenta cada vez mais e mais.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Random
Born to be random
O ocaso faz com que a realidade se desemparelhe de tal maneira que se perde o senso do hoje e do amanhã. Tudo aquilo que fizestes ontem, hoje já vê com outros olhos e julga a si próprio pelo o que os outros fazem. O mundo não perdoa, a despreocupação cresce e acredite, ninguém dá a minima para o que você pensa ou deixou de pensar. A não ser que essa pessoa pague seu salário... Mas enfim, o que se faz é que nada do que pensamos ter algum sentido realmente terá aos olhos do mundo, uma vez que os olhos são muitos e todos se diferem mesmo quando se assemelham, pois as coisas giram e giram fazendo com que o que ontem parecia ser certo, hoje seja errado e vice-versa. Tudo se confunde no final, e se encontra no início, ou talvez até seja o contrario, quem se importa afinal?
Hoje nada faz sentido e as crianças creem não ser mais crianças no momento em que aprendem a escrever, querem ser o que não são, e o mesmo acontece com os adolescentes incrédulos de hoje em dia. Mas não me esquivo e digo que em minha época não era assim também, entretanto não me lembro de ter tanto desrespeito e arrogância no sangue de nossos jovens. Não os vejo se liberar da mídia que lhes põe os grilhões da ignorância e cada dia que passa vejo mais e mais zumbis sendo criados e chamados de telespectadores. Um exercito ignóbil e burro, pois já ultrapassaram os limites da ignorância, do não saber, para a pura e simples burrice. Uma burrice cheia de arrogância, diga-se de passagem. O pais inteiro infectado pelo mal que corrompe as mentes fracas e sem vontade própria, manipulados pelos pensadores do novo século que se vestem de palito e gravata e vivem das fortunas que os pagamos.
E assim vamos formando mais e mais graduados na passividade, na conformidade, na hipocrisia e desleixo, cada vez mais matando aqueles que pensam, aqueles que conseguem se liberar das correntes invisíveis que nos são postas. Mas do que adiantaria se dessem força não é mesmo? Grandes barreiras e paradigmas deveriam ser quebrados e uma cultura tão baixa como essa é difícil ser mudada por um povo que nunca teve de lutar, do que adiantaria por as espadas em suas mãos? Por essa e muitas outras razões que os incomodados se mudam mesmo, vão para longe e fazem seu jardim florescer, enquanto os outros continuam aqui a contemplar as flores mortas que estão regando com o próprio suor. Todos esses, todos randoms, aleatórios na vida, aleatórios no mundo, mais um ou menos um, tanto faz. O exercito é implacável, pois quanto mais gerarmos mais o governo os dará dinheiro, então vamos povoar o mundo com pessoas random sem um pingo de nobreza, caráter ou honra no sangue. Afinal, nascemos do vontade aleatória de um português covarde, não faria muita diferença se assim também o fossemos.
O ocaso faz com que a realidade se desemparelhe de tal maneira que se perde o senso do hoje e do amanhã. Tudo aquilo que fizestes ontem, hoje já vê com outros olhos e julga a si próprio pelo o que os outros fazem. O mundo não perdoa, a despreocupação cresce e acredite, ninguém dá a minima para o que você pensa ou deixou de pensar. A não ser que essa pessoa pague seu salário... Mas enfim, o que se faz é que nada do que pensamos ter algum sentido realmente terá aos olhos do mundo, uma vez que os olhos são muitos e todos se diferem mesmo quando se assemelham, pois as coisas giram e giram fazendo com que o que ontem parecia ser certo, hoje seja errado e vice-versa. Tudo se confunde no final, e se encontra no início, ou talvez até seja o contrario, quem se importa afinal?
Hoje nada faz sentido e as crianças creem não ser mais crianças no momento em que aprendem a escrever, querem ser o que não são, e o mesmo acontece com os adolescentes incrédulos de hoje em dia. Mas não me esquivo e digo que em minha época não era assim também, entretanto não me lembro de ter tanto desrespeito e arrogância no sangue de nossos jovens. Não os vejo se liberar da mídia que lhes põe os grilhões da ignorância e cada dia que passa vejo mais e mais zumbis sendo criados e chamados de telespectadores. Um exercito ignóbil e burro, pois já ultrapassaram os limites da ignorância, do não saber, para a pura e simples burrice. Uma burrice cheia de arrogância, diga-se de passagem. O pais inteiro infectado pelo mal que corrompe as mentes fracas e sem vontade própria, manipulados pelos pensadores do novo século que se vestem de palito e gravata e vivem das fortunas que os pagamos.
E assim vamos formando mais e mais graduados na passividade, na conformidade, na hipocrisia e desleixo, cada vez mais matando aqueles que pensam, aqueles que conseguem se liberar das correntes invisíveis que nos são postas. Mas do que adiantaria se dessem força não é mesmo? Grandes barreiras e paradigmas deveriam ser quebrados e uma cultura tão baixa como essa é difícil ser mudada por um povo que nunca teve de lutar, do que adiantaria por as espadas em suas mãos? Por essa e muitas outras razões que os incomodados se mudam mesmo, vão para longe e fazem seu jardim florescer, enquanto os outros continuam aqui a contemplar as flores mortas que estão regando com o próprio suor. Todos esses, todos randoms, aleatórios na vida, aleatórios no mundo, mais um ou menos um, tanto faz. O exercito é implacável, pois quanto mais gerarmos mais o governo os dará dinheiro, então vamos povoar o mundo com pessoas random sem um pingo de nobreza, caráter ou honra no sangue. Afinal, nascemos do vontade aleatória de um português covarde, não faria muita diferença se assim também o fossemos.
domingo, 5 de agosto de 2012
Faróis Vermelhos
Das noites que não dormi
Quando foi preciso estivemos lá. Firmes e fortes sempre prontos para ajudar, assim como sempre havia sido assim como sempre seria. Nunca teriam dito que as coisas mudariam, que os ventos trocariam de direção. Entretanto fomos enganados pela beleza de suas faces, dos milhares de rostos que sorriam ao nosso redor, e quando dei por mim mesmo já era tarde para acordar os outros; o sono traiçoeiro já os alimentava a mente com doces e prazeres. Tudo aquilo que eles juraram nunca fazer estava sendo realizado bem diante dos meus olhos turvos e enevoados, bem podia estar quem sabe delirando em alguma outra armadinha feita por mãos nas quais confiamos e protegemos. O gosto que veio na boca era amargamente forte e por alguns minutos estive prestes a vomitar, tamanha era a náusea que causara. As pernas tremiam e os braços perdiam a força no mesmo momento em que eu me apoiava nas paredes frias, tentando sem sucesso sair daquele lugar fúnebre onde meus amigos pereciam. Mas ainda me lembro daqueles olhos, e jamais eu ei de esquecer-los. Olhos vermelhos, sedentos por sangue, meu sangue. Olhos falsos e sem remorso algum, que se necessário matariam-me a sangue frio sem nem ao menos pestanejar. Olhos sem misericórdia, nem compaixão, olhos que poderiam até mesmo agora jurar à mim que iriam me ajudar antes de cravar lentamente uma adaga fria e afiada logo abaixo das costelas. E eu cairia nas mentiras mais uma vez, se não fosse a lembrança da captura, quando pegaram um a um de nós sob a face desmascarada de cada um dos quais nós confiamos. Essa noite não pude dormir, não consegui dormir. Aqueles olhos eram faróis que perseguiam cada movimento meu e iluminavam com raiva e ódio, alimentando minha fúria de cativo.
Todos eles faziam hoje o que no ontem haviam condenado, afinal palavras são só palavras, nascem no presente para morrer no passado, a memória se esvai conforme os anos passam e vamos abrindo caminho para que as serpentes malignas nos envolvam de tal maneira que só sairíamos sem ossos. Todavia serviu para que aprendêssemos que a confiança é uma abertura grande demais, abrindo a guarda de coisas que no fundo sabíamos que devia ser temido. Hoje mais uma vez não durmo, pois quando fechar os olhos sei que ainda verei aqueles olhos, olhos vermelhos que clamam pelo resquício de vida que ainda sobrou em mim, então não posso fazer com que isso seja assim tão fácil como desejam e mais uma noite sei que vou ver o sol nascer mais uma vez...
Quando foi preciso estivemos lá. Firmes e fortes sempre prontos para ajudar, assim como sempre havia sido assim como sempre seria. Nunca teriam dito que as coisas mudariam, que os ventos trocariam de direção. Entretanto fomos enganados pela beleza de suas faces, dos milhares de rostos que sorriam ao nosso redor, e quando dei por mim mesmo já era tarde para acordar os outros; o sono traiçoeiro já os alimentava a mente com doces e prazeres. Tudo aquilo que eles juraram nunca fazer estava sendo realizado bem diante dos meus olhos turvos e enevoados, bem podia estar quem sabe delirando em alguma outra armadinha feita por mãos nas quais confiamos e protegemos. O gosto que veio na boca era amargamente forte e por alguns minutos estive prestes a vomitar, tamanha era a náusea que causara. As pernas tremiam e os braços perdiam a força no mesmo momento em que eu me apoiava nas paredes frias, tentando sem sucesso sair daquele lugar fúnebre onde meus amigos pereciam. Mas ainda me lembro daqueles olhos, e jamais eu ei de esquecer-los. Olhos vermelhos, sedentos por sangue, meu sangue. Olhos falsos e sem remorso algum, que se necessário matariam-me a sangue frio sem nem ao menos pestanejar. Olhos sem misericórdia, nem compaixão, olhos que poderiam até mesmo agora jurar à mim que iriam me ajudar antes de cravar lentamente uma adaga fria e afiada logo abaixo das costelas. E eu cairia nas mentiras mais uma vez, se não fosse a lembrança da captura, quando pegaram um a um de nós sob a face desmascarada de cada um dos quais nós confiamos. Essa noite não pude dormir, não consegui dormir. Aqueles olhos eram faróis que perseguiam cada movimento meu e iluminavam com raiva e ódio, alimentando minha fúria de cativo.
Todos eles faziam hoje o que no ontem haviam condenado, afinal palavras são só palavras, nascem no presente para morrer no passado, a memória se esvai conforme os anos passam e vamos abrindo caminho para que as serpentes malignas nos envolvam de tal maneira que só sairíamos sem ossos. Todavia serviu para que aprendêssemos que a confiança é uma abertura grande demais, abrindo a guarda de coisas que no fundo sabíamos que devia ser temido. Hoje mais uma vez não durmo, pois quando fechar os olhos sei que ainda verei aqueles olhos, olhos vermelhos que clamam pelo resquício de vida que ainda sobrou em mim, então não posso fazer com que isso seja assim tão fácil como desejam e mais uma noite sei que vou ver o sol nascer mais uma vez...
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Vancouver - Canadá
O Que Vancouver me Tirou.
A chuva tomou conta da cidade mais uma vez, uma última vez para nós. Foi triste, pois assim como quando chegamos agora a cidade chorava lágrimas contínuas e sem esperança. Aqueles últimos dias me pareceram como dias normais e até o último momento acreditei que tudo aquilo era familiar de mais. Era meu dia a dia afinal, mesmo que cada dia fosse sempre diferente do próximo. Em incontáveis momentos pensei que tudo aquilo sempre fora minha vida, creio que seja isso que chamam de "se adaptar", e nesses momentos não pensava em outra coisa que não ficar ali pelo resto de meus dias. Pois tudo o que estava a minha volta parecia ter sido sempre assim e até que seria bom se continuasse assim.
Saí de lá com a promessa de que um dia voltaria, não sei se vou poder cumprir com minhas palavras... A cada dia minha vida me leva a um diferente caminho com diferentes opções e diversas decisões a serem tomadas. Mas o coração bate forte pelo sentimento que por lá encontrei, era uma paixão por aquelas ruas, uma tranquilidade do ar, sem malicia ou qualquer má intensão, coisas que não encontro em minha terra. Foi difícil dizer Adeus a uma cidade que me recebeu tão bem. Entretanto creio que parte dessa experiência não seria assim tão boa se não fosse por conta das pessoas que me acompanharam nessa "vida" de apenas um mês. Digo vida e não aventura, pois a convivência diária nos proporcionou mais do que sermos apenas conhecidos; dividimos nossas experiências de vida, nossos momentos de felicidade, nossas aventuras risadas e até... (melhor isso ficar em Whistler). Emoções das mais várias foram partilhadas por todos e a convivência do dia-a-dia, pelo menos para mim, criou um laço que não será fácil ser esquecido. Foi um mês que pareceu ser muito mais tempo...
Aquele gosto amargo que senti quando deixei meu lar, já não mais permeava em minha boca e as lembranças de despedida das pessoas que me são importantes se tornaram memórias boas para se relembrar, embora eu não quisesse de fato voltar. Havia razões para permanecer, lugares à serem explorados, satisfações a serem alcançadas, e tudo isso com a companhia de pessoas que pude confiar e chamar de amigos.
Nosso pequeno passeio uma hora acabaria, e infelizmente hoje estamos voltando para casa. Aquela sensação estranha de voltar para casa... Nossas vidas recomeçam e todo o ciclo anterior a viagem se faz ativo mais uma vez, a grande mudança da rotina acabou quando deixamos o país da Maple Leaf e rumamos ao nosso mundo gaudério. Hoje mais uma vez aquele gosto amargo me veio na boca e me senti estranho tendo de dar adeus, sem nem ao menos dizer "adeus". Me senti nostálgico por lembranças que a pouco passaram, e senti saudade mesmo que não tenhamos nos separado por completos ainda. Foram situações únicas que recordarei com silenciosas lágrimas de felicidade.
Sei que o tempo irá passar, que as coisas em nossas vidas irão mudar, mas aqueles dias em Vancouver eu jamais me esquecerei, pois estarão para sempre em minhas memórias e mesmo que talvez um dia volte para lá, sei que não será igual, pois vocês todos não estarão ali para me fazer companhia.
Obrigado à todos que fizeram parte dessas memórias, sentirei muitas saudades, vocês são importantes para mim.
Desses dias irei lembrar para sempre...
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
A Um Bom Amigo, Uma Homenagem II
O Despertar de Uma Estrela
Parte II
"O que se perdeu, já se foi e não adianta tentar recuperar, rostinhos bonitos não vão lhe salvar e o tempo que já passou jamais voltará." Aquela frase abateu a pobre garota e lágrimas nasceram em seus olhos para percorrer o rosto de pele suave e macia. Não conseguiu conter o coração que pulsava ligeiro, quase como se estivesse no seu pescoço, pois podia sentir a sensação de ser sufocada de dentro para fora. As palavras foram como adagas que entraram em seu peito sem dó nem piedade, apenas a perfuraram friamente, mas fizeram questão de deixá-la viva para sentir a dor dos cortes. Os ferimentos não irão fechar tão facilmente e as cicatrizes vão permanecer em sua mente pelo resto da vida, apenas ficando mais secas e fazendo com que ela própria fique seca e sem vida.
A mulher nada mais era do que uma velha de cabelos brancos e poucos dentes na boca, mas a maneira com que se arquejou e falou tais palavras mexeu de maneira inexplicável com a cabeça da garota que agora andava agitada pelas ruas cheias de gente. Em sua mente o som dos sinos da igreja ressoava e ela sabia que apenas devia correr, correr para o mais longe possível da igreja, mas ao olhar para trás não conseguia ver os sinos que perturbavam seu cérebro. Havia algo de errado e ela não sabia o que era; todo aquele mundo estava errado e podia sentir que não pertencia àquilo ali. De repente ao passar pela multidão uma imensidão branca se abriu em sua frente e o chão terminava onde a película branca começava; até mesmo o céu fora tomado pelo branco mais profundo que já vira. Teve de dar dois passos para trás, não podia crer na cena que seus olhos estavam testemunhando, até mesmo os prédios perdiam a forma e se misturavam com o "nada" em sua frente, era como se tudo se desfizesse ao chegar perto daquilo. Sentiu medo, e não pode correr, a multidão em suas costas estava toda parada e sem cor. Suas pernas se paralisaram com o desespero do momento, e só então ela percebeu que os sinos já haviam parado há algum tempo, mas agora um estranho chiado começou a soar pela rua. O espaço a sua frente foi distorcido pelo som que a cada segundo se tornava mais alto e mais rápido, até que o espaço branco foi sendo quebrado em pequenas partes como se fosse vidro estilhaçado e lá de dentro surgiu uma cruz feita de carvalho antigo e pesado que flutuava no meio da imensidão. Ao seu lado pessoas sem vida e sem rosto, apenas bonecos hipnotizados pela melodia que acompanhava a cruz gigante, um canto antigo que lhe era de alguma maneira familiar. Uma parte dela se sentia bem ouvindo aquela música, mas outra se revoltava e remexia dentro dela como se quiser sair e para com a música que a agitava. A cruz flutuava em sua direção e o som aumentava cada vez mais, a sensação de ser sufocada novamente tomou conta dela, o cantigo tentava dominar-la e fazer dela mais um ser sem vontade própria como todos aqueles que a rodeavam. Não podia se deixar controlar pelas lindas vozes que vinham do carvalho, e então decidiu correr, mas ao olhar para trás os seres sem vida estenderam as mãos para segurar-la impedindo-a de fugir. O desespero tomou conta de seu corpo e sua própria voz ecoou em sua mente "Corra!", sem hesitar seu corpo desviou como se fosse em câmera lenta das mãos que tentaram agarrá-la, e pelo meio da multidão tentou fugir. Tanto a suas costas dela e em sua frente uma multidão interminável se posicionava para dificultar seu caminho; ao fundo a cruz avançava em sua direção.
Ela correu por entre mãos e braços descoloridos e desprovidos de vida, não sabia bem ao certo como, mas ia avançando em sua fuga. Entretanto ao olhar para trás seu joelho direito bateu na parte de alguém e ela caiu de encontro ao chão. Os membros da multidão agarram seus pés e braços e a estenderam para o alto para que a cruz a alcançasse. Ela tentou se soltar, mas a força daqueles braços era inacreditável e mesmo que ela se debatesse nenhum membro se soltava, até que parou de tentar e deixou com que as lágrimas escorressem pelo seu rosto. Sabia que não podia desistir, algo estava a sua espera e ela não podia falhar! Levantou a cabeça para encarar a enorme cruz que pairava a sua frente, e nesse momento seu escapulário caiu para fora de sua blusa. Sem saber porque nem como, três palavras apareceram em sua mente e ela imediatamente as gritou para os ares: "MAGNUM CRUCIS: ELEUTHERIA!". Seus olhos castanhos transformaram-se em luzes azuis e uma forte luz branca saiu do escapulário libertando-a daquelas mãos e parando o canto da cruz.
A garota acordou assustada e ofegante com o grito que ouvira, ela sentou na cama assustada e quando ia procurar por seus país percebeu que a noite estava quieta como sempre. O grito que ouvira talvez tivesse sido apenas em seu sonho, apenas sua própria voz que no susto a tivera acordado. Entretanto aquele nome ressoava em sua mente: Eliot...
Parte II
"O que se perdeu, já se foi e não adianta tentar recuperar, rostinhos bonitos não vão lhe salvar e o tempo que já passou jamais voltará." Aquela frase abateu a pobre garota e lágrimas nasceram em seus olhos para percorrer o rosto de pele suave e macia. Não conseguiu conter o coração que pulsava ligeiro, quase como se estivesse no seu pescoço, pois podia sentir a sensação de ser sufocada de dentro para fora. As palavras foram como adagas que entraram em seu peito sem dó nem piedade, apenas a perfuraram friamente, mas fizeram questão de deixá-la viva para sentir a dor dos cortes. Os ferimentos não irão fechar tão facilmente e as cicatrizes vão permanecer em sua mente pelo resto da vida, apenas ficando mais secas e fazendo com que ela própria fique seca e sem vida.
A mulher nada mais era do que uma velha de cabelos brancos e poucos dentes na boca, mas a maneira com que se arquejou e falou tais palavras mexeu de maneira inexplicável com a cabeça da garota que agora andava agitada pelas ruas cheias de gente. Em sua mente o som dos sinos da igreja ressoava e ela sabia que apenas devia correr, correr para o mais longe possível da igreja, mas ao olhar para trás não conseguia ver os sinos que perturbavam seu cérebro. Havia algo de errado e ela não sabia o que era; todo aquele mundo estava errado e podia sentir que não pertencia àquilo ali. De repente ao passar pela multidão uma imensidão branca se abriu em sua frente e o chão terminava onde a película branca começava; até mesmo o céu fora tomado pelo branco mais profundo que já vira. Teve de dar dois passos para trás, não podia crer na cena que seus olhos estavam testemunhando, até mesmo os prédios perdiam a forma e se misturavam com o "nada" em sua frente, era como se tudo se desfizesse ao chegar perto daquilo. Sentiu medo, e não pode correr, a multidão em suas costas estava toda parada e sem cor. Suas pernas se paralisaram com o desespero do momento, e só então ela percebeu que os sinos já haviam parado há algum tempo, mas agora um estranho chiado começou a soar pela rua. O espaço a sua frente foi distorcido pelo som que a cada segundo se tornava mais alto e mais rápido, até que o espaço branco foi sendo quebrado em pequenas partes como se fosse vidro estilhaçado e lá de dentro surgiu uma cruz feita de carvalho antigo e pesado que flutuava no meio da imensidão. Ao seu lado pessoas sem vida e sem rosto, apenas bonecos hipnotizados pela melodia que acompanhava a cruz gigante, um canto antigo que lhe era de alguma maneira familiar. Uma parte dela se sentia bem ouvindo aquela música, mas outra se revoltava e remexia dentro dela como se quiser sair e para com a música que a agitava. A cruz flutuava em sua direção e o som aumentava cada vez mais, a sensação de ser sufocada novamente tomou conta dela, o cantigo tentava dominar-la e fazer dela mais um ser sem vontade própria como todos aqueles que a rodeavam. Não podia se deixar controlar pelas lindas vozes que vinham do carvalho, e então decidiu correr, mas ao olhar para trás os seres sem vida estenderam as mãos para segurar-la impedindo-a de fugir. O desespero tomou conta de seu corpo e sua própria voz ecoou em sua mente "Corra!", sem hesitar seu corpo desviou como se fosse em câmera lenta das mãos que tentaram agarrá-la, e pelo meio da multidão tentou fugir. Tanto a suas costas dela e em sua frente uma multidão interminável se posicionava para dificultar seu caminho; ao fundo a cruz avançava em sua direção.
Ela correu por entre mãos e braços descoloridos e desprovidos de vida, não sabia bem ao certo como, mas ia avançando em sua fuga. Entretanto ao olhar para trás seu joelho direito bateu na parte de alguém e ela caiu de encontro ao chão. Os membros da multidão agarram seus pés e braços e a estenderam para o alto para que a cruz a alcançasse. Ela tentou se soltar, mas a força daqueles braços era inacreditável e mesmo que ela se debatesse nenhum membro se soltava, até que parou de tentar e deixou com que as lágrimas escorressem pelo seu rosto. Sabia que não podia desistir, algo estava a sua espera e ela não podia falhar! Levantou a cabeça para encarar a enorme cruz que pairava a sua frente, e nesse momento seu escapulário caiu para fora de sua blusa. Sem saber porque nem como, três palavras apareceram em sua mente e ela imediatamente as gritou para os ares: "MAGNUM CRUCIS: ELEUTHERIA!". Seus olhos castanhos transformaram-se em luzes azuis e uma forte luz branca saiu do escapulário libertando-a daquelas mãos e parando o canto da cruz.
A garota acordou assustada e ofegante com o grito que ouvira, ela sentou na cama assustada e quando ia procurar por seus país percebeu que a noite estava quieta como sempre. O grito que ouvira talvez tivesse sido apenas em seu sonho, apenas sua própria voz que no susto a tivera acordado. Entretanto aquele nome ressoava em sua mente: Eliot...
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Vozes dos Ventos
Inércia da Humanidade
Diante de meus olhos passam o futuro e o passado como se fossem irmãos, unidos apenas pelo destino e como se não se confrontassem dia após dia. Corpos sem forma apenas espectros que pairam pelo ar e se limitam a minha própria imaginação, pois não podem viver fora de nós, não existe chance de vida para eles que não dentro de cada um que vive. Muitos vivem nesse mundo, mais do que seu cérebro pode contabilizar. Seres mutantes que se hospedam em todos que podem sentir o fluxo do tempo passar pelos seus corpos. O tempo que irá devastar o ser e deixará apenas sua mais frágil carcaça intocada, todo o resto perecerá e as emoções que nos corpos haviam serão lançadas ao vento para que o esquecimento as acolha. Nada mais importará e suas lembranças serão misturadas em um turbilhão luminoso elevando-se ao céu na procura de rumo mesmo que esse não exista. A triste cena de desespero onde não há para onde correr, apenas o fim da linha onde tu termina e se renova nascendo do zero mais uma vez, quando você deixa de ser você e tuas conquistas não são nada além de pó sideral. Passado e futuro, lado a lado, eles sabem que isso um dia irá acontecer, mas ainda assim te iludem com esperanças infundadas e um falso testemunho de bondade. Apenas mentiras e palavras jogadas ao vento, apenas as falácias contadas no passado e repetidas no futuro, apenas você acreditando em vidas que jamais estiveram de fato vidas, apenas sua vida. Não importa qual deles venha conversar com vós, apenas não acredite nas palavras e promessas que irão lhe fazer, o preço que pagarás não vai compensar o que irás receber.
Nas areias de uma terra sem fim nossas almas vão caminhar aleatoriamente tentando descobrir a razão de existirem mesmo que não haja respostas em lugar algum. E os pensamentos mais puros serão eliminados com arpões de aço para que os atingidos não possam se levantar, pois a ingenuidade não possui lugar aqui, somente a maldade e malicia podem perecer nas mentes dessas almas mortas. O sol que as banha é negro e sua luz escura os enterra na escuridão de um dia negro e sem fim. Um lugar sinistro onde a vida não ousa entrar e onde todas as memórias serão despejadas assim que os corpos forem dilacerados pelo tempo. Nada pode sobreviver. Não há porque haver mais vida quando toda a esperança já se foi e o presente foi assinado pela maldade que vive dentro de cada um, ou seja, não temos mais nada além de memórias de "bons tempos" e esperança de um futuro melhor, mas não possuímos nenhum esforço para fazer com que o presente seja bom, e não morra no esquecimento assim como nossas vidas irão se ficarmos parados esperando pelo dia do juízo do final. Um dia que nunca virá, um dia que não existirá. Façamos algo e não apenas observemos passado e futuro se distanciarem levando consigo toda a vida que um dia existiu em nossos seres, mas sim lutemos para que no hoje possamos alcançar nossos sonhos e daí quem sabe então abrirmos nossas, até então desconhecidas, asas e voemos para escapar da destruição do esquecimento que mora no horizonte de nossas vidas. Aí quem sabe possamos simplesmente ser felizes.
Diante de meus olhos passam o futuro e o passado como se fossem irmãos, unidos apenas pelo destino e como se não se confrontassem dia após dia. Corpos sem forma apenas espectros que pairam pelo ar e se limitam a minha própria imaginação, pois não podem viver fora de nós, não existe chance de vida para eles que não dentro de cada um que vive. Muitos vivem nesse mundo, mais do que seu cérebro pode contabilizar. Seres mutantes que se hospedam em todos que podem sentir o fluxo do tempo passar pelos seus corpos. O tempo que irá devastar o ser e deixará apenas sua mais frágil carcaça intocada, todo o resto perecerá e as emoções que nos corpos haviam serão lançadas ao vento para que o esquecimento as acolha. Nada mais importará e suas lembranças serão misturadas em um turbilhão luminoso elevando-se ao céu na procura de rumo mesmo que esse não exista. A triste cena de desespero onde não há para onde correr, apenas o fim da linha onde tu termina e se renova nascendo do zero mais uma vez, quando você deixa de ser você e tuas conquistas não são nada além de pó sideral. Passado e futuro, lado a lado, eles sabem que isso um dia irá acontecer, mas ainda assim te iludem com esperanças infundadas e um falso testemunho de bondade. Apenas mentiras e palavras jogadas ao vento, apenas as falácias contadas no passado e repetidas no futuro, apenas você acreditando em vidas que jamais estiveram de fato vidas, apenas sua vida. Não importa qual deles venha conversar com vós, apenas não acredite nas palavras e promessas que irão lhe fazer, o preço que pagarás não vai compensar o que irás receber.
Nas areias de uma terra sem fim nossas almas vão caminhar aleatoriamente tentando descobrir a razão de existirem mesmo que não haja respostas em lugar algum. E os pensamentos mais puros serão eliminados com arpões de aço para que os atingidos não possam se levantar, pois a ingenuidade não possui lugar aqui, somente a maldade e malicia podem perecer nas mentes dessas almas mortas. O sol que as banha é negro e sua luz escura os enterra na escuridão de um dia negro e sem fim. Um lugar sinistro onde a vida não ousa entrar e onde todas as memórias serão despejadas assim que os corpos forem dilacerados pelo tempo. Nada pode sobreviver. Não há porque haver mais vida quando toda a esperança já se foi e o presente foi assinado pela maldade que vive dentro de cada um, ou seja, não temos mais nada além de memórias de "bons tempos" e esperança de um futuro melhor, mas não possuímos nenhum esforço para fazer com que o presente seja bom, e não morra no esquecimento assim como nossas vidas irão se ficarmos parados esperando pelo dia do juízo do final. Um dia que nunca virá, um dia que não existirá. Façamos algo e não apenas observemos passado e futuro se distanciarem levando consigo toda a vida que um dia existiu em nossos seres, mas sim lutemos para que no hoje possamos alcançar nossos sonhos e daí quem sabe então abrirmos nossas, até então desconhecidas, asas e voemos para escapar da destruição do esquecimento que mora no horizonte de nossas vidas. Aí quem sabe possamos simplesmente ser felizes.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Um Novo Começo Sem Final
O Início do Antigo Novo
Tudo se move para o mesmo lugar, ao mesmo ritmo que correm para longe uma das outras. Aquela estranha sensação de ansiedade e nervosismo, que dava o frio na barriga e arrepiava a mente se foi com o passar dos dias. Os até então estranhos agora são como velhos amigos que se conhecem a anos. Mas lembro de como foi quando os pés tocaram o solo depois de exaustivas horas de voo, a sensação de que tudo aquilo era um sonho louco e que o destino não era o estranho lar que viríamos a conhecer, mas sim a antiga casa de onde todos tínhamos saído. Estranho foi chegar a um lugar no qual você não conhece, e chamar de lar.
Tudo se move para o mesmo lugar, ao mesmo ritmo que correm para longe uma das outras. Aquela estranha sensação de ansiedade e nervosismo, que dava o frio na barriga e arrepiava a mente se foi com o passar dos dias. Os até então estranhos agora são como velhos amigos que se conhecem a anos. Mas lembro de como foi quando os pés tocaram o solo depois de exaustivas horas de voo, a sensação de que tudo aquilo era um sonho louco e que o destino não era o estranho lar que viríamos a conhecer, mas sim a antiga casa de onde todos tínhamos saído. Estranho foi chegar a um lugar no qual você não conhece, e chamar de lar.
Entretanto hoje tudo parece tão comum que creio ser estranho se fosse diferente. É como se as coisas tivesse voltado a ser como antes, um antes que nunca tive embora me seja tão familiar. Os dias passam como o vento que move as nuvens gigantes no céu, e aos poucos os pensamentos vão se clareando e revelando que esse sonho é finito. A metade do caminho já foi alcançada e deixamos para trás as pegadas por onde passamos para nunca mais voltar, lugares que depois daqui veremos apenas em sonhos e memórias que nos irão arrancar sorrisos do rosto. E em algum por do sol em algum lugar do mundo alguém vai sorrir ao relembrar dos momentos que passamos juntos, quando escrevemos sem perceber, o roteiro de uma história que jamais se apagará da memória. O momento será de um devaneio rápido no crepúsculo do dia, para que a noite nos leve para a vida no aqui e agora, deixando os bons momentos em nossas caixas de lembranças para que quem sabe um dia possamos voltar.
First time I'm translating it to English, so sorry for any grammar error.
The Begin of Old New
Everything moves to the same place, on the same rhythm they run away from each other. Those strange sensation of nervousness and anxiety, caused the "cold in stomach" and made the mind ruffled itself was gone with the days that come. The, until now, unknown people today are like old friends that knew each other for years and years. But I can rebember how it was when my foots touched the floor after exhaustive hours of flight, the sensation that everything that happen was a crazy dream and the destination wasn't the strange home that we would know, but our old house from where we all have left behind. It was strange comes to a place that you don't know and call it home.
However today everything looks like so natural that will be strange if it was diferent. It is like the things had back to be how it was before, one before that I never had, even it been so familiar for me. The days passed like the wind moves the giants clouds in the sky, and little by little the thoughts are getting clear and revealing this finite dream. The middle of route already was reached and we left behind footprints in the places where we had passed to never back, places that we will see just in dreams and memories that will put a smile in our faces. And on some sunset in the world someone will smile remembering the moments we were together, when we write without realize it, the script of one story that will never fate from memory. The moment will be a fast wandering on the twilight, for the night take us to the here and now, letting the good moments in ours memories boxes to maybe one day we could back.
The Begin of Old New
Everything moves to the same place, on the same rhythm they run away from each other. Those strange sensation of nervousness and anxiety, caused the "cold in stomach" and made the mind ruffled itself was gone with the days that come. The, until now, unknown people today are like old friends that knew each other for years and years. But I can rebember how it was when my foots touched the floor after exhaustive hours of flight, the sensation that everything that happen was a crazy dream and the destination wasn't the strange home that we would know, but our old house from where we all have left behind. It was strange comes to a place that you don't know and call it home.
However today everything looks like so natural that will be strange if it was diferent. It is like the things had back to be how it was before, one before that I never had, even it been so familiar for me. The days passed like the wind moves the giants clouds in the sky, and little by little the thoughts are getting clear and revealing this finite dream. The middle of route already was reached and we left behind footprints in the places where we had passed to never back, places that we will see just in dreams and memories that will put a smile in our faces. And on some sunset in the world someone will smile remembering the moments we were together, when we write without realize it, the script of one story that will never fate from memory. The moment will be a fast wandering on the twilight, for the night take us to the here and now, letting the good moments in ours memories boxes to maybe one day we could back.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Uma Estranha Última Vez
Era como se fosse um adeus definitivo, algo sem volta e que deixaria marcas eternas no peito. a estranha sensação de perda e o gosto amargo da boca, apenas aliviado pelo doce sabor da bala que agora comia. conter a emoção era tudo o que sabia fazer, pois as palavras certas nunca saiam de minha boca na hora que deveriam. sempre tivera ficado feito idiota sem saber me expressar corretamente e como gostaria. Bem, talvez todos tenham um pouco disso no peito, a final falar o que realmente passa pelo peito não é uma tarefa fácil. o tempo f oi.me deixando e cada vez mais os nervos ficavam a flor da pele
terça-feira, 13 de setembro de 2011
The King of Montain
The King of Montain
The end has begun
Das loucuras de uma mente solitária retirasse a vida que ainda sopra por entre os pensamentos e deixa-se perecer o corpo pesado e imóvel. Todos os dias que viveu se foram pelas águas que descem serra abaixo, correndo e correndo, ligeiras e frias como um dia ele fora. O rei se foi e de seu império apenas sobraram os escombros do que ele construiu com as próprias mãos. Em cada pedra levantada tinha a benção do sangue do rei, e assim a cidade era sua, ele era ela e estava tudo vivo, tudo junto e unido. Entretanto o inverno havia de chegar e assim as rajadas de neve vindas da Sibéria puzeram toda aquela fé em teste. Não tardou para que o frio culminasse os lares dos cidadãos, pois nem o fogo tinha mais calor para aquecer as peles enrijecidas pelo gelo. Era como se o Império todo recaísse sobre uma maldição, fazendo com que os homens não pudessem mais ter a água que antes o abundava, uma vez que os lagos tornaram-se imensas pistas de gelo liso. Um gelo tão lindo e limpo que refletia a imagem dos que chegassem perto e por vezes notara-se dois Sóis no horizonte vermelho.
Tanto fogo e calor havia para além daquela terra, mas ali nada penetrava se não o frio que vinha do norte. Implacável, temível e mortal. O rei via seu povo morrer dia após dia e perecia sua maior criação sem que nem ao menos ele pudesse agir. Conseguia sentir que aos poucos ele também morria, mas não poderia simplesmente deixar para trás o que conquistara com seu esforço e suor, nem mesmo ele podia ser tão cruel. Devia ele ter de permanecer ali até o último de seus dias, o rei da montanha não poderia jamais deixar seu castelo. Ele não pode perder para o frio, para o infernal inverno! Jamais! Sua honra seria manchada na história e relembrada até o fim dos tempos. Seu castelo em gelo fora tomado, o frio era um inimigo que não tinha piedade e que nem o fogo conseguia enfrentar. Seu exercito se foi para terras quentes e até sua Guarda Real havia congelado. O reino pairava em silêncio e seus mortos jaziam em gelo, apenas o rei vivia, sentado em seu trono à espera de seu carrasco. Eis que passos surgem no salão cobertos pela névoa gelada que circundava o Império todo. Subia pelos degraus em passos curtos e silenciosos uma mulher alta vestida de azul e branco... Adentrava a sala do trono, a Rainha do Gelo...
The end has begun
Das loucuras de uma mente solitária retirasse a vida que ainda sopra por entre os pensamentos e deixa-se perecer o corpo pesado e imóvel. Todos os dias que viveu se foram pelas águas que descem serra abaixo, correndo e correndo, ligeiras e frias como um dia ele fora. O rei se foi e de seu império apenas sobraram os escombros do que ele construiu com as próprias mãos. Em cada pedra levantada tinha a benção do sangue do rei, e assim a cidade era sua, ele era ela e estava tudo vivo, tudo junto e unido. Entretanto o inverno havia de chegar e assim as rajadas de neve vindas da Sibéria puzeram toda aquela fé em teste. Não tardou para que o frio culminasse os lares dos cidadãos, pois nem o fogo tinha mais calor para aquecer as peles enrijecidas pelo gelo. Era como se o Império todo recaísse sobre uma maldição, fazendo com que os homens não pudessem mais ter a água que antes o abundava, uma vez que os lagos tornaram-se imensas pistas de gelo liso. Um gelo tão lindo e limpo que refletia a imagem dos que chegassem perto e por vezes notara-se dois Sóis no horizonte vermelho.
Tanto fogo e calor havia para além daquela terra, mas ali nada penetrava se não o frio que vinha do norte. Implacável, temível e mortal. O rei via seu povo morrer dia após dia e perecia sua maior criação sem que nem ao menos ele pudesse agir. Conseguia sentir que aos poucos ele também morria, mas não poderia simplesmente deixar para trás o que conquistara com seu esforço e suor, nem mesmo ele podia ser tão cruel. Devia ele ter de permanecer ali até o último de seus dias, o rei da montanha não poderia jamais deixar seu castelo. Ele não pode perder para o frio, para o infernal inverno! Jamais! Sua honra seria manchada na história e relembrada até o fim dos tempos. Seu castelo em gelo fora tomado, o frio era um inimigo que não tinha piedade e que nem o fogo conseguia enfrentar. Seu exercito se foi para terras quentes e até sua Guarda Real havia congelado. O reino pairava em silêncio e seus mortos jaziam em gelo, apenas o rei vivia, sentado em seu trono à espera de seu carrasco. Eis que passos surgem no salão cobertos pela névoa gelada que circundava o Império todo. Subia pelos degraus em passos curtos e silenciosos uma mulher alta vestida de azul e branco... Adentrava a sala do trono, a Rainha do Gelo...
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