sábado, 25 de julho de 2009

As Noites de Julho

O "tosco" se revela importante para os olhos e mente daqueles que tem o dom do saber. Ou melhor, o dom do perceber... Não consigo explicar o que podes e deves enxergar nas entrelinhas de alguma coisa, mas tenho certeza que aquele que as vê não vai considerá-las "toscas" ou qualquer coisa do gênero. Apenas tenho pena, daqueles pobres coitados que não conseguem nem ao menos ver que existe algo muito maior que apenas palavras aqui e em tudo...


As Máscaras da Verdade

Noites de raiva, noites em que o frio culmina e o corpo gela. Noites em que a mente se comprime e o espírito quer sair correndo feito louco. Noites em que a lua não existe, em que as nuvens são brancas como a neve. Noites de neve, noites de neblina densa e úmida. Noites de... Noites, apenas noites. Horas em que você deseja que apenas pudesse evaporar para que assim tudo o que está dentro de você se vá junto com o vento. Somente se quer acabar com a raiva que lhe invade como uma lamina brilhante, entrando lentamente na sua carne que não sente dor... São noites em que por algum motivo distinto e não importante você sente uma irá crescendo dentro do seu ser e tudo aquilo que um dia te importou agora não importa mais! Pois se eles não ligam, quem é você para fazer-los voltar? Não és mais ninguém, as máscaras estão desgastados e as fantasias velhas demais para continuarem sendo usadas, os personagens da peça são sempre os mesmos e a monotonia toma conta de tudo. Até os atores estão cansados de atuar sempre a mesma história tendo o mesmo enredo e mesmo fim. Tudo já está um pé-no-saco! Chega, a última apresentação está vindo e todos os personagens dessa vez irão morrer! Não haverá nenhuma piedade e até os menores mistérios e desavenças serão todos resolvidos, pois a história chega ao seu fim mais trágico, ou mais verdadeiro, já que é hoje que tudo o que pensamos vai sair pela boca e entrar nos ouvidos até de quem não quer ouvir. Vamos falar e gritar, sussurrar jamais! Ouvir e não querer escutar as verdades que o mundo precisa tirar da garganta, porque tudo é tão falso que nós não aguentamos mais! Chega, chega, esse é o ato final e ainda temos muita coisa para explicar, embora a platéia não pare de aplaudir, isso precisa, isso necessita ter um fim. Essa noite tudo termina, e os atores poderão voltar para suas casas tranqüilos de que nunca mais irão representar aqueles desgastantes personagens novamente. E com isso toda aquela raiva pode finalmente sair de dentro de você, mesmo que pessoas tenham se machucado e até mesmo se magoado com isso tudo, você agora é uma pessoa mais leve que consegue respirar fundo novamente, pois sabe que não tem mais aquele peso em suas costas.
O céu da mesma noite, agora começa a se tornar claro e os primeiros raios de sol aparecem no horizonte. Pode-se sentir o cheiro de grama molhada, e os passarinhos cantam o novo dia chega. Mas só agora, você está indo de volta para casa, mesmo que ferido ou até mesmo orgulho por saber que tudo ficou mais claro e que a verdade agora é suprema na realidade em que vives, podes finalmente descansar e até quem sabe dançar ao som dos pássaros e ao soprar do fraco vento da manhã... Volte para casa com a certeza que hoje será um dia em que você poderá ser você mesmo, e que aquelas máscaras viveram somente nas suas lembranças. Para o teatro não queres mais voltar, pois lá um dia esteve a mentira que noite passada você revelou. E assim como a noite que vai se passando, eu também, ficou por aqui ao dizer que as pequenas labaredas são as que mais nos queimam, mesmo que os outros não possam ver...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

As Noites de Julho

E a série continua...


A Verdade Imaginária

É em noites frias e escuras, como a de ontem, que a mente sai do corpo e os desejos mais profundos se revelam, mas não só eles, como os medos, magoas e felicidades. Quando o corpo se sente protegido de tudo e todos, consegue finalmente relaxar e deixa escapar aquelas coisas que você nunca tivera pensado antes, e que no fundo sempre quis. Realidades alternativas que lhe fazem bem e enxem o peito de confiança para acordar no dia seguinte, é quando você consegue vencer todos os seus medos e agonias, sem ter receio em errar! Expressa tudo o que está em seu inconsciente e assim vai mais longe do que pensava que poderia ir, se surpreende com as reações à suas ações e vê que é sim possível ser feliz. Com algumas horas deitado lá, você consegue viver dias e dias, cheios de aventuras, ilusões, frustações, amor, felicidade e principalmente, loucuras. As coisas que você guarda no peito são reveladas e tomam vida diante de seus olhos que sem ter outra opção, permanecem fechados até o momento em que o sol bater no seu rosto.
É sonhando que vivemos mais, vivemos tudo o que realmente queremos viver, somos quem queremos ser e podemos mais do que pensavámos! Sem barreiras, lá conseguimos sentir o que na verdade deveria acontecer no aqui e agora, pois é triste acordar e ver que tudo aquilo foi em vão e que as outras pessoas não viveram aquilo que você acabou de presenciar. Afinal, o sonho é seu e as prioridades dele se refletem no que há dentro do seu peito e não no peito alheio... É incrivel, e ao mesmo tempo triste e desesperador para aquele que se perde ao tentar ser sempre verdadeiro. Porque nesse mundo as verdades se escondem atrás das palavras que mentem e não falam o que deveriam...
Nessas noites de inverno, acredito que não só a minha, mas a alma de todos nós, consegue sair e correr pelas ruas gelidas e assim vivemos o que realmente queremos, pois estamos livres de tudo quando sonhamos, só ficamos presos ao acordar do dia seguinte...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

As Noites de Julho

Apenas um pequeno pedaço de algo que chamarei de As Noites de Julho.... O inicio de algo que pretendo terminar antes que Julho acabe, obviamente... Se não terei que mudar o nome.


As Luzes Solitárias

Mesmo que sozinho naquelas noites frias e gélidas, com o vento soprando minha pele que se arrepiava, as pequenas luzes piscantes do monitor me lembravam que o mundo estava na minha porta, mesmo que tão distante. Era como se todas as estrelas do céu pudessem me ver e viessem dizer "Oi". Sentia como se mesmo que só no meu quarto, as pessoas iam e vinham ao meu redor e todas elas se encontraram no mesmo lugar, elas todas estavam e estão sempre lá, dentro de meu monitor em algum lugar em que minha mente não consegue penetrar. O sentimento de solidão era eminente naqueles olhos vazios famintos carinho e compreensão, mas somente o vento congelante das noites de inverno o faziam companhia, era como se fosse a gelada mão de Deus tocando seu rosto e mostrando que Ele ainda se lembra de você. Que mesmo no meio me milhões de pessoas que existem no mundo, você nunca iria ficar sozinho, pois todas as estrelas estão entrando no seu quarto hoje a noite, e elas vieram para lhe alegrar e fazer companhia enquanto o majestoso sol não vem. Dentre tudo e todos que existem e vivem, alguns vinham me dizer "olá" e depois iam embora sem nem ao menos falar "tchau", era normal, mas inquietante, porque meu peito apertava a cada um que me deixava... A escuridão da noite parece tão calorosa para aquele que não tem companhia nenhuma, para aquele que somente espera o amanhecer para que o vento frio pare de soprar... As sombras sempre revelaram mais do que os olhos iluminados um dia puderam ver, e mesmo assim procuramos sempre fugir do que não conseguimos enxergar. Trágico fim sem fim, o mundo gira em um infinito de escuridão e mesmo com isso nós queremos ser a luz que ilumina do universo todo quando não conseguimos nem ao menos iluminar à nós mesmos...

Os dias escuros as vezes revelam os melhores pensamentos que temos, e eles se mostram também os mais puros e incrédulos. Cheios de emoção e verdade, nossa sinceridade escapa pelos dedos e se derrama no papel. Pelos ouvidos entra a inspiração da música que cria o clima perfeito para que possamos mostrar algo que nem o coração consegue sequer gaguejar. Nas noites que o vento sopra então, a mente consegue se libertar e o corpo entra em transe, você não sente mais nada além da liberdade e do prazer de fugir desse mundo imperfeito e cheio de verdades escondidas atrás dos bons-costumes. Lembra-se como é bom parar de enganar a si mesmo e por alguns segundos sua mente consegue até se desligar do mundo no qual você está sempre online. Mas o seu tempo de uso terminou, e aquelas mesmas luzes piscantes que mostravam que você não estava só, são as que lhe fazem sentir dor por não conseguir ficar realmente sozinho... O que é um paradoxo no qual não consigo escapar... Embora tudo esteja teoricamente em seu lugar, me sinto estranho por sempre estar a esperar... Bem o mundo me chama de volta, até porque as estrelas não podem ficar comigo para sempre, mas sei que estarão lá em cima quando eu precisar...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Perda que Não Percebemos

A inocência da cegueira

A pureza das coisas se destroi nos mais leves toques, o mundo começa a se corroer com as mais simples palavras e o que existe hoje, amanhã será pó. Sem que percebas você acaba por ficar sozinho nessa imensidão que chamamos de mundo, pois aqueles que lhe eram preciosos foram se acabando e indo na direção contraria a sua, assim como o vento que bate em teus cabelos. Longos e entrelaçados seus cabelos dançam no ar, em um ritmo que você nunca antes dançou, que nunca antes vira ou sentira, mas sabes que seus belos cachos não sabem o porque se balançam ao vento gelado. Com os braços cruzados e pertos do corpo, você fica a olhar para o mar que não lhe dá as respostas para as suas perguntas, e a água fria quebra sua concentração e faz-te tremer. Como seria bom, se fosse como anos atrás e aquele alguém viesse correndo e te abraçasse pelas costas, fazendo com que teus pés saissem do chão, e um sorriso de felicidade viesse ao seu rosto. Mesmo que naquele tempo você só quisesse crescer para poder realmente viver a vida como pensava que ela era, ou que quisesse não mais ter todas aquelas brigas com seu namorado, que faziam você passar as noites escuras chorando no seu travesseiro. Mesmo naquele tempo, com tudo o que acontecia, você sempre tinha alguém a quem recorrer nas horas dificeis, alguém que você acreditava e sabia que estaria ali contigo para tudo em todos os momentos. Você era feliz, era e não sabia.
Você nunca foi daquelas que ouvia o que os mais velhos lhe falavam, sempre achava que amanhã tudo estaria bem e que as velhas filosofias não conseguiam entender aos jovens. Tudo o que um dia tentaram te dizer, hoje quem fala é você. Até mesmo eu, tentei uma vez lhe falar que tem coisas que passam e outras que ficam pra sempre, e que não valia a pena trocar as que são pra sempre, pelas que são passageiras, mas você não quis me escutar... Falou que as pequenas coisas não poderiam acabar com o que é eterno e achou que sempre teria o mesmo tempo que tinhas. E dai o tempo passou e passou, você viu tudo o que tinha ir embora sem que nem ao menos percebesse, e aquilo que um dia você disse amar se distanciou em uma velocidade incrivel e mesmo assim com as coisas da vida e os diversos caminhos que ela possui, você não percebeu nada disso...
Hoje, aqui nesta praia, eu lhe reencontro com lágrimas nos olhos, dizendo que apenas queria poder voltar a ser como um dia foi. Para poder refazer os erros e tirar a venda que lhe puderam. Entretanto, nada pode-se fazer, pois o que passou não irá voltar mais... Agora, eu volto para você, com o ar de quem já sabia que isso iria acontecer, mas que sempre te olhou mesmo que de longe, porque você querendo ou não, eu sou um amigo-distante que vós tens. Com meu abraço aqueço teu corpo palido e gelido, e assim você volta comigo para casa hoje, mas com a condição de que nunca mais irá deixar de enxergar aquilo e aqueles que realmente lhe amam e que você sabe que é pra sempre...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Declivios da Vida

O Aleatório que faz pensar

Existem coisas que vejo na vida, que me fazem pensar que não quero as viver. Quero que todos possam ver o mundo do jeito que eu vejo e que os humanos possam notar que podem ser muito mais do que pensam que podem. Mas ao mesmo tempo tenho medo de viver o que alguns vivem. Não pela dor, não por não ter coisas, e sim pelo desespero de pensar que o significado de viver se tornaria o mesmo de existir. É caotico, é tenso, mas é a realidade. Pode até ser um ato mesquinho de uma mente doentia como a minha, mas é o que sinto quando ouço as conversas alheias, elas vem de um mundo no qual não consigo me imaginar, algo que não me é humano! São atos que me enojam e que me fazem ser mal em apenas pensar que alguém consegue ser desse jeito.
Talvez eu que seja muito inocente ainda, talvez eu não queira acreditar nas coisas que existem mundo à fora, ou talvez apenas seja uma realidade que eu não queira ver. As coisas se perdem e começo a ter medo do mundo em que eu mesmo vivo, as coisas começam a ficar complicadas e obscuras, mas é ai que me lembro de quem eu sou e do que quero mostrar para esse mundo! E que mesmo ele sendo do jeito que é, vale a pena me arriscar, pois existem pessoas por quem vale a pena lutar! Pessoas que vão sentar ao seu lado no ônibus, conversar contigo, fazer-te pensar e depois nunca mais irão voltar à aparecer em tua vida, e são essas as pessoas que mais vão te mudar, aquelas que você nem ao menos vai saber o nome e que o destino vai ser uma criança brincalhona que a colocou no seu caminho. Meramente mais um momento de reflexão ou uma marca de mudança? Quem pode me responder, por favor responda... E depois de tanto pensar, vejo que tem situações e coisas nas quais realmente não posso escapar, entretanto vou lutar para que não vire o que não quero me tornar e que as coisas não sejam como as que eu vi...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Pensamento sem lógica

O Sol que bate

Quando não se sabe o que vai acontecer, e apenas se espera que o vento pare de soprar, as nuvens se movem mais rápido do que o balançar das árvores. O sol vai iluminando os caminhos que se abrem diante de seus olhos, que fazem refletir os pensamentos que povoam a mente. As coisas se confundem em sua própria natureza e o que ontem lhe era certo hoje pode parecer errado. É complicado sim eu sei, a clareza não existe mais, pois as cores que antes você via, agora se desfocam e perdem o seu verdadeiro tom. Aquelas coisas que um dia você fez e que até pouco ainda conseguia fazer, vão se perdendo no ritmo em que o tempo passa, mas quem sabe um dia a gente não consiga voltar a faze-las? Ser criança novamente e brincar de ser inocente, querendo nunca crescer somente pra não ter que perceber que tudo mudou. Ir aos lugares de antigamente, que hoje já não são como naqueles tempos e rever todo mundo que lá um dia esteve. Deixaria o sol bater em meu rosto nos dias frios daquele tempo e não hesitaria em dizer que dali não quero mais sair, porque minhas memorias não conseguem me esquentar como a brasa daquele lugar. Uma sensação estranha de nostaugia que ao mesmo tempo que corroi cura e faz com que eu me sinta completo novamente, sem ter que correr por entre meus pensamentos loucos e incredulos. Queria que um dia pudesse reviver isso tudo na realidade, pois quando o sol bate em meu semblante, abro os olhos e vejo o mesmo teto rotineiro. Se um dia eu pudesse ver tudo aquilo que já vivi dormindo, iria fazer com que todas as pessoas soubessem o que realmente existe no interior de todo o ser. Mas enquanto não consigo isso, continuo a viver aqui, onde o sol se esconde atrás das nuvens e as vontades são mecladas com falsidade. Um mundo do qual gostaria de poder acordar e voltar para onde eu vim....