quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Perda que Não Percebemos

A inocência da cegueira

A pureza das coisas se destroi nos mais leves toques, o mundo começa a se corroer com as mais simples palavras e o que existe hoje, amanhã será pó. Sem que percebas você acaba por ficar sozinho nessa imensidão que chamamos de mundo, pois aqueles que lhe eram preciosos foram se acabando e indo na direção contraria a sua, assim como o vento que bate em teus cabelos. Longos e entrelaçados seus cabelos dançam no ar, em um ritmo que você nunca antes dançou, que nunca antes vira ou sentira, mas sabes que seus belos cachos não sabem o porque se balançam ao vento gelado. Com os braços cruzados e pertos do corpo, você fica a olhar para o mar que não lhe dá as respostas para as suas perguntas, e a água fria quebra sua concentração e faz-te tremer. Como seria bom, se fosse como anos atrás e aquele alguém viesse correndo e te abraçasse pelas costas, fazendo com que teus pés saissem do chão, e um sorriso de felicidade viesse ao seu rosto. Mesmo que naquele tempo você só quisesse crescer para poder realmente viver a vida como pensava que ela era, ou que quisesse não mais ter todas aquelas brigas com seu namorado, que faziam você passar as noites escuras chorando no seu travesseiro. Mesmo naquele tempo, com tudo o que acontecia, você sempre tinha alguém a quem recorrer nas horas dificeis, alguém que você acreditava e sabia que estaria ali contigo para tudo em todos os momentos. Você era feliz, era e não sabia.
Você nunca foi daquelas que ouvia o que os mais velhos lhe falavam, sempre achava que amanhã tudo estaria bem e que as velhas filosofias não conseguiam entender aos jovens. Tudo o que um dia tentaram te dizer, hoje quem fala é você. Até mesmo eu, tentei uma vez lhe falar que tem coisas que passam e outras que ficam pra sempre, e que não valia a pena trocar as que são pra sempre, pelas que são passageiras, mas você não quis me escutar... Falou que as pequenas coisas não poderiam acabar com o que é eterno e achou que sempre teria o mesmo tempo que tinhas. E dai o tempo passou e passou, você viu tudo o que tinha ir embora sem que nem ao menos percebesse, e aquilo que um dia você disse amar se distanciou em uma velocidade incrivel e mesmo assim com as coisas da vida e os diversos caminhos que ela possui, você não percebeu nada disso...
Hoje, aqui nesta praia, eu lhe reencontro com lágrimas nos olhos, dizendo que apenas queria poder voltar a ser como um dia foi. Para poder refazer os erros e tirar a venda que lhe puderam. Entretanto, nada pode-se fazer, pois o que passou não irá voltar mais... Agora, eu volto para você, com o ar de quem já sabia que isso iria acontecer, mas que sempre te olhou mesmo que de longe, porque você querendo ou não, eu sou um amigo-distante que vós tens. Com meu abraço aqueço teu corpo palido e gelido, e assim você volta comigo para casa hoje, mas com a condição de que nunca mais irá deixar de enxergar aquilo e aqueles que realmente lhe amam e que você sabe que é pra sempre...

Nenhum comentário: