O Sol que bate
Quando não se sabe o que vai acontecer, e apenas se espera que o vento pare de soprar, as nuvens se movem mais rápido do que o balançar das árvores. O sol vai iluminando os caminhos que se abrem diante de seus olhos, que fazem refletir os pensamentos que povoam a mente. As coisas se confundem em sua própria natureza e o que ontem lhe era certo hoje pode parecer errado. É complicado sim eu sei, a clareza não existe mais, pois as cores que antes você via, agora se desfocam e perdem o seu verdadeiro tom. Aquelas coisas que um dia você fez e que até pouco ainda conseguia fazer, vão se perdendo no ritmo em que o tempo passa, mas quem sabe um dia a gente não consiga voltar a faze-las? Ser criança novamente e brincar de ser inocente, querendo nunca crescer somente pra não ter que perceber que tudo mudou. Ir aos lugares de antigamente, que hoje já não são como naqueles tempos e rever todo mundo que lá um dia esteve. Deixaria o sol bater em meu rosto nos dias frios daquele tempo e não hesitaria em dizer que dali não quero mais sair, porque minhas memorias não conseguem me esquentar como a brasa daquele lugar. Uma sensação estranha de nostaugia que ao mesmo tempo que corroi cura e faz com que eu me sinta completo novamente, sem ter que correr por entre meus pensamentos loucos e incredulos. Queria que um dia pudesse reviver isso tudo na realidade, pois quando o sol bate em meu semblante, abro os olhos e vejo o mesmo teto rotineiro. Se um dia eu pudesse ver tudo aquilo que já vivi dormindo, iria fazer com que todas as pessoas soubessem o que realmente existe no interior de todo o ser. Mas enquanto não consigo isso, continuo a viver aqui, onde o sol se esconde atrás das nuvens e as vontades são mecladas com falsidade. Um mundo do qual gostaria de poder acordar e voltar para onde eu vim....
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