domingo, 13 de dezembro de 2009

As Plumas da Bondade

Nos braços da memória, o herói tenta alcançar a bondade que se esconde entre as sombras da vida, fazendo com que o jovem guerreiro se perca entre o bem e o mal. Destinado a ser aquele que irá render o mundo às correntes do destino e à vontade dos ventos, ele cresce na escuridão branca e branda de sua própria mente. Apesar de ser o mais desenvolvido de sua geração, seu poder indescritível ainda dorme dentro de seu peito e com raras tremulações ele acorda ainda que sonambulo para ajudar o nobre jovem. Tem por objetivo tirar do mundo as dores que ele conhece, sugar todas elas dos corações que sofrem para que ele mesmo carregue essa cruz de prata. Mas acima de tudo ele sabe que não conseguirá fazer com que todos o aceitem e entreguem a ele a mais saborosa dor, mesmo que essa os sugue a essência da vida e faça com que seu peito se torne frio e vazio. A humanidade receosa desconfia de toda a bondade que o jovem possa demonstrar e dissimula a verdade que há em suas palavras, fazendo com que as intenções sejam corrompidas por esse sentimento de egoismo humano que os domina.
Minado por desespero de não conseguir se abster das virtudes nas quais os deuses concederam, ele se confunde em sua natureza e pede que alguém lhe explique da onde vem tais atitudes que emanam pureza e se desfazem na honra do humano que não aceita aqueles atos inesperados. A esperança surge quando o crepúsculo se mostra real e o sol dá seu adeus no horizonte que espelha a grandeza da beleza natural, pois é ai que os poderes ainda adormecidos começam a acordar... Implicitamente as coisas começam a mudar e tudo parece com ele concordar. Mas os acontecimentos se divergem e tudo volta ao seu lugar, porque é assim que funciona o mundo... De volta a sua cela de solidão o guerreiro vê que seu esforço não fora em vão, pois dali mesmo pôde presenciar o nascer de um novo ser, algo que vai além do que qualquer um poderia prever, nasce em seu peito um pequeno sentimento que se diz ser amor. E com ele junto consigo, nosso herói pode finalmente justificar a bondade que quer espalhar...

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