sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Demonio Branco

The White Devil

Dormindo na escuridão da noite e voando baixo pelos zumbidos do vento lunar. Ele se esconde pelas copas úmidas das árvores e se mistura com o cenário sinistro do meio da madrugada. Sem que ninguém que habita a rua consiga percebe-lo, se aproxima das vitimas como um lince prestes a atacar sua preza. As luzes da cidade não conseguem afugentá-lo, acostumado com a luminosidade da vida moderna ele se camufla nas sombras do asfalto e se faz presente em tudo o que é lugar. A cima dos predios mais altos, observando de lá tudo o que ocorre na cidadela em que vive esse pobre e jovem demonio, tentando entender o que se passa nos corações dos humanos lá embaixo... Seu peito dói sem razão e as asas enrijessem com a fina chuva que cai torrencialmente; abraçado em seus próprios joelhos, apenas deseja que essa sensação ruim termine de uma vez para que ele possa novamente poder voar livre pelos céus, sem que seus olhos fiquem ofuscados com as luzes da metropole dos humanos.
Descendo pelas muralhas de concreto ele corre na vertical para poder sentir a liberdade batendo-lhe no rosto molhado pela chuva gelida. Sua mente é mais veloz que ele próprio e o turbilhão de pensamentos transcendem o agora, para que a mente entre em total colapso! A maravilha da mente se expressa por aqueles olhos castanhos profundos que se deleitam em água doce. O demonio branco apenas corre em direção do chão esperando encontrar um motivo para a sua dor e insatisfação, algo que o faça querer que o amanhã chegue e que as esperanças de que o futuro será melhor não acabem no ontem. Mas com o medo que o domina a poucos metros do chão, ele deixa que o vento o domine e faça-o se erguer em direção de seu lar, para que assim possa novamente descançar, pois o dia que se aproxima é mais um que ele terá que aguentar e continuar vivendo.
Pousa em sua janela e esconde as asas de luz que possui, recolhe-se em solidão e deita lentamente em sua cama deixando com que a mente em nada pense, porque assim e somente assim, pode se ver livre das coisas que corrompem seu coração que de nada mais entende. Fecha os olhos e no último suspiro do hoje, deseja que amanhã possa voltar a ser o que nunca foi, uma pessoa comum...

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