sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Cavalo e a Música III

Sometimes I feel alone... I feel that in the true, I was aways alone...

As paredes se fecham ao redor da mente e de si mesmo, fazendo com que o espirito claustrofóbico nasça e se espalhe por todo o corpo. Aquelas trevas estão se aproximando tão rápido, e meu corpo parece clamar tanto por elas que me leva a crer que fazem parte de mim. Tudo se revela aos poucos e a escuridão absorve toda a luz que ali havia, o brilho negro domina o ar e resplandesse pelos céus. As mãos tremem de medo, um medo que já o dominara uma vez, e com ele a certeza de que aquela era a única opção, era a maneira de dar um fim ao sofrimento eterno de uma existência. Entregar-se as trevas como antes já fizera, as sensações de frescor e aconchego o fazem não resistir a essa tentação... Mesmo que tão assustadora, fina, dura e gélida, essa sensação de ser dominado pelas trevas era ao mesmo tempo confortavel, acolhedora e prazerosa. Só quem viveu sabe, e quem não sabe, é porque não experimentou sua essência e sua forma absoluta, pois não há como se esquecer e nem menos diminuir sua maldade. Mas ao mesmo tempo... Ao mesmo tempo ela é a resposta, a chave para que tudo se liberte! Através da escuridão iremos encontrar um lugar no qual pertencemos. O misterio que ronda as brumas da vida, me impede de ir mais adiante na noite e as estrelas do céu não o deixam ser totalmente negro. Assim como ocorre comigo algo pequeno dentro de mim não permite com que me entregue as trevas que se aproximam, uma coisa que não sei o que é e da onde vem, mas é essa pequena fonte de luz que faz com que as mãos tremam de medo e o corpo se arripie quando vê que a imensidão negra está perto.
Sempre foi assim, sempre vai ser... Pois no final, na verdade verdadeira, na realidade alheia, todos sabem, eu sei, que estou sozinho afinal de contas. Aqueles que rodeiam se vão assim como vem e a importância que adquirem quando passam por mim apenas os fazem ir mais longe e a mim destrói aos poucos. Como em uma multidão que a cada esbarrão um pedaço de meu corpo se vai e a pessoa que passou fica mais forte... Uma multidão que não me é estranha... A fúnebre cena sem cor que meus olhos já presenciaram uma vez, entretanto não consigo me lembrar onde... E ao longe posso ver aquele ponto de luz que emana seu calor como se estivesse a centímetros de distancia... Acho que já tive essa Lembrança...

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