A Velha Profecia I
A vida gira e corre incessante enquanto os ventos sopram sublimes pelos ares do outono. Lá ao longe naquela encosta, o mar faz com que suas ondas arrebentem contra as altas pedras que protegem a praia desde os tempos antigos. Uma fortaleza natural erguida pelas forças de algo que vai além de nossa compreensão... E é lá, na pedra mais alta daquela enseada que aquele homem está sentado apreciando a vista e a brisa que vem do mar. Queria eu saber o que aquele velho homem faz naquele perigoso lugar em uma hora dessas, afinal são seis horas da manhã e a névoa mal e mal começou à subir, na verdade não sei nem ao menos como consigo enxergá-lo daqui. Queria eu ter coragem de ir lá e apreciar essa beleza que apenas vejo de longe, poder ouvir o som das ondas batendo nas duras rochas que fazem com que as gotas d'agua sejam jogadas aos ventos.
Como se ouvisse uma voz, tive a sensação de quem alguém me chamava, mas não poderia ser verdade, afinal não havia ninguém ali além de mim e daquele homem que estava lá ao longe. Impossível de sua voz conseguir transparecer a névoa, a umidade e a distancia para chegar em meus ouvidos. Mas eu tinha a certeza de que alguém tivera dito para mim ir lá na ponta da enseada onde jazia aquele velho homem. Os ventos levemente começaram a soprar conforme eu ia me aproximando do extremo da enseada e entrando mar à dentro, era como se realmente algo me chamasse, podia sentir no peito uma sensação estranha e pulsava ali em tom de ansiedade um sentimento jamais experimentado antes. Ao chegar perto, pude ter a certeza de que se trava realmente de um velho homem, seus cabelos brancos lhe entregavam a idade, mas a postura era um jovem assim como eu. E mesmo sem que fizesse barulho ele disse com uma voz aveludada "Seja bem-vindo meu rapaz, esperava-te há tempos.". Não consegui entender do que se tratava, mas meu coração batia em um ritmo tão acelerado que parecia que iria explodir. Foi ali então que eu o reconheci...
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