segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os Últimos Dias de um Velho Combatente

Prólogo

Os dias de outono são cada vez mais curtos, tanto que o sol já não nos ilumina mais como uma vez o fizera. As palavras que criavam harmonia hoje possuem espinhos altos que impedem que alguém se aproxime delas. Toda a delicadeza e sensibilidade lhe foi arrancada do ser e se faz ausente em um momento em que deveria existir um coração de fogo dentro do peito...

Reino de Fogo

O prólogo resume a história que existe por de trás de meus domínios, onde ninguém além de mim consegue enxergar. Já não sei mais até que ponto que minha loucura me dominou, mas gostaria de poder encontrar um pouco de verdade nesse mundo tão contraditório. Pois viver de algo que não se sabe o que, vira uma sina que perpetua durante os anos e faz com que pareça que estacionei no tempo, simplesmente parei e não me movi mais. Só que ainda assim, ainda que eu tenha feito isso a humanidade continuou seus passos lentos e suaves na estrada do tempo... Assim, eu, o rei de meus domínios, envelheço sem perceber e os anos correm como o vento que dança em meus cabelos. Toda aquela inspiração se vai e o vazio assume seu lugar, o que antes era lindo e perfeito hoje é apenas mais um, algo que sai como um desabafo mudo
e sem sentido para que o mundo todo veja aquilo que não se pode saber.

As lendas se foram com a melodia dos tempos antigos e os dragões mortos pelo esquecimento dos contos de magia, hoje tudo é realista demais e os sonhadores perdem o brilho que um dia tiveram. Já não mais acreditam em magia ou contos impossíveis, pois agora tudo tem de ter uma explicação e um embasamento teórico senão não é verdade e não posso acreditar. O coração das pessoas hoje é uma fortaleza de gelo impenetrável que resiste à qualquer ataque que possa vir do mundo exterior, mas aos poucos vai derretendo internamente e mostra o quão frágil pode ser. Assim o calor da fantasia se extingue e tudo começa a ser realmente gelado, uma nebulosa de temperatura baixa e o triste vento da solidão. O mundo todo se isola do fogo da superstição e não deixa com que a imaginação entre em seus domínios...
E assim se fez o inicio do isolamento e a mudança do ser que teve suas fogueiras apagadas pela escuridão do gelo de vidro que envolve ao seu redor...

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