Estrelas da Vida
O mundo nunca brilhou de verdade, nem hoje nem nos tempos em que a luz que existia provinha de velas. Tudo sempre foi escuro e denso como uma floresta. Onde o vento ressoava pelas árvores e as copas dançavam em seu ritmo calmo e delicado. Há tempos atrás respirávamos vida onde quer que estivéssemos, a natureza em si fluía como as ondas que correm para a beira-mar. Podíamos nos perder na neblina a acabar encontrando um outro lugar, tão maravilhoso que a imaginação não consegue criar imagens nas quais sejam semelhantes. Vivíamos intensamente, livres e sem qualquer preocupação, ouvindo o som longínquo das gaitas do norte que ecoavam pelas montanhas verdes e virgens. Sob o céu iluminado com as luzes da vida éramos felizes e corríamos com o gamo pelos campos do mundo à fora. A noite acolhia à todos nós e nos dava o dom da vida como se descesse do céu a energia que ligava os mundos, passando pelo nosso corpo e entrando em sincronia com a terra pulsante.
Hoje as coisas se tornaram cinzas, as brumas não existem mais e as crenças emburrecem. Somos o que somos e o sistema que criamos nos controla impiedosamente. A liberdade nos foi tirada e levada pelos ventos que sopram em direção à ilha esquecida. Nem mais o céu mostra seu sorriso de estrelas jovens e as lágrimas do meu eu caem no vão temporal do aqui e agora. Ah como quero voltar para aquele lugar que um dia chamei de lar... Lá na ilha onde o sol colore os céus e toca aquele som de harpa que calma e relaxa. Quero voltar para o meu lar no além mar...
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