Os Olhos Teus
E é do sentimento mais puro que não deveria ter vergonha, mas é inevitável, é impossível não ter! Pois meu olhar toca o seu e o tempo pará e retrocede. Te vejo como aquela menina que eu ainda não conhecia, mas que os olhos me convidavam a conhecer um mundo totalmente novo e diferente do que eu conhecia. Por alguns segundos vejo o mundo que existe àquela época e como nossas inocencias estavam a flor da pele. De certo modo éramos felizes sem saber. Mesmo que o peso caísse sobre meus ombros e não tivesse força para aguentar, eu ainda assim estava tranquilo, pois imaginava que um dia tudo ficaria bem. E assim não pude olhar para trás e encarar seu rosto ao ouvir as palavras que ali estavam escritas. Não havia como fugir, eram minhas letra que desenhavam aquelas páginas cheias de sentimentos e experiências, era eu enfim. Senti o corpo todo se auto contraindo e o sangue circulando rápido, fazendo com que o coração acelerasse assim como o carro. Desviei o olhar que sempre tornava a encontrar o seu que retruia pelo espelho. Faziam anos e aquelas inocentes palavras ainda me afetavam, mas e como não, não é mesmo? Afinal era a verdade daqueles tempos que estava toda ali descrita. Era eu, um eu que eu mesmo traduzi para a linguagem que todos pudessem entender. Pouco me importava com o que iriam pensar quando escrevi aquilo tudo e pus o sangue lá. De corpo e alma, era meu eu feito de papel. E pensar que aqueles eram apenas os primeiros textos, dentre tantos que haviam naquelas páginas já amarelas... Ah o antigo caderno vermelho...
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