quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Fim da Tarde

O Estranho Vento

O mundo gira lá fora e ninguém sabe o que está por vir, em um momento sublime da tarde aquele vento familiar sopra e faz balançar os cabelos das damas que ali estão. O céu não esconde sua beleza e não deixa que as brancas nuvens o tapem e que impeçam os raios do sol à terra chegar. Tudo aquilo se foi como a tarde já está indo também, um leve momento de pensamentos sem lógica e sem rumo, se foi em uma rajada de vento brusco. Fez-me ouvir o grito que aquele assovio deu, ao passar pelas árvores e fazer suas folhas dançarem nos galhos, e com isso pude perceber que o crepúsculo chegara e estava na hora de me recolher. Pois a fria noite novamente chega e com ela a certeza que a solidão vai invadir meu quarto como a luz que o ilumina, sem piedade e com muita carência ela vai se aprochegar e deitar sobre meus ombros. Então, vou saindo daqui e deixando aquelas damas que os cabelos balançam pelos ares e as árvores que cantam essa melodia antes que anoiteça. O rio que é lago, me parece tão belo e tão calmo hoje, mesmo que o vento daqui seja até agressivo, é gostoso de sentir-lo batendo no rosto, pois refresca o calor que o sol trás. Cheio de sensações distintas, estou indo embora, preciso chegar antes que escureça, porque eles estão esperando pela minha presença. Mas é quando tento ir, que esse vento forte e gelado começa a soprar e bate no meu corpo com força, como se dissesse para mim que dali eu não saio, pois há algo que ainda preciso ver. E ele não se engana, pois na minha frente aparece algo que achei que nunca mais iria ver, que realmente não queria ter de novo, entretanto, fez-se assim obra do destino, e no meio daquela multidão de damas e cavalheiros eis que me aparece esse fantasma. Sem demora, fico perplexo e estupefato, o aroma continua o mesmo que um dia foi, e aqueles cabelos brilhantes dançam no ritmo do vento que os guia. As palavras tremem ao sair de minha boca, perdem o tom que deveriam ter, mas mesmo assim ainda as fazem entender. Elas falam por si só, não é preciso que eu traduza o que essas palavras querem realmente dizer. A rajada que vem agora é mais forte do que antes fora e os pensamentos ficam embaralhados com o vento que os atingem, assim ao passar esse sopro do destino, aquilo que antes ali estava, simplesmente sumiu sem explicação....
Não preciso muito pensar para saber que para casa devo voltar, já deu minha hora e o crepúsculo realmente se aproxima, o sol fica laranja e tinge o doce azul do céu em um tom degrade que enlouquece o mais são dos sãos. E aquele estranho companheiro, agora fraco e calmo, não me diz nada enquanto caminhamos. Não quero respostas, e sim uma explicação, mas se realmente o conheço, ele irá me explicar em breve... Muito breve... O porque dessa repentina volta e troca de direção da ventania da vida. Grato, por me acompanhar, agora para casa eu posso voltar.

Nenhum comentário: