Idas e Vindas de Um Velho Conhecido
As imagens perdem a cor e a vida, tornando-se meras imagens solidificadas que não conseguem mais se mover, nem passar a animação que antes tinham. Toda a pureza que um dia tiveram se foi como a luz que correr livre por entre os planetas mais distantes do cosmos, procurando por um lugar que possa chamar de casa e que haja um outro alguém para que possa morrer junto. Sempre estivemos, sempre estaremos sozinhos, a alegria é passageira e depois de visitá-la você volta para a sua casa de solidão e trevas. É a imensidão que lhe acolhe e convida para que não tenha medo de se entregar... De peito aberto sem receio nós vamos indo em direção do desconhecido que se estende pelo horizonte dos olhos azuis e profundos como o mar que se expõem em nossa frente.
Porque o coração ainda chora sozinho lá no passado? É a pergunta que reluta em bater nas grandes portas do coração, mas a resposta não sei, pois já perdi há muito tempo alguma esperança ou fé em crer que algo realmente pode acontecer. Algo que irá de alguma maneira mudar tudo aquilo que até agora já estava escrito no livro do amanhã, e assim fazer com que a vida como conhecemos fosse totalmente reciclada e reformulada. Não existe mais nada que possa fazer com que meus passos voltem no tempo, não há nada que faça com que o caminhar lento e continuo retroceda e faça com que os erros sejam corrigidos. Da mesma maneira como não vamos conseguir fazer com que o sangue que foi derramado volte à circular, pois os passos daquele velho senhor de cabelos brancos não são para atrás, ele jamais sequer olha para trás... Suas vestes brancas denunciam quem ele é e o que faz aqui entre nós meros mortais; olha para os arredores e ri como se já soubesse de tudo e que todo o esforço daquelas pobres criaturas fosse em vão, entretanto quando esbarrei naquele senhor, vi que ele tivera se surpreendido e por um momento ficou perplexo com o ocorrido. Dirigiu-me a palavra e falou o que eu jamais irei esquecer: "Nem o tempo pode mudar o caminhar do destino, mas pequenos atos conseguem deslocar sua tragetória de maneira com que ela se perca por alguns instantes. Instantes que podem ser anos...". Ao terminar esse dizer, ele pegou sua bengala e se perdeu em meio aos milhões que por aquele caminho passavam, se foi sem que eu soubesse ao certo de quem se tratava... Talvez fosse apenas um velho louco, de terno e gratava brancos que estava perdido pelo mundo, ou fosse quem sabe até alguém que eu já acreditava não mais acreditar, ou ainda seja o velho com espirito de criança que brinca alegremente de escrever os próximos capitulos da vida de cada um...
Ainda assim o coração que parou lá atrás continua a ver as coisas que os olhos não mais enxergam e mostra o que está sendo refletido na intimidade da alma. E é nos dias escuros e chuvosos, ou nos dias de frio, vento e sol que ele vem à nós e nos mostra sua face que faz com que os olhos possam ver aquilo no qual eles tinham se feichado há muito tempo atrás, aquilo que sempre procuramos fugir por medo de ser real... Aquilo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário