terça-feira, 27 de abril de 2010

Lâminas do Tempo

Onde os Oceanos se Cruzam

Até as mais fortes pedras um dia quebram e se estilhaçam em pequenas partes ou até mesmo em migalhas. Os grandes fortes de batalha um dia também perecem e seus murros gigantescos são corrompidos pelos guerreiros do tempo. Pode não parecer, mas tudo o que existe um dia se quebra, até mesmo corações... Por mais que pareça que nada o atinge, que nada venha e me cause estrago, eu sangro por dentro a cada palavra que me é deferida para machucar. Por fora nenhum arranhão, nada se mostra, nenhuma marca, nenhuma cicatriz, apenas a rigidez que já estava ali. Impávido como o colosso, inabalável como a muralha da china, raramente você verá se rachar, entretanto no momento que quebrar é como qualquer momento que existe na terra: não queira estar embaixo. Hoje, vejo que as rachaduras que possuo no peito me fazem cada vez mais humano do que eu um dia pensei ser, e causam cada vez mais dano aqui dentro do peito que sangra lentamente como a nascente de rio. Quem vê acha que tudo esta bem no interior da fortaleza de rochas antigas e implacáveis, entretanto ao olharmos dentro dos murros que a cercam podemos ver que não existe mais nada ali, o vilarejo todo se foi e restam apenas as ruínas do que um dia foi uma grande civilização... Espero que um dia isso tudo aqui se recupere e possamos ver novamente a vida nascendo dentro desses murros amedrontadores.

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