sexta-feira, 30 de abril de 2010

O que se perde nas margens do tempo...

Muito Longe para não Voltar

Entenda como quiser, quando eu dizer que quero voltar para a minha terra natal e sentir os ares daquele lugar, onde a grama é mais verde, onde o ar é mais puro e as pessoas são mais verdadeiras. Deixe com que sua mente voe livre pelos céus azul que minha terra tem e que mergulhe em um rasante nas belas cachoeiras que lá existem, pois assim vais entender um pouco do que sinto quando meu olhar se volta para aquele lugar. O corpo vira só carne e fica parado ali nas sombras frescas das copas das árvores enquanto meu eu segue viagem mundo à fora, descobrindo trilhas, admirando a natureza que nasce ao seu redor e correndo por entre as árvores e as nuvens como se tudo fosse um e um fosse tudo!
A alegria é contagiante e a música se torna natural em sua mente que está a todo o volume, sempre mais rápido mais rápido! Todo o mundo parece flutuar a baixo dos seus pés e lentamente o ritmo da vida que o rodeia vai diminuindo e diminuindo, quando você se dá por conta o que existe ao seu redor já é irreconhecível e o medo lhe sobe a garganta. Não há nada ali que lembre seu lar, as árvores são escuras, tristes como uma floresta morta, o silencio é aterrorizador e o clima úmido deixa o cenário ainda mais de arrepiar a espinha. Os olhos já não mais conseguem iluminar a noite que vem descendo seu véu sobre o céu azul de nuvens brancas, pouco a pouco as coisas ao seu redor vão se tornando negras e sua sombra se perde no meio daquela floresta. Seus pés não podem mais o elevar aos céus, pois o medo o torna demasiado pesado para que consigas voar e a mente só pensa em correr para o mais longe possível, entretanto não importa para onde você tente olhar, todos os caminhos irão lhe levar para o mesmo lugar. Mas então é quando você lembra que o seu corpo está não muito longe dali escorado em alguma árvore, e nesse momento seus olhos abrem... Você está novamente em seu corpo quente que lhe é tão confortavel, o tamanho exato para sua alma. Mas ao ver o que realmente seus olhos enxergam, você vê que nunca tivera saido de seu quarto e que aquela noite ainda não acabou...
Então sozinho as lágrimas lhe caem do rosto que não consegue ter nenhuma expressão facial, apenas a dor que lhe escorre os olhos faz com que possamos perceber o que ele está a sentir por dentro daquela carapaça de carne e osso. Mal sabia ele que aquilo era apenas o começo, apenas o retrato do presente, um quadro mal acabado ainda estava por vir, uma arte que é preciso terminar e assim por-la lá nos confins do salão... Mas você não sabe como é minha terra, não penses que ela é má ou que não presta, nada disso! Olhe com os olhos daqueles que nada vêem, ouça com os ouvidos de quem não pode escutar e sinta com o coração daqueles que já se foram, assim você quem sabe vai poder entender o que quero dizer quando falo que quero voltar lá para aquele lugar que é meu lar.

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