Imperfeições do Eu
Há certas coisas que gostaria de falar, há certas coisas que não sei como dizer, há verdades que não consigo sempre esconder. Existem tantas e tantas coisas aqui comigo. Existem caminhos que não sei traçar, que só conheço como andar depois que estou neles, mas o que adianta se eles não consigo encontrar. Uma vez me perdi e quando vi já estava em uma longa estrada que muito me ensinou. Percorrer o mesmo caminho é burrice, mas a vontade que cresce no ser faz com que isso passe a ser uma possibilidade mesmo que esteja claro não iria dar certo. Das montanhas já conheço, os desafios continuam o mesmo e a roda giraria da mesma forma e ritmo. E o moinho não pode ser sempre o mesmo, ter sempre a mesma rotina.
Dos ares novos que me trazem aqui, das coisas que correm e morrem por terra, eu não posso falar. Falharia só em pensar, me desanimo em dizer e não arrisco para não obter. Seria direto demais, cru demais, seco demais. Nesse mundo em que tudo precisa ser embelezado, bezundado com o tempo e retocado com uma falsidade lisa tão fina como uma simples película de água, para que tenha a cor intensa da verdade nua e crua, tudo se faz mais difícil e irreal ao mesmo tempo. Onde os mais incredúlos possuem mais, onde aqueles que não pensam e que não hajem são mais valorizados, nesse mundo de cabeças pro ar. Eu não consigo viver em paz. Pois de tudo o que guardo em mim, queria dizer aos ventos... E então todos apaixonados ficariam pela virtuda que afloraria no ar e viveria nos ventos dos quatro cantos do mundo, purificando toda essa horda de ilusões.
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