sábado, 9 de julho de 2011

A Língua das Estrelas

O Futuro de Amanhã

Por mais que eu queira esquecer, por mais que queira simplesmente arrancar essas memórias da minha mente, ela própria faz uma armadilha para mim e me põe nas entranhas dos meus próprios sentimentos. Me faz sentir simples, frágil e quebradiço, e no meu peito sinto que nada mais reside, somente há um pequeno vazio envolto de estrelas e planetas solitários. Por mais que eu queira, eu não quero. Isso está certo afinal? Os diferentes momentos da vida me levam sempre a voltar a pensar e repensar, volto para as diversas memórias que não quero mais lembrar e vejo como sorrir era mais fácil naquela época. Tudo era mais leve e acho que até minha mente não fervia tanto em pensamentos malucos como hoje. Era inocente e ingênuo enfim. Levei em diante o que não tinha mais cura, tentei fazer com que o impossível fosse possível e minha burra esperança durou anos e anos. Mas finalmente quero desistir de tentar, cansei. Foi olhando para as estrelas que descobri que seus brilhos estavam somente em meus olhos e não de fato nelas. Então tudo o que fiz foi em vão e eu mesmo me encarregarei de pôr fora. Mas são minhas lembranças as responsáveis pela sobre-vida que ano após ano isso ganha aqui no meu peito. São essas palavras, momentos, sentimentos e tempo que fazem com que eu não queira simplesmente esquecer. Poderia ser mais fácil.
Dói no peito essa dor que parece uma chama que lentamente vai queimando minha carne de dentro pra fora, sem fazer calor algum. Uma chama fria que conforta minha alma na calmaria das noites sem luar. Algo que faz com que o corpo todo trepide e me faz sentir como se fosse apenas uma casca prestes à quebrar. Se pudesse escolher, gostaria de ter esquecido isso tudo muito antes. Se pudesse escolher eu não iria ter do que lembrar. Entretanto não me sobra outra escolha, outra alternativa; vai ser como se eu próprio me apunhalá-se, mas é o que tenho que fazer. Arrancar à força essas memórias e fazer com que elas jamais tenham acontecido, pois quando rever tudo o que um dia foi, apenas a indiferença vai transpassar meus olhos lúcidos do esquecimento. E daí então espero que tudo não aconteça de novo, nesse novo começo de um futuro próximo...

Nenhum comentário: