terça-feira, 29 de junho de 2010

O Sonho Negro


E aos poucos ela foi-lhe tirando tudo o que tinhas. Já não lhe restava nem o calor do corpo, nem a pureza da alma. Tudo foi sendo tirado e levado embora por aquelas mãos que nada pode deter, pelas mãos da vida. Sem rumo, sem motivos, sem nada. Apenas a estrada é o que lhe resta, apenas aquele longo caminho para algum lugar que ele não sabe qual é, e afinal, quem se importa qual é o lugar? Um homem que já não tem mais o que perder, que possui a alma manchada e a mente saturada da vida suja que o envolve, esse homem já não se importa mais para onde está indo. Aquele que acreditava no mundo, acreditava que existia algum motivo pelo qual ele deveria continuar vivendo, que acreditava que o mundo podia ser diferente do que eles falavam quando ele era pequeno. Que as trevas da noite não eram tão frias e pontiagudas, que machucariam quem as tocasse. Ele creia em um lugar onde tudo era mais alegre, mais vivo, mais real. Mas o que ele viu quando saiu de seu quarto foi apenas a confirmação de toda aquela realidade bizarra e medonha que os adultos falavam para ele. "O mundo lá fora não vai te proteger", mas nunca tinham dito que o mundo iria agredir também... A vida não olha à quem toca as pedras, ela simplesmente as arremessa e dane-se se feriu alguém. As batalhas contra si mesmo são tão intensas que a cada cicatriz uma lembrança de um erro, a cada passo um pensamento e a cada vitória uma desilusão. Aquele homem que ousou sonhar demais, hoje caiu no precipício da verdade, por acreditar nos homens, por crer que a humanidade poderia realmente ter algo de bom. Foi devorado de dentro para fora sem piedade, e as espadas invisíveis atravessaram seu peito sem pudor algum. As lágrimas nos seus olhos secaram e hoje vertem para dentro do próprio coração que queima com essas lágrimas ácidas. A cima de tudo, ele ainda viu seu reino desmoronar mesmo que nunca tivera sido um rei, e as paredes do castelo caíram sobre seus sonhos fazendo-o surtar de desespero.
Mesmo que tente explicar, eles nunca vão entender senão sentirem. Se não virem que é real, jamais saberão o que a dor proporciona, essa experiência incrível de mergulhar num mar de trevas na escuridão da noite sem luar. De ficar parado na praia e sentir o vento chicotear seu corpo desprotegido, e de finalmente sentir-se sozinho no mundo, saber que sempre estará só, não importe o tempo que passe ou quantas vezes volte...
E daqui de cima vejo aquele pobre homem que hoje chora lágrimas negras e densas, que escorrem em seu peito e penetram na alma que aos poucos escurece e um dia nunca mais irá sorrir... Espero que consiga ajudá-lo antes que seja tarde demais e não haja mais um caminho de volta para ele. Até lá ficarei aqui guiando para um futuro que possa ter ao menos um feixe de luz...

sábado, 26 de junho de 2010

Um Pequeno Demônio Negro

No More Lies
Parte 2

"Tanto tempo depois, finalmente cansei de ser, de tentar ser quem não sou. O tempo me passou como as águas de um córrego e me levou com a correnteza. O vento forte me secou e deixou doente de maneira que não pude mais sentir minhas pernas, o gelo crescia dentro de mim e subia em meu corpo. Sem forças para gritar, sem ninguém para ajudar eu desisti de tentar... Entreguei-me ao relento, as forças dos ventos, ao acaso que iria me levar daqui para algum lugar. Certamente sem idéias, nem pensamentos que pudesse tirar proveito, eu me deixei inundar por aquele sentimento e dali em diante senti confortável, senti como se finalmente tivesse me tornado um só. Era algo berrante e delirante, não me deixava andar nem falar, mas conseguia sentir tudo ao meu redor..."
As nuvens desceram dos céus e vieram saudar seu mais novo filho, a cria das águas calmas.
Não havia mais nada que pudesse interromper o crescimento dele, nada que conseguisse parar o seu destino, pois o vento negro já soprava bem como aquela vez na floresta. O mundo estaria aos seus pés novamente se não fosse por aquele pequeno detalhe que lhe foi escondido lá tempos atrás. Apenas eu vi, apenas eu sei. Vi aquela ponta de luz penetrar-lhe a carne e ouvi claramente o que ela disse, que agora ele tinha o poder da escolha algo que nunca tinha sido dado à ela, ou seja, ele poderia escolher o destino de sua vida. Nada fiz, não movi um músculo sequer, pois aquelas simples palavras me cairam como plumas na mente, e nem os ventos ou a floresta ali na volta discordou.
"Hoje não quero mais, eu não sou esse que você vê, que você viu! Quero que tudo comece de novo, um novo fim, para que eu possa começar um novo inicio! Tudo diferente, tudo novo. Chega dessas meias palavras e falsas verdades, onde as pessoas não são o que realmente são e as palavras ficam somente na boca dos que falam. Cansei de tudo isso. Vou deixar-me dominar por essa força que senti que vem de cima, de um lugar distante no qual eu pertenso, um reino no qual o rei sou eu... Isso vem de lá, onde as pessoas são verdadeiras, onde não existem máscaras e tudo é mais alegre, lá existe vida de verdade. Não vou mais segurar minhas rédeas, o tempo passou e aquela criança chorona ficou para atrás, ainda que meu peito se faça em migalhas, eu irei ser eu mesmo, ser o que nunca fui, ser verdadeiro e falar sem medo. Essas mentiras já me consumiram por tempo demais e as cinzas daquela antiga foqueira não me queimam mais. As cicatrizes que possuo no peito me trazem orgulho e me fazem lembrar do mau que posso causar, dos erros que cometi e da maneira pela qual paguei. Deixarei que esse eu se liberte e deixe de viver somente em meus sonhos, e farei isso agora!"

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um Pequeno Demônio Negro

Ilustrimente venho lhes apresentar esse conto que a mente criou do reflexo da alma, onde uma criatura nasce da plena escuridão. Essa é apenas a primeira parte do relato, uma história a ser observada nos pequenos detalhes, pois cada palavra, assim como as sombras, escondem algo...


Nascimento do Fogo

Parte 1

Da noite vem a lua, a inspiração. Aquele medo que brota no peito e cresce até chegar na boca que saliva de ansiedade, esperando o momento que virá a seguir. O calor é extasiante, chega a ser difícil pensar e se concentrar em tudo o que pode acontecer essa noite. Pelo menos podemos sentir o frescor que vem das águas daquele pequeno rio ali adiante, vem com o vento como se fosse uma brisa do mar que acalma e faz diminuir a sensação sufocante que o calor provoca. Infelizmente o cheiro de sangue permuta no ar e deixa o clima pesado demais para que possamos desviar nosso pensamento da realidade que os olhos estão prestes à ver. Bem aqui na nossa frente ele vai nascer, virá para por tudo em ordem ou destruir tudo aquilo que à ele se opor, tudo é relativo, mas creio que sua concepção será um sucesso. O mundo irá testemunhar o seu poder quando ele crescer, quando se tornar rei e mudar a sociedade como ela deve ser mudada, seja pela guerra seja pela paz.
A floresta anseia por esse momento que já já irá chegar, ela quer isso, necessita disso. Ele vem para ser o equilíbrio natural, um enviado pelos céus negros, o escolhido para reensinar as pessoas o propósito pelo qual todos estamos aqui. E nós? Apenas bons mensageiros encarregados de sua estadia aqui em vida. A voz das árvores é ouvida pelo nosso guia, é um som de tamanha plenitude que parece ser uma melodia cantada pelas vozes da floresta, pelas próprias vozes da vida, como um coral inteiro de almas cantasse sua chegada. Tenho certeza que dessa vez ele virá, é o que os ventos estão me dizendo, é o que a floresta fala, é o que meu coração grita. A única coisa que me faz ficar receosso é que esse sangue que paira no ar gruda na pele por causa da umidade e do calor que nos faz transpirar. É muito forte, é tão denso que o ar fica pesado e canso mais rápido por não conseguir respirar direito. Pelo menos já estamos chegando, e ele também já está chegando, posso sentir isso e sei que eles também podem....

quarta-feira, 16 de junho de 2010

100

As Curvas do Tempo

Como uma estrada de uma só mão, que somente vai e vai... Belissimas histórias o tempo tem para nos contar, são tantas que nem sei por onde começar. Conheço aquela que nunca me saiu da memória, que depois que ouvi me reconheci na história... "Nada fazia sentindo naquele deserto e a tempestade de areia se aproximava lentamente. O anuncio dos céus estava dado, e tudo aquilo que conseguia-se ver estava pintado nas cores da solidão; Foi ai que então, que entre as nuvens de poeira pode-se avistar de relance aqueles olhos escuros no meio da tempestade. Quando tudo se fez escuro, quando as nuvens beijavam o chão, quando todos caiam de joelhos sem reação, quando as lágrimas escorriram lentamente, nesse momento uma voz ecoou pelo deserto e naquele mesmo segundo tudo parou. O mundo não quis se mexer. E no momento que veio depois..." Não sei mais da história... Hoje as palavras já não tocam a mesma música que um dia tocaram, hoje o véu iluminado pelo escuridão cai sobre mim e as coisas todas se disvirtuam em minha mente, como se nada fosse real. É em um dia assim que não consigo prever minhas ações, que sou uma caixinha de surpresas prestes a explodir. Todos sabem como é se sentir assim, afinal nós temos um limite no qual não é nada legal ultrapassar, e o meu já foi há tempos. Então não me venha com papinhos sobre amizade, amor, ou papos triviais, pois eu não aguento 'mais do mesmo', quero coisas diferentes! E por isso sigo caminhando nesse labirinto de imagens que se apresenta à minha frente... As lembranças estão todas expostas nesses corredores, cada curva um momento, cada momento um sentimento. O mix de épocas chega a ser hilariante, ou nostáugico mesmo... Quem sabe até triste. A melancolia toma conta dos corredores repletos de imagens da minha mente, onde o pensamento viaja livre podendo encontrar um lugar para se reconfortar. Nos vidros das janelas apenas o reflexo do que um dia foi o meu rosto, sempre iluminado pela lua, sempre tocado pelos ventos, sempre sem expressão. De uma lado minhas memórias, do outro a rua que vejo aqui de cima, onde a fina chuva cai lentamente e vai lavando tudo o que possa existir lá fora. Uma realidade na qual não quero aceitar, não quero fazer parte. Olhar naquela parede cheia de lembranças me doi o peito, me faz lembrar o quão bem eu já estive, o quão bem já fingi estar. Só o suspiro profundo consegue demonstrar o que o coração sente agora, pois não há palavras para isso que reside aqui dentro. Ainda assim, é um lindo labirinto, cheio de curvas e passagens, onde eu mesmo me perco no tempo e fico por lá andando em circulos. A cada esquina uma nova época, uma nova imagem aparece na parede, é quase como se eu vivesse aquilo tudo de novo... E numa dessas curvas foi que eu vi, tudo aquilo que sempre quis fugir. Estava tudo lá! Não tinha para onde ir, e por um momento paralisei de medo, minhas pernas não se mexeram e a mente levou uns segundos para perceber o que acontecia. Como uma manada descontrolada elas surgiam umas por cima das outras, sem ordem ou nexo, todas aquelas imagens embaralhadas faziam a mente entrar em parafuso e as sensações cresciam exponencialmente! Tudo começou a girar e os sons vinham na mente, enquando a velocidade só aumentava e aumentava; queria gritar, mas a voz não saia, meu sentidos não respondiam e não havia nada que conseguisse parar aquilo tudo. Foi quando que do nada tudo parou. As imagens todas subiram de uma hora para outra, e até as paredes pretas se tornaram brancas. Os primeiros raios de sol se arriscavam a sair e não havia mais vento algum ou qualquer resquissio de chuva... Assim passou. Tudo o que você lembrou se foi, foi junto com a tempestade. Algo grande estava se apróximando e quem sabe não chegou...
Quando tentei levantar, tirar as mãos da cabeça e abrir os olhos, percebi que tivera não apenas aberto os olhos, mas também tinha acordado desse meu sonho maluco. No rosto apenas uma marca liquida do que a mente pensou e o coração sentiu. O que as palavras não conseguem dizer e só o tempo pode mostrar em seus labirintos."
O garoto ainda corre na correnteza da estrada e se deixar levar pelo fluxo intenso, pois sabe que não deve olhar para trás mesmo que tenha a vontade de correr no sentido oposto.... .

domingo, 13 de junho de 2010

The Sound of Silence

A Voz da Alma

Sou um escravo do tempo, preso em suas correntes eu não posso fugir, não posso ter aquilo que não me pertence e tenho somente o futuro à apreciar. A felicidade brota nos olhos alheios e pela rua eu venho a vida caminhar por entre todos eles como uma cena em câmera lenta. Me perco no meio da multidão e sinto o coração apertar no peito quando lembro daquele sonho bom. Era um eu que não era eu, mas era com certeza você. A dor de não poder te alcançar consome o ser em algo que não consigo explicar e para isso tento encontrar diversas maneiras de conseguir fugir daquilo que não há como escapar. Me sinto tão mal por não conseguir ser nada, somente aquele que mostrará os diversos caminhos da vida para os outros, mas que não seguirá nenhum... A profecia se faz real a cada dia que passa e aqueles que podem me salvar do turbilhão de escuridão se vão com o vento que sopra gelado em meu rosto, e ao som da música meu coração vai se despedaçando e virando cinzas. Tudo isso por... Por algo que não sei o que é, uma sensação que me consome dia a dia e faz com que eu queira simplesmente arrancar o coração para fora do corpo! As muralhas estão se degradando e o meu verdadeiro eu começa a se revelar... Aquele alguém que sempre viveu na escuridão da noite, nas sombras da fortaleza que eu precisava ser, mas me cansei! Eu não aguento mais, é peso demais para mim!! Todos vão conhecer o que aqueles murros escondiam e por favor não se surpreendam se eu cair em lágrimas geladas que queimam o meu rosto. Somente gostaria de poder dormir para sempre, pois lá os sonhos são bons e posso ser feliz. Ah se um dia você ver o que eu sinto se souber o que é, creio que verá tudo aquilo que sofri e então saberá que nada do que eu disse foi em vão. Mas hoje os tijolos que constituem essa muralha estão caindo e derrubando toda a estrutura que havia aqui dentro do peito. É isso o que sinto é isso o que é. Desculpe se apartir de agora eu for verdadeiro demais, me perdoe por sentir, não me culpe por amar, e não me julgue por me sacrificar por vocês... Apenas ouça o que o Silencio quer lhe dizer e veja as palavras que não estão escritas no Livro da Vida. Acabe com isso que eu sinto, acabe com minha solidão, acabe comigo de uma vez, não aguento viver desse jeito, então me ponha para dormir pela eternidade por favor...

sábado, 12 de junho de 2010

Molde Essencial

Always the same

O tempo passa, o tempo passará e muito mais rápido do que possamos imaginar... Ontem eu tinha quatorze anos e dava oi para vida, hoje tenho quase dezenove e me sinto tão mais velho. Parece que para mim o tempo passou mais do que deveria, e passou muito rápido. Aqueles anos estão somente ali atrás, lembra ali em 2007? O QUE!? JÁ FAZEM 3 ANOS?! Esse é o pensamento que me vem na mente quando lembro do que já foi... Simplesmente foi. Duro, cruel até, mas é real mesmo que você não possa tocar. A frase é simples, entretanto dificílima de ser compreendida: " Cada momento é único". Porque em nosso pensamento o amanhã sempre existirá e o que não conseguirmos falar hoje teremos muito tempo para pensar e quem sabe dai falar. Pena que não é bem assim que funciona, o que você viveu, viveu e isso não se repetirá, é assim a vida amigo acostume-se. Não há nada que possamos fazer para de algum modo reverter isso ou burlar essa regra maluca que rege o mundo. Mas... Eu aqui serei sempre o mesmo, pelo menos enquanto eu sentir o tempo passar, não irei mudar muito não já que a essencia que me guia é a mesma e isso nem o tempo poderá mudar mais. As visões sobre a vida e a experiencia que carrego sim que mudarão, quanto ao resto creio que não correrá longe do que é hoje. Dia a dia tento ser o melhor do que posso, ou melhor, tento ser o melhor de todos, pois o segundo lugar não me é o suficiente, eu quero ir mais além e onde ninguém foi. As correntes do tempo não irão me limitar nisso, embora me batam com força quando tento ir contra elas... Então, as palavras que eu lhe falar no aqui e agora, o que eu fizer hoje, ou o que já fiz ou falei, ou senti, valerá para sempre. Não isso não é mais uma balela, é o que sinto é o sacrificio bom que meu eu pede. Isso é o que a alma grita e eu não posso deixar de ouvir... Então, sempre o mesmo eu serei, acredite em mim que nunca o deixarei para trás passe o tempo que passar, custe o que custar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lucidez Insana

O que falta?

Sinceramente não entender o que falta, o que meu Deus o que?! Faço tudo o que posso, tudo o que penso ser bom e por vezes nem em mim eu penso, então me pergunto 'o que?!' Porque a mente já não mais me dá respostas que possam ser coerentes, pois hoje eu sigo meus próprios conselhos e não piso mais em meus pés na hora de caminhar. Aprendi a caminhar antes de querer correr e a ser como uma muralha para aguentar e nunca cair. O caminho foi longo, a estrada dura e cheia de subidas e descidas, com curvas acentuadas e partes em que pude aumentar a velocidade, sentindo o pé afundando o acelerador e ouvindo o motor gritar por mais! Nessas aventuras e desventuras em que o céu não foi o limite, nesses erros grotescos e aprendizados longos com mensagens cada vez mais complexas, foi que aprendi tudo o que sei hoje, mas longe disso ser a supremacia da sabedoria ou experiência total no assunto. Não não, nada disso. Somente quero dizer que hoje sei muito mais da vida como um todo do que tempos atrás pensava que sabia. Mas ainda assim... ainda que tenha tudo isso como bagagem... Não sei o que falta. Porque deve faltar algo, algo que vai além de mim, algo que não deve ser só físico, por Deus não pode ser só físico! E sei lá... Talvez seja e eu esteja mais uma vez errado, talvez eu morra sozinho como diz a profecia, talvez nada tenha mais sentido, e talvez tudo o que escrevo seja a mais pura das bobagens. Não quero ser vítima da vida ou qualquer coisa assim, só uma resposta simples e boba: "O que falta?". Se souberes por favor me diga, pois creio que nem sendo o melhor que posso ser, ou até mesmo o melhor dos melhores, um dia eu ei te der... Nem assim, nem assim.... Então diga-me! O QUE FALTA?!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Engrenagens da Vida

O mundo que não inspira

Quadrado. Sistemático. Engenhoso. Por fim, maligno.
Essa é minha definição de mundo. Ok, talvez nem tanto assim... Mas me sinto como se fosse assim. No momento imagino-me escrevendo esse texto em uma máquina de escrever, não posso errar não posso errar... Nunca podemos errar, erros são para os fracos já diria alguém mundo à fora. Mas... Se isso for verdade, então sou o mais fraco dos fracos! Assustador. É que por vezes o mundo lá fora sabe, as coincidências do dia-à-dia, os fatos que se estendem além de meu jardim, mostram-me o quão trouxa eu posso ser. Falo isso de verdade, ao ponto de olhar para mim mesmo e pensar "não acredito que você queria fazer isso... Que perdedor.". E é a verdade, se me olho no espelho vejo o perdedor que sou, posso ter tudo, todas minhas ambições e objetivos de vida concluidos que ainda serei essencialmente um perdedor. E da raça mais pura! Desmotivante. Nesses momentos que me vem à mente aquela frase de Shakespeare "não importa o quanto você se importe com algo, algumas pessoas simplesmente não se importam". Ela ecoa nos meus pensamentos e costura os neuronios de tal forma que os faz crer que essa é a verdade e nada poderá mudar isso. Entretanto ao mesmo tempo uma pequena e fraca voz me fala no fundo da mente "Seja você mesmo sempre, custe o que custar", e isso me chama atenção, pois dai ouço outras orações alheias a toda essa confusão mental, tais como: "Não desista de ser o melhor", "Um dia todos saberam o que perderam", "Não tenha vergonha de ser você mesmo e falar o que pensa", "Eles não são importantes para você, não ligue para eles". E essa última sentença é que eu me detenho, porque não vejo como eles não podem ser importantes para mim, pois são tudo afinal! Gostaria de saber quem foi o sujo que disse isso... Um dia saberei...
Saindo de mim um pouco e olhando o mundo lá de fora, vejo que as coisas não simplesmente acontecem "do nada", esse "nada" não existe, tudo é proposital. Ou nem tudo. Outra história. Coisas acontecem por um próposito, não que seja uma crença ou algo assim, só acho que tem coisas que seriam simplesmente muito estranhas para que fosse apenas coincidencias. Achar uma amiga à bordo de um taxí saindo da rodoviaria, com cinquenta minutos de atraso, não é algo que eu chame de coincidencia... Acho que tinha que ser, que algo ajudou para que isso acontecesse, pois imagine as chances, a probabilidade de isso acontecer! Seriam nulas! Mas a engenhosidade que rege o mundo, que mexe as engrenagens da vida é mais complexa do que podemos imaginar. Imagino como se fosse uma grande máquina e nós pequenas peças que compõem esse corpo estraordinário que é o planeta, cada pequena parte tem importancia e funciona de acordo com um comando dado pela máquina. Visão quadrada essa. Sistemática demais. Difícil demais. Mas ainda assim, ainda que o mundo esteja contra mim, vou continuar com a minha visão e fazer o que eu acho que deve ser feito, fazer o que eu acho certo. Nem que essa máquina que é o mundo, me deixe sem utilidade...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Último Ato

Naquilo que retrata o teatro, eu me inspiro para esse Último Ato. Onde as belas máscaras irão quebrar e pelo ar ão de voar. Apenas uma peça que chega ao seu final, apenas mais um cenário habitual. Sem complicar as coisas vou escrevendo e deixando que o vento vá me levando e assim nasce começa mais uma série ou não, mas isso só os que acompanharem saberão.


O Baile de Rimas

Cansei de máscaras. Mundo hipócrita que se esconde nas sombras dessas fantasias de sonhos irreais onde pessoas se iludem com coisas que não existem e criam tempestades em copos d'água. Isso definitivamente não é pra mim. Mas me forçaram a usar, disseram que se não fosse assim não seria de jeito nenhum. Falaram palavras que eu não pude não acreditar, e fui burro ao pensar que não iriam me enganar com aquelas máscaras de homens bons. O mundo não perdoa, ele não para e não sente, pra ele tudo é muito simples e a nossa existência é tão pequena que não o faz se preocupar. Alias, ninguém se preocupa com os outros até porque não há motivos para que alguém se preocupe com a máscara que está a sua frente... Mas eu cansei. O baile, a festa, a brincadeira toda para mim terminou, chega de acreditar em contos de fadas e que as pessoas podem ser boas, porque não é nada disso que meus olhos vêem por entre os buracos da máscara que repousa em meu rosto. O que vejo é desilusão, pessoas sendo machucadas por espadas que não são vistas, vidas sendo tiradas à sangue frio e as chamas do peito morrerem queimadas por falta de água. O que meus olhos me mostram é um mundo no qual eu tenho medo de conhecer, embora já saiba como ele é e já viva nele. Queria eu conseguir voltar a acreditar no meu mundo, na minha terra, onde não existe essa tal de dissimulação, onde as pessoas falam o que sentem e fazem o que falam! Lá de onde eu nasci, nos confins do mundo onde o vento soprava mais forte e o sol brilhava mais belo. Um lugar em que até o cinza das nuvens de chuva tinha uma cor que o fazia sorrir, onde "a tempestade é da cor de seus olhos", onde os olhos traduzem o que a alma esconde por natureza e onde não existia o medo de ser de verdade! Ah, como eu queria voltar...
Enfim, sem perder o fio da ninhada vou dizer que amo você. Um amor puro que nasce da fonte que não vês. Que vem com os tufões e arrasa as florestas por onde passa, sem que nada possa ficar para a história contar. Não, não exagerei. Ele provém de um lugar mais além, que admito que não sei onde fica, mas consigo sentir-lo aqui perto à mim como se fosse me morder. Uma mordida que seria impossível esquecer onde o sangue ferveria e meu peito quente ficaria... Mas deixando a rima de lado e olhando para o que venho tentando falar, é que as máscaras acabaram! A minha deixo cair no chão para que todos possam ver o que até hoje escondi e não me importo do que achem, pois cansei de me esbeirar nas cortinas negras do bem querer, serei eu mesmo custe o que custar, perca o que perder, porque sei que não vou me arrepender. E não tenho medo dos tapas que vou tomar, eles fazem parte daquilo que quero me tornar. Parece que hoje não consigo abandonar a rima, mas que cina! Fica tudo tão cantado que fico até um pouco enjoado. Ainda assim espero que tenhas conseguindo entender a mensagem que hoje trouxe para você, que aquilo que te protegia eu me desfiz e hoje me sinto nu ao andar no frio da rua, mas ao mesmo tempo sei que só assim eu serei pelo menos um pouco do melhor que quero ser...

sábado, 5 de junho de 2010

You can hold back anymore



This is my world...

Here everything is black... And the lights shows only the darkness...
Onde tudo o que existe perde a cor, onde a solidão reina, onde a noite não tem fim e o vento é gélido, esse é o lugar no qual eu existo. Apenas eu e eu. Minha gaiola de vidro desfoca a luz que vem lá de fora e assim as manchas de meus dedos se revelam na janela como as nuvens brancas que flutuam no escuro céu do universo. O mundo todo através da noite se liberta para finalmente eu ficar sozinho em meu reino de trevas. Mas não se engane, as palavras pesadas não são motivos de tristeza, são em sua essência a reflexão que a luz do sol não deixa que saia para o mundo. É na calmaria do anoitecer que o espírito vibra no corpo banhado pelo vento e sabe que agora é a hora de se mostrar para o mundo, naqueles minutos em que o sol se vai no horizonte, e que a lua ainda não apareceu para reinar soberana, nesses minutos o vento sopra mais forte, e como um punhal atravessa a carne fria e chama a alma que dormia no interior do ser. Ao ser acordada pela brisa que a chama, sem hesitação ela vem e mostra sua verdadeira face para o mundo... Aqui em minha fortaleza de gelo consigo ouvir os gritos das almas lá fora, todas pedindo para que sejam libertadas de suas masmorras acima das nuvens, para que parem de sonhar com nuvens de algodão e amores verdadeiros. Todas elas querem ser reconhecidas pelo o que são e não pelas máscaras que vestem... Mas aqui em meu mundo, em minha terra, a virtude da escuridão não deixa que me aproxime do que existe lá fora no além janela. Ah, como eu queria poder ir lá fora e ver aquela árvore de perto... Ela vive comigo aqui desde que consigo ter alguma recordação, assim como o crepúsculo que todo o dia de inverno vem me visitar. Bons amigos eles são, mesmo que nunca eu poderei os tocar sei que sempre estarão comigo e essa dor que vem no peito a cada final de tarde nunca irá sarar... Uma cicatriz gelada, feita com um punhal puro à luz da noite ao cair da lua, talhada como se tivesse sido pensada por um mestre e tão profunda como um quenion, ela dorme em meu peito. Alojada no berço da alma como uma criatura que provém da escuridão, ela se alimenta do meu calor, mas faz com que eu não me sinta tão sozinho aqui em cima afinal...
Embalado pelas músicas que os outros solitários cantam para o vento eu me conforto e viajo por entre os céus e planetas do meu mundo como se fosse um pequeno príncipe perdido por ai. A essência transparece pelas mãos cansadas e frias que procuram um alento hoje a noite, mas até a esperança já se foi, porque tudo o que poderia aliviar essa dor do peito não se manifestará jamais. Afinal, ninguém é um amigo distante como eu e o mundo lá fora é cruel demais para que essa solidão sem fim seja um dia acalmada... Prezo por todos que ainda acreditam em algo que se chama Destino...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O que as Cifras não Dizem


Nova Mensagem para Você


Vamos vamos! Venha comigo vamos cavalgar pelo mundo à fora sem a certeza de onde vamos parar! Quero ir e pular de alegria, passar dentre os vales que existem por ai, mergulhar nos oceanos e descobrir um mundo que jamais tinha visto antes, fazer mil coisas e um dia ter uma casa pra poder voltar! Sabe assim, ir mais além? É isso que quero, vamos vamos não temos tempo à perder, afinal não "temos todo o tempo do mundo". E nada vai parar para nos esperar, então né... Não demore a vida não para e o vento está ai para nos levar seja para onde devemos ir!! Preocupação é para os fracos, não preciso saber para onde vou e sim com quem vou, pois o que me interessa é com quem estarei e não onde estarei. Se me falares para ir à guerra contigo, não pensarei duas vezes, afinal a vida passa rápido demais para que pensemos.
Não quero mais ficar me iludindo com um futuro perfeito e pessoas boas, a vida não é assim! As coisas não funcionam de modo que tudo sempre seja bom, a dor vai vir e temos que nos acostumar com isso, então né... Pegue na minha mão e vamos embora, "vamos fugir desse lugar". Pegar as malas e simplesmente ir curtir ao som dos ventos na velocidade da vida e sentindo no peito o que é estar vivo. As emoções à flor da pele vão ilustrar o corpo como se fosse um painel, com as belas imagens que o coração cria na mente e faz com que tudo seja mais belo. Até os dias cinzas vão ganhar cores vivas que nos farão flutuar em alegria e as virtudes do ontem serão refletidas no parabrisa do carro que anda por essa "infinita highway". Onde não há limites para a nossa aventura e nada que possa nos parar! Afinal, "não sou as rodas que giram, eu sou a estrada!". E mesmo que você não queira vir comigo nessa a aventura em direção à "uma terra lá embaixo
", "vou esperar por você lá como uma pedra, vou esperar você lá sozinho"!. Até por que, não me importo com o tempo que passe desde que eu saiba que você irá vir ao meu encontro como naquela tarde fria de outono. Sabe o "tempo não para não" e por isso amo "as pessoas como se não houvesse amanhã" e mesmo assim sei que o tempo não tem o mesmo peso para todos e por isso e somente por isso eu digo que posso esperar, mas nunca vou parar de correr!! E assim com uma "mensagem numa garrafa" eu vou te encontrar de novo se não quiseres vir comigo agora, embarcando nesse "balão mágico" que nos levará para "um lugar além do horizonte"....



Menções:
Tempo Perdido - Legião Urbana
Vamos fugir - Skank
Infinita Highway - Engenheiros do Hawaii
I'm the Highway - Audioslave
Downunder- Men at Work
Like a Stone - Audioslave
O Tempo não Pára - Barão Vermelho
País e Filhos - Legião Urbana
Message In a Bottle - The Police
Superfantástico - Turma do Balão Mágico
Além do Horizonte - Jota Quest