sábado, 5 de junho de 2010

You can hold back anymore



This is my world...

Here everything is black... And the lights shows only the darkness...
Onde tudo o que existe perde a cor, onde a solidão reina, onde a noite não tem fim e o vento é gélido, esse é o lugar no qual eu existo. Apenas eu e eu. Minha gaiola de vidro desfoca a luz que vem lá de fora e assim as manchas de meus dedos se revelam na janela como as nuvens brancas que flutuam no escuro céu do universo. O mundo todo através da noite se liberta para finalmente eu ficar sozinho em meu reino de trevas. Mas não se engane, as palavras pesadas não são motivos de tristeza, são em sua essência a reflexão que a luz do sol não deixa que saia para o mundo. É na calmaria do anoitecer que o espírito vibra no corpo banhado pelo vento e sabe que agora é a hora de se mostrar para o mundo, naqueles minutos em que o sol se vai no horizonte, e que a lua ainda não apareceu para reinar soberana, nesses minutos o vento sopra mais forte, e como um punhal atravessa a carne fria e chama a alma que dormia no interior do ser. Ao ser acordada pela brisa que a chama, sem hesitação ela vem e mostra sua verdadeira face para o mundo... Aqui em minha fortaleza de gelo consigo ouvir os gritos das almas lá fora, todas pedindo para que sejam libertadas de suas masmorras acima das nuvens, para que parem de sonhar com nuvens de algodão e amores verdadeiros. Todas elas querem ser reconhecidas pelo o que são e não pelas máscaras que vestem... Mas aqui em meu mundo, em minha terra, a virtude da escuridão não deixa que me aproxime do que existe lá fora no além janela. Ah, como eu queria poder ir lá fora e ver aquela árvore de perto... Ela vive comigo aqui desde que consigo ter alguma recordação, assim como o crepúsculo que todo o dia de inverno vem me visitar. Bons amigos eles são, mesmo que nunca eu poderei os tocar sei que sempre estarão comigo e essa dor que vem no peito a cada final de tarde nunca irá sarar... Uma cicatriz gelada, feita com um punhal puro à luz da noite ao cair da lua, talhada como se tivesse sido pensada por um mestre e tão profunda como um quenion, ela dorme em meu peito. Alojada no berço da alma como uma criatura que provém da escuridão, ela se alimenta do meu calor, mas faz com que eu não me sinta tão sozinho aqui em cima afinal...
Embalado pelas músicas que os outros solitários cantam para o vento eu me conforto e viajo por entre os céus e planetas do meu mundo como se fosse um pequeno príncipe perdido por ai. A essência transparece pelas mãos cansadas e frias que procuram um alento hoje a noite, mas até a esperança já se foi, porque tudo o que poderia aliviar essa dor do peito não se manifestará jamais. Afinal, ninguém é um amigo distante como eu e o mundo lá fora é cruel demais para que essa solidão sem fim seja um dia acalmada... Prezo por todos que ainda acreditam em algo que se chama Destino...

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