sábado, 25 de setembro de 2010

Os Velhos Cavaleiros

Até que as Estrelas se Apaguem

Somos diferentes pratos de uma mesma balança, e por anos lutamos juntos por um mesmo ideal. Cada qual da sua maneira, cada qual com suas manias e vontades, mas sempre juntos. Não desistimos ao cair, ajudando um ao outro para se levantar e continuar a batalha que havia se iniciado anos há trás. Nem sempre lutamos lado a lado, pois já fomos inimigos e erguemos nossas espadas de aço um contra o outro, em uma batalha sangrenta onde o orgulho estava em jogo. Mas as coisas nem sempre foram só guerras, houveram momentos em que podemos sentar a sombra das árvores e conversar alegremente sobre as besteiras da vida, sem preocupação deixando com que o vento nos guiasse em direção do amanhã.
Quando esse amanhã finalmente chegou, vi sendo separada aquela aliança que um dia fizemos, todas as lembranças passaram em minha mente como em um filme e não pude acreditar que era real. Meus olhos fizeram-se preto e branco e o sangue gelou por alguns segundos. O equilibrio estava desfeito. Tanto haviamos vivido lado a lado pelas estradas da vida que não me dei conta do quão importante aquele amigo se tornara, afinal, era meu braço direito e principalmente nas horas difíceis era o alguém à quem podia recorrer. O sol se apagou e o velho vento negro soprou nos céus que derramavam suas lágrimas sobre nós, assim ele se foi...
Hoje nossas armaduras não brilham mais e os céus não se abrem diante de nossa força, a balança pende apenas para um dos lado e todos descansam em sua eterna paz. O som do metal se chocando, a tensão da batalha e o cheiro de sangue hoje estão somente nas memórias de cada um dos cavaleiros que uma vez lutou ao nosso lado. Todo aquele espiríto de equipe focado somente no viver, tudo aquilo, aquela mágia toda que tomava conta de nós se perceu em meio aos ventos e se dissipou pelos mares da imaginação. Ainda assim, sei que em algum lugar desse mundo pulsa firmenente aquele sentimento que uma vez fez o sangue ferver e correr pelo corpo todo, isso está vivo de alguma maneira dentro de cada um de nós. Essa é a nossa lembrança e nosso motivo para continuar. Sei que esteja onde estiver, quando olhas para o tapete azul-celeste do céu podes ver nas estrelas nossas constelações lutarem pelo lugar mais brilhante dos céus. E como um lampejo, um raio fracionado da memória do universo sentes que também eu observo a mesma coisa, assim fazendo com que o vento negro deixe a balança em equilibrio mais uma vez...

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