Lótus da Loucura
O Doce da Loucura
As copas balançam com o vento lá fora, enquanto aqui dentro o tempo passa rápido demais para que eu possa realmente me lembrar a quanto tempo já vivo. As luzes lá fora se desfocam dos meus olhos cansados que só querem descansar, como naquelas vezes em que na infância eu pedia pra dormir um pouco mais, apenas um pouco mais. O sol vai raiando lá fora e seus primeiros raios pintam o céu de vermelho, fazendo-me lembrar você. Não só você, mas todos os "vocês". Afinal, foi assim que aprendi o que de fato era a solidão. Foi preciso descobrir a luz para temer a escuridão, ou para amá-la ainda mais. Aos poucos as luzes da cidade vão se acendendo a tudo vai ficando mais claro em minha mente, como se pudesse acompanhar o ritmo da Terra. Gosto tanto deste momento do nascer do sol, sentir a vida se virando apenas para receber seu astro que chega para mais um dia, que gostaria que esse momento durasse para sempre. É uma energia estranha que o alvorecer emana, limpa minha mente e me faz sentir mais leve, mais vivo.
É da janela que vejo isso sempre. Seja da janela de meu quarto, da janela do carro, do avião ou o lugar que for, será de alguma janela. Um amor distante por algo que de fato talvez não exista, alguém que nunca viveu, alguém que nunca conheci, um alguém que nasceu em minha mente. A saudade estranha se reflete no início e no fim do dia, quando o Sol vem e o Sol se vai. A manhã limpa e clareia minha mente, mostra-me coisas que antes meus olhos não viam de tão poluídos eles estavam, e quando chega a noite uma parte de mim se vai junto com a luz e a reflexão sobre tudo de novo que os olhos viram durante o dia vem átona. E daí toda minhas confusões, sentimentos e devaneios. Pouco a pouco vou me viciando nesse gosto doce que mais faz querer mais e mais dessa fruta que se chama loucura. Me alimenta dia a dia quando o Sol se põe, e é no poente que virá a luz da lua revelando a verdade sobre nós... Todos os nós que um dia existiram, em minha mente ou fora. Um dia todos ão de ver, aquilo que eu uma vez quis mostrar, este dia vai de chegar!
Os pensamentos que a mente já não mais suporta ter são passados adiante para que alguém mais possa ver que a loucura não pertence há uma só pessoa...
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
A Flor Esquecida
A Lótus da Loucura
Quando Escrever Não Faz Mais Sentido
De todas as palavras, as que mais quis ouvir nunca me disseram. De todas que escrevi, nenhuma algum dia pude realmente dizer. E se algum dia eu as falei, tenho certeza que elas foram jogadas ao leo, pois não lembro de terem levado-as a sério...
Textos e textos se acumulam pelas paredes de onde vivo, todos grudados na parede e em cada um uma lembrança, uma imagem, um momento diferente, mas em todos eles vida. Chegará uma hora em que haverão páginas até no teto, e tantas outras serão simplesmente sobrepostas para que mais e mais memórias seja colocadas na parede. Algumas terei gosto de esconder, deixar pilhas e pilhas em cima delas, e outras com certeza darei o destaque necessário para que nunca esqueça. E não só as boas como as ruins também, porque foi com essas que mais aprendi, que mais cresci como pessoa. Foram tantos os sentimentos postos em papel que não seria possível lembrar de apenas um que me marcou. Tanta raiva, tanto ódio, tanto ciúme, inocencia, amor e insanidade. Tudo descrito em palavras para que eu um dia me relembrasse e pudesse simplesmente voltar àquele tempo em que era jovem e não temia o mundo.
Minhas palavras descrevem o mundo todo ao meu redor, e se um dia você se surpreender com o que lá está escrito, acredite, não me conheces. Não sou o que aparento ser e talvez as verdades sobre a minha realidade não estejam nem descritas nas pilhas de textos que escrevi. Todos eles um dia possuíram um sentindo, uma razão para existir; um sopro que saía da minha alma e escorria pelos dedos para marcar o papel com o que a boca não podia falar e o coração não sabia mais como expressar. Por muito tempo essa foi a única alternativa de escape e pude construir meu mundo na ponta da caneta. Sentia-me mais real, mais vivo! Eu podia errar assim como no mundo lá fora, mas as consequências eram somente riscos no papel e mais folhas gastas. Haviam personagens, haviam histórias e até sonhos, todos em palavras que contavam um pouco de mim, mas nunca tudo. Era eu sem ser. Entretanto neste turbilhão de textos, misturados em dados e papéis quem se perdeu fui eu. Não tive mais motivação para pegar a caneta e passar horas e horas escrevendo sobre o mundo, as galáxias, o vento e vida. Não tinha encontrado a paz que achei que encontraria escrevendo, mas pude abrir diversas portas de meu próprio labirinto, descobrindo que por vezes eu era menos do que imaginava e outras vezes era muito mais do que pensava ser. Me estudei enfim.
Se um dia eu falar que nunca escrevi para alguém, serei hipócrita de uma maneira que sempre ódiei e não poderia perdoar a mim mesmo. Mas hoje não existe ninguém além de mim mesmo, pois todos os outros já se foram com o destino que os jogou para longe. Vejo então, que minhas criações são como as estátuas de Michelangelo: falta-lhes a vida que perdi pelo longo caminho que já percorri... Talvez a razão tenha cegado-me os olhos e assim me mostrado um mundo que não possuí tanta mágia como um dia imaginei existir. Então, escrevo hoje, as Histórias de Ninguém...
Quando Escrever Não Faz Mais Sentido
De todas as palavras, as que mais quis ouvir nunca me disseram. De todas que escrevi, nenhuma algum dia pude realmente dizer. E se algum dia eu as falei, tenho certeza que elas foram jogadas ao leo, pois não lembro de terem levado-as a sério...
Textos e textos se acumulam pelas paredes de onde vivo, todos grudados na parede e em cada um uma lembrança, uma imagem, um momento diferente, mas em todos eles vida. Chegará uma hora em que haverão páginas até no teto, e tantas outras serão simplesmente sobrepostas para que mais e mais memórias seja colocadas na parede. Algumas terei gosto de esconder, deixar pilhas e pilhas em cima delas, e outras com certeza darei o destaque necessário para que nunca esqueça. E não só as boas como as ruins também, porque foi com essas que mais aprendi, que mais cresci como pessoa. Foram tantos os sentimentos postos em papel que não seria possível lembrar de apenas um que me marcou. Tanta raiva, tanto ódio, tanto ciúme, inocencia, amor e insanidade. Tudo descrito em palavras para que eu um dia me relembrasse e pudesse simplesmente voltar àquele tempo em que era jovem e não temia o mundo.
Minhas palavras descrevem o mundo todo ao meu redor, e se um dia você se surpreender com o que lá está escrito, acredite, não me conheces. Não sou o que aparento ser e talvez as verdades sobre a minha realidade não estejam nem descritas nas pilhas de textos que escrevi. Todos eles um dia possuíram um sentindo, uma razão para existir; um sopro que saía da minha alma e escorria pelos dedos para marcar o papel com o que a boca não podia falar e o coração não sabia mais como expressar. Por muito tempo essa foi a única alternativa de escape e pude construir meu mundo na ponta da caneta. Sentia-me mais real, mais vivo! Eu podia errar assim como no mundo lá fora, mas as consequências eram somente riscos no papel e mais folhas gastas. Haviam personagens, haviam histórias e até sonhos, todos em palavras que contavam um pouco de mim, mas nunca tudo. Era eu sem ser. Entretanto neste turbilhão de textos, misturados em dados e papéis quem se perdeu fui eu. Não tive mais motivação para pegar a caneta e passar horas e horas escrevendo sobre o mundo, as galáxias, o vento e vida. Não tinha encontrado a paz que achei que encontraria escrevendo, mas pude abrir diversas portas de meu próprio labirinto, descobrindo que por vezes eu era menos do que imaginava e outras vezes era muito mais do que pensava ser. Me estudei enfim.
Se um dia eu falar que nunca escrevi para alguém, serei hipócrita de uma maneira que sempre ódiei e não poderia perdoar a mim mesmo. Mas hoje não existe ninguém além de mim mesmo, pois todos os outros já se foram com o destino que os jogou para longe. Vejo então, que minhas criações são como as estátuas de Michelangelo: falta-lhes a vida que perdi pelo longo caminho que já percorri... Talvez a razão tenha cegado-me os olhos e assim me mostrado um mundo que não possuí tanta mágia como um dia imaginei existir. Então, escrevo hoje, as Histórias de Ninguém...
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Pétalas do Passado
A Lótus da Loucura
There Was a Time Where...
Uma vez houve um tempo em que podia ser feliz e não usar mascáras para ser aceito. Houve um tempo em que eu podia andar despreocupado na rua e tudo tinha mais cor do que hoje. Houve um tempo em que o amor era um sentimento forte e unia pessoas de uma maneira única. Houve um tempo em que já fui várias coisas, chamado por vários nomes e tinha valor de certa forma. Nesses anos todos que já se passaram sem que eu percebesse, vi que já fui muitos e ainda sou o mesmo. De certa forma as pessoas passaram por mim e deixaram suas mentiras em minha mente de criança, que acreditou que tudo aquilo que saia da boca era real. Todo aquele papo de que "nunca vou te esquecer", "isso vai ficar pra sempre" e todas as juras de amor, eram enfim balela para ver uma criança feliz. Aliás, "pra sempre" é algo que me incomoda, pois revela uma mentira que logo logo irá te ferir se não estiver preparado. Embora eu próprio acredite que existe um pra sempre. Mas minha amada lógica não consegue explicar como sentimentos que já se disseram eternos conseguem terminar da noite pro dia como se não tivessem valor nem importância. Em que acreditar? Eu não sei...
Uma vez disse que a vida se fazia de momentos, e esses momentos serviriam de combustível para que contínuassemos a caminhar pelas estradas da vida. Entretanto, não pode existir um momento que dure para sempre, e seu valor aparece por justamente ser finito. Um paradóxo que poucos aceitam e conseguem refletir sobre. Admito que esse pensamento me deixa aflito e de certa forma revoltado. Até porque é ruim pensar que tudo o que você conhece hoje como sendo bom, um dia irá apenas ser mais uma lembrança perdida na mente, pois há tempos ela já acabou. Tantas e tantas palavras foram jogadas ao vento e os supostos sentimentos jogados ao vento para nunca mais voltar. Mas talvez seja só eu que veja melancolia neste fenomeno do esquecimento e sinta tal pena por ver eles apodrecerem como hoje sendo mentiras. Foram incontáveis vezes que já ouvi as frases "eu te amo", "te adoro muito", "conta comigo pra qualquer coisa". Todas meias-verdades que hoje se foram com o tempo. Mortas pela incapacidade dos humanos de manter sua própria palavra não importando o tempo que passasse. Houve um tempo em que a palavra tinha poder, e valia por gerações e gerações. Houve um tempo em que a honra imperava na sociedade... Houve um tempo em que as palavras eram verdadeiras, e creio que eu sou, de alguma forma, desse tempo. Pois acredite, tudo o que eu falar viverá comigo até o Fim dos Finais... Be sure.
There Was a Time Where...
Uma vez houve um tempo em que podia ser feliz e não usar mascáras para ser aceito. Houve um tempo em que eu podia andar despreocupado na rua e tudo tinha mais cor do que hoje. Houve um tempo em que o amor era um sentimento forte e unia pessoas de uma maneira única. Houve um tempo em que já fui várias coisas, chamado por vários nomes e tinha valor de certa forma. Nesses anos todos que já se passaram sem que eu percebesse, vi que já fui muitos e ainda sou o mesmo. De certa forma as pessoas passaram por mim e deixaram suas mentiras em minha mente de criança, que acreditou que tudo aquilo que saia da boca era real. Todo aquele papo de que "nunca vou te esquecer", "isso vai ficar pra sempre" e todas as juras de amor, eram enfim balela para ver uma criança feliz. Aliás, "pra sempre" é algo que me incomoda, pois revela uma mentira que logo logo irá te ferir se não estiver preparado. Embora eu próprio acredite que existe um pra sempre. Mas minha amada lógica não consegue explicar como sentimentos que já se disseram eternos conseguem terminar da noite pro dia como se não tivessem valor nem importância. Em que acreditar? Eu não sei...
Uma vez disse que a vida se fazia de momentos, e esses momentos serviriam de combustível para que contínuassemos a caminhar pelas estradas da vida. Entretanto, não pode existir um momento que dure para sempre, e seu valor aparece por justamente ser finito. Um paradóxo que poucos aceitam e conseguem refletir sobre. Admito que esse pensamento me deixa aflito e de certa forma revoltado. Até porque é ruim pensar que tudo o que você conhece hoje como sendo bom, um dia irá apenas ser mais uma lembrança perdida na mente, pois há tempos ela já acabou. Tantas e tantas palavras foram jogadas ao vento e os supostos sentimentos jogados ao vento para nunca mais voltar. Mas talvez seja só eu que veja melancolia neste fenomeno do esquecimento e sinta tal pena por ver eles apodrecerem como hoje sendo mentiras. Foram incontáveis vezes que já ouvi as frases "eu te amo", "te adoro muito", "conta comigo pra qualquer coisa". Todas meias-verdades que hoje se foram com o tempo. Mortas pela incapacidade dos humanos de manter sua própria palavra não importando o tempo que passasse. Houve um tempo em que a palavra tinha poder, e valia por gerações e gerações. Houve um tempo em que a honra imperava na sociedade... Houve um tempo em que as palavras eram verdadeiras, e creio que eu sou, de alguma forma, desse tempo. Pois acredite, tudo o que eu falar viverá comigo até o Fim dos Finais... Be sure.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Flor Sombria
A Lótus da Loucura
As Sombras da Colina
Versículo I
Enquanto eu viver, você será minha sombra. O antigo pedestal que suporta todo meu eu e nem ao menos sabe que é tão forte para isso. Uma carga que talvez viesse a ser demasiada pesada para que você carregasse caso soubesse da verdade. Algo que nem eu mesmo posso suportar por inteiro e divido em fragmentos que espalho pelas memórias e curvas do meu eu. Embaixo dos teus cabelos minha mente delira e se esvai, perdendo-se em cada cacho cor de sol; e encontro a tranquilidade e calmaria no dançar dos fios alaranjados pela luz da manhã. Vou sempre te encontrar não importa onde for, nem quanto tempo tiver passado, pois de alguma maneira consigo sentir você. Sua presença é simplesmente inconfundível. Por entre os labirintos da vida, encontros e desencontros, sei que alguma coisa me levará a você de uma maneira ou outra e talvez seja isso que eles tanto chamam de destino. Ainda que não queiramos o mesmo destino e até que eu próprio saiba que não iremos trilhar os mesmos caminhos, posso sentir que nossos guias são os mesmos e por brincadeiras da vida iremos nos cruzar muitas e muitas vezes.
De longe és a mais importante, aquela que mudou tudo que conheço hoje e também a única responsável pelo o que me tornei. Embora não esteja colocando em ti qualquer tipo de responsabilidade, muito pelo contrário, pois gostaria de um dia enfim agradecer por ter aparecido para mim em momento tão oportuno. Mesmo que tenha feito uma marca que você mesma não quisesse e talvez nem esperasse fazer, isso hoje está cravado em meu peito como uma cicatriz de um profundo corte. Talvez esse seja um carma que você terá de carregar enquanto eu viver...
De alguma maneira que não sei explicar, porque me faltam palavras e até analogias para dizer o como e o quanto ou até mesmo por quê, sempre volto a pensar em ti, como um velho crente que se volta à Mecca todo o ano. E assim os ventos negros levam minha mente para longe, lá onde você reside e me fazem crescer mais e mais, como se aproveitasse o poder que aquelas memórias possuem. De ti veio a primeira semente da flor-de-lótus que hoje predomina no jardim de minha mente, a flor símbolo de minha loucura e sabedoria. Algum dia ainda quero olhar nos teus olhos e dizer que não te amo mais e que tudo aquilo que eu um dia jurei sentir era mentira. Mentir para você e não ter vergonha de dar a cara à tapa somente para te livrar de qualquer dor que ainda exista em teu peito, ou somente fazer-te odiar-me mais e mais de uma maneira que não conseguirá me perdoar nem nessa nem na próxima vida. Tudo, sempre em virtude do teu bem. Pois até um rei deve procurar servir alguém...
As Sombras da Colina
Versículo I
Enquanto eu viver, você será minha sombra. O antigo pedestal que suporta todo meu eu e nem ao menos sabe que é tão forte para isso. Uma carga que talvez viesse a ser demasiada pesada para que você carregasse caso soubesse da verdade. Algo que nem eu mesmo posso suportar por inteiro e divido em fragmentos que espalho pelas memórias e curvas do meu eu. Embaixo dos teus cabelos minha mente delira e se esvai, perdendo-se em cada cacho cor de sol; e encontro a tranquilidade e calmaria no dançar dos fios alaranjados pela luz da manhã. Vou sempre te encontrar não importa onde for, nem quanto tempo tiver passado, pois de alguma maneira consigo sentir você. Sua presença é simplesmente inconfundível. Por entre os labirintos da vida, encontros e desencontros, sei que alguma coisa me levará a você de uma maneira ou outra e talvez seja isso que eles tanto chamam de destino. Ainda que não queiramos o mesmo destino e até que eu próprio saiba que não iremos trilhar os mesmos caminhos, posso sentir que nossos guias são os mesmos e por brincadeiras da vida iremos nos cruzar muitas e muitas vezes.
De longe és a mais importante, aquela que mudou tudo que conheço hoje e também a única responsável pelo o que me tornei. Embora não esteja colocando em ti qualquer tipo de responsabilidade, muito pelo contrário, pois gostaria de um dia enfim agradecer por ter aparecido para mim em momento tão oportuno. Mesmo que tenha feito uma marca que você mesma não quisesse e talvez nem esperasse fazer, isso hoje está cravado em meu peito como uma cicatriz de um profundo corte. Talvez esse seja um carma que você terá de carregar enquanto eu viver...
De alguma maneira que não sei explicar, porque me faltam palavras e até analogias para dizer o como e o quanto ou até mesmo por quê, sempre volto a pensar em ti, como um velho crente que se volta à Mecca todo o ano. E assim os ventos negros levam minha mente para longe, lá onde você reside e me fazem crescer mais e mais, como se aproveitasse o poder que aquelas memórias possuem. De ti veio a primeira semente da flor-de-lótus que hoje predomina no jardim de minha mente, a flor símbolo de minha loucura e sabedoria. Algum dia ainda quero olhar nos teus olhos e dizer que não te amo mais e que tudo aquilo que eu um dia jurei sentir era mentira. Mentir para você e não ter vergonha de dar a cara à tapa somente para te livrar de qualquer dor que ainda exista em teu peito, ou somente fazer-te odiar-me mais e mais de uma maneira que não conseguirá me perdoar nem nessa nem na próxima vida. Tudo, sempre em virtude do teu bem. Pois até um rei deve procurar servir alguém...
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Fúria em Flor
A Lótus da Loucura
O Bater das Asas
Vontade de voar baixo pelas ruas da cidade deixando as luzes distorcidas no horizonte. Fazendo com que a alma pulsasse incessantemente em um ritmo tão frenético que o coração mal conseguiria acompanhar. Libertar toda essa ira que dorme no meu corpo desde os tempos remotos onde ainda os reis lutavam entre si. Jogar fora esta sensação de prisão que corre todo o corpo e contraí os músculos para que eles façam alguma coisa. Fazer com que as asas escondidas pelo tempo apareçam lentamente em minhas costas, de tal maneira a por fora todo o lixo que consume meu ser no dia-a-dia. Os olhares que me fuzilam com pensamentos prématuros e com densos préconceitos, seriam simplesmente alçados ao ar para que fossem destruidos pela íra que minhas asas desprendem. O futuro mostrará que o voo do cardial é demais para que humanos comuns consigam entender e quando eu tocar o topo e retirar a mascará que esconderá meu rosto, todos irão cair. E por ventura, como a própria história diz, eles irão voltar-se a mim e tentar usar de meu poder para que possam então também crescer. Eis que a maldição de minha íra irá recair sob os que um dia não tiveram humildade e irão sucumbir na escuridão do abismo. Não por vingança, não por ódio, isso tudo acontecerá por pura justiça... E a história será reescrita aos poucos com as lágrimas daqueles que já se foram...
O Bater das Asas
Vontade de voar baixo pelas ruas da cidade deixando as luzes distorcidas no horizonte. Fazendo com que a alma pulsasse incessantemente em um ritmo tão frenético que o coração mal conseguiria acompanhar. Libertar toda essa ira que dorme no meu corpo desde os tempos remotos onde ainda os reis lutavam entre si. Jogar fora esta sensação de prisão que corre todo o corpo e contraí os músculos para que eles façam alguma coisa. Fazer com que as asas escondidas pelo tempo apareçam lentamente em minhas costas, de tal maneira a por fora todo o lixo que consume meu ser no dia-a-dia. Os olhares que me fuzilam com pensamentos prématuros e com densos préconceitos, seriam simplesmente alçados ao ar para que fossem destruidos pela íra que minhas asas desprendem. O futuro mostrará que o voo do cardial é demais para que humanos comuns consigam entender e quando eu tocar o topo e retirar a mascará que esconderá meu rosto, todos irão cair. E por ventura, como a própria história diz, eles irão voltar-se a mim e tentar usar de meu poder para que possam então também crescer. Eis que a maldição de minha íra irá recair sob os que um dia não tiveram humildade e irão sucumbir na escuridão do abismo. Não por vingança, não por ódio, isso tudo acontecerá por pura justiça... E a história será reescrita aos poucos com as lágrimas daqueles que já se foram...
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Pétala Solitária
Lótus da Loucura
Um Pequeno Demônio Branco
Da emoção e da loucura, as vezes apenas quero me desfazer e criar alguma outra coisa na qual eu também possa sentir. As nuvens brancas de chuva apontam-me que a tormenta irá enfim começar, pois hoje o passado já se decompõe nas margens do tempo e nada mais faz sentido. Tudo o que um dia eu acreditei ser real simplesmente não é, e todos os vitrais com as imagens reais foram estilhaçados pela tempestade. As linhas retas se tornaram curvas e assim a realidade se distorceu fazendo com que tudo mudasse de uma hora para a outra. Assim eu vi a verdade. Uma verdade nua e crua, algo que ninguém jamais iria acreditar e que me fez perceber o quão infimo é o comportamento da humanidade. As preocupações e noites sem dormir por coisas sem significado, por coisas pequenas, me fez ver o quão idiota e ignorante são as pessoas que por ai vivem.
As lutas se tornaram algo obstante, pois notei que tentava ir contra o que as correntezas tentavam me fazer ver e ouvir. Hoje simplesmente deixo com que o fluxo exato de vida pulse em meu corpo e diga-me o que realmente vale a pena ou não lutar. Tomará que eu não seja o único que possa ver tal mundo... Pois a solidão pode o destruir assim como abriu as portas para que a verdade pudesse entrar.
Um Pequeno Demônio Branco
Da emoção e da loucura, as vezes apenas quero me desfazer e criar alguma outra coisa na qual eu também possa sentir. As nuvens brancas de chuva apontam-me que a tormenta irá enfim começar, pois hoje o passado já se decompõe nas margens do tempo e nada mais faz sentido. Tudo o que um dia eu acreditei ser real simplesmente não é, e todos os vitrais com as imagens reais foram estilhaçados pela tempestade. As linhas retas se tornaram curvas e assim a realidade se distorceu fazendo com que tudo mudasse de uma hora para a outra. Assim eu vi a verdade. Uma verdade nua e crua, algo que ninguém jamais iria acreditar e que me fez perceber o quão infimo é o comportamento da humanidade. As preocupações e noites sem dormir por coisas sem significado, por coisas pequenas, me fez ver o quão idiota e ignorante são as pessoas que por ai vivem.
As lutas se tornaram algo obstante, pois notei que tentava ir contra o que as correntezas tentavam me fazer ver e ouvir. Hoje simplesmente deixo com que o fluxo exato de vida pulse em meu corpo e diga-me o que realmente vale a pena ou não lutar. Tomará que eu não seja o único que possa ver tal mundo... Pois a solidão pode o destruir assim como abriu as portas para que a verdade pudesse entrar.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Das Pétalas Talvez a Mais Bela
A Lótus da Loucura
Eu e Você, mas nunca Nós
Os dois se encontram na noite de outono e frente à frente começam a conversar. Uma conversa que seria a última, que decidiria tudo o que aconteceu e o que acontecerá...
Olá...
Oi!
Lembra de mim?
Como poderia esquecer?
Achei que você esqueceria, já que eu não pude esquecer.
Ah é? E se eu tivesse esquecido?
Faria você lembrar
Se eu não lembrasse?
Estaria mentindo para si mesma
Se eu quisesse apenas brincar com você?
Então não seria mais você, teria mudado
E se tivesse?
Não seria a única que mudou, mas e se ainda assim eu amasse você?
Ainda iria te odiar
As coisas não teriam mudado tanto afinal
... E se eu não tivesse vindo?
E se eu não tivesse chamado?
Se eu ignorasse você?
Teria te procurado
E se você não tivesse coragem?
O destino iria nos unir como já o fez
E se eu não estivesse ao seu alcance?
Você nunca esteve
... Se eu não desse a mínima para o que você diz?
Não teria vindo até aqui.
E se fosse embora?
E se eu não soubesse quase sem querer que você sente, sabe e vê o mesmo que eu?
E se esse dia nunca viesse a acontecer?
E se você não soubesse que ele viria?
E se eu tenha feito você de bobo só para me divertir?
E se você parasse de fingir?
Se você... - interrompida-
Se minha boca calasse a sua?
Eu não iria resistir
Se o vento nos abraçasse?
Voaríamos com os pés no chão.
Se eu não te amasse?
Não te odiaria. Se meu céu fosse coberto pela escuridão?
Seria eu que viria te dizer "Olá"
Se o Sagitário matasse o Leão?
Ele morreria sabendo o que é felicidade
Se eu morresse antes de você me encontrar?
Te procuraria até além dos portões do inferno
E se o vento parasse de soprar?
Minha alma nunca descansaria. E se eu não pertencesse a você?
Não seria a luz
Se eu não fosse a noite?
Qual importância teria o dia?
Se eu não tivesse me apaixonado?
Seriamos amigos
E se fosse ao contrário?
Não teríamos história.
Mas e se não fôssemos tão diferentes?
Não teríamos importância um para o outro
E se tudo for um sonho?
...
Não quero acordar...
Ele abraçou ela forte, trazendo-a junto ao peito e afagando-a com seus braços. Ela suspirou e deixou-se levar, pois de algum modo sabia que suas mentes estavam conectadas, e não só elas como as almas também. Algo no seu interior pulsava forte e dizia que aquela seria a última vez que eles se veriam nessa existência, assim, assustada, ela acordou em sua cama com os lençóis revirados e o corpo suado. Teria mesmo aquilo tudo sido apenas um sonho?
Ao mesmo tempo em um quarto aleatório da cidade, um rapaz também acorda de um sonho louco no qual encontrara o antigo amor e com ela conversara palavras que não tivera coragem de falar. Surpreso e um pouco abalado com o sonho, sentou em sua janela e ficou a observar o céu de nuvens brancas que flutuavam na noite de outono... E sentiu que alguém mais, naquele exato momento também contemplava a luz da lua que reinava na escuridão da noite...
Eu e Você, mas nunca Nós
Os dois se encontram na noite de outono e frente à frente começam a conversar. Uma conversa que seria a última, que decidiria tudo o que aconteceu e o que acontecerá...
Olá...
Oi!
Lembra de mim?
Como poderia esquecer?
Achei que você esqueceria, já que eu não pude esquecer.
Ah é? E se eu tivesse esquecido?
Faria você lembrar
Se eu não lembrasse?
Estaria mentindo para si mesma
Se eu quisesse apenas brincar com você?
Então não seria mais você, teria mudado
E se tivesse?
Não seria a única que mudou, mas e se ainda assim eu amasse você?
Ainda iria te odiar
As coisas não teriam mudado tanto afinal
... E se eu não tivesse vindo?
E se eu não tivesse chamado?
Se eu ignorasse você?
Teria te procurado
E se você não tivesse coragem?
O destino iria nos unir como já o fez
E se eu não estivesse ao seu alcance?
Você nunca esteve
... Se eu não desse a mínima para o que você diz?
Não teria vindo até aqui.
E se fosse embora?
E se eu não soubesse quase sem querer que você sente, sabe e vê o mesmo que eu?
E se esse dia nunca viesse a acontecer?
E se você não soubesse que ele viria?
E se eu tenha feito você de bobo só para me divertir?
E se você parasse de fingir?
Se você... - interrompida-
Se minha boca calasse a sua?
Eu não iria resistir
Se o vento nos abraçasse?
Voaríamos com os pés no chão.
Se eu não te amasse?
Não te odiaria. Se meu céu fosse coberto pela escuridão?
Seria eu que viria te dizer "Olá"
Se o Sagitário matasse o Leão?
Ele morreria sabendo o que é felicidade
Se eu morresse antes de você me encontrar?
Te procuraria até além dos portões do inferno
E se o vento parasse de soprar?
Minha alma nunca descansaria. E se eu não pertencesse a você?
Não seria a luz
Se eu não fosse a noite?
Qual importância teria o dia?
Se eu não tivesse me apaixonado?
Seriamos amigos
E se fosse ao contrário?
Não teríamos história.
Mas e se não fôssemos tão diferentes?
Não teríamos importância um para o outro
E se tudo for um sonho?
...
Não quero acordar...
Ele abraçou ela forte, trazendo-a junto ao peito e afagando-a com seus braços. Ela suspirou e deixou-se levar, pois de algum modo sabia que suas mentes estavam conectadas, e não só elas como as almas também. Algo no seu interior pulsava forte e dizia que aquela seria a última vez que eles se veriam nessa existência, assim, assustada, ela acordou em sua cama com os lençóis revirados e o corpo suado. Teria mesmo aquilo tudo sido apenas um sonho?
Ao mesmo tempo em um quarto aleatório da cidade, um rapaz também acorda de um sonho louco no qual encontrara o antigo amor e com ela conversara palavras que não tivera coragem de falar. Surpreso e um pouco abalado com o sonho, sentou em sua janela e ficou a observar o céu de nuvens brancas que flutuavam na noite de outono... E sentiu que alguém mais, naquele exato momento também contemplava a luz da lua que reinava na escuridão da noite...
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Lótus e suas Pétalas
A Lótus da Loucura
Tragetória Incerta
Talvez um dia você me culpe, pois eu realmente tentei te esquecer. Ah como eu quis isso! Mergulhei na água mais densa que havia e deixei de respirar para ver se aquela água me purificava de alguma maneira. Entretanto a única luz que veio em minha mente foi a do teu sorriso, embora a mão que tenha me puxado tivesse sido outra e os olhos que encontrei fora daquele poço não fossem os seus. Ainda assim me apaixonei por quem me salvou. Me rasguei em dois e fiz com que as sombras do passado voassem pela noite sem comprimisso de tal maneira a simplesmente aceitar o que passou, afinal a sabia sacerdotiza já dizia: "O que está feito, está feito." E assim deixei-me levar pelos novos ventos que batiam em minha janela, ventos que vinham de longe, que atravessavam lagos e rios somente para me acalentar nas frias manhãs de outono.
Na utopia de que exista algum futuro para nós, minha mente inconscientemente delira em seus sonhos e me faz encarar um mundo cruel ao acordar. Toda aquela cor, aquelas sensações e tudo o que o mundo de minha mente criou simplesmente se vai ao abrir os olhos e o tocar do despertador.
Talvez um dia você me perdoe, talvez um dia eu me perdoe. Talvez eu me perca em um sonho e não volte mais para o que se diz ser a realidade, onde os problemas mutanos consomem nós humanos e nos faz perder o poder de pensar. Dos sonhos à loucura pura, é assim que a vida brinca comigo, me testando dia após dia para ver até onde vou ir sem surtar. Sem quebrar tudo, sem simplesmente falar somente a verdade e o que se passa dentro do peito. Ou a vida apenas queira que eu revele ao mundo o meu eu e nada mais. Por isso força e força que eu saia do casulo que a própria alma construiu para se proteger, quando estava lá embaixo d'água procurando as respostas para tudo o que não fazia sentido e explicações para minhas próprias ações. Quando tentava provar para o mundo quem eu realmente era, sendo que não tinha de provar nem a mim mesmo, pois a realidade se contorce com o passar do tempo. Procurei não achar um lugar no qual eu pertencesse e me escondi atrás de minhas próprias mentiras e sorrisos. Subia aos poucos uma montanha ingrime onde no topo estava a o trono do Rei da Solidão... Mas um dia me atirei lá de cima e somente ai consegui crer que realmente estava vivo. Quando descobri que realmente o que me matava aos poucos e corroia meu peito durante todos aqueles anos, era de fato, amor. Incontrolável me enlouqueceu e o remédio eu apenas encontrei no fundo daqueles olhos que não eram os que eu tinha visto em meu passado ou sonho, - já não me lembro mais - mas que confortava e fazia-me acreditar em um futuro incerto no qual descobriria o que é a felicidade. Foi quando você voltou ao meu mundo, como uma visita inesperada, mas dessa vez os ventos não mudaram e pude então perceber que estava pronto para lhe encarar.
Pronto para enfrentar um destino doce no qual pela primeira vez não sei o que vai acontecer...
Tragetória Incerta
Talvez um dia você me culpe, pois eu realmente tentei te esquecer. Ah como eu quis isso! Mergulhei na água mais densa que havia e deixei de respirar para ver se aquela água me purificava de alguma maneira. Entretanto a única luz que veio em minha mente foi a do teu sorriso, embora a mão que tenha me puxado tivesse sido outra e os olhos que encontrei fora daquele poço não fossem os seus. Ainda assim me apaixonei por quem me salvou. Me rasguei em dois e fiz com que as sombras do passado voassem pela noite sem comprimisso de tal maneira a simplesmente aceitar o que passou, afinal a sabia sacerdotiza já dizia: "O que está feito, está feito." E assim deixei-me levar pelos novos ventos que batiam em minha janela, ventos que vinham de longe, que atravessavam lagos e rios somente para me acalentar nas frias manhãs de outono.
Na utopia de que exista algum futuro para nós, minha mente inconscientemente delira em seus sonhos e me faz encarar um mundo cruel ao acordar. Toda aquela cor, aquelas sensações e tudo o que o mundo de minha mente criou simplesmente se vai ao abrir os olhos e o tocar do despertador.
Talvez um dia você me perdoe, talvez um dia eu me perdoe. Talvez eu me perca em um sonho e não volte mais para o que se diz ser a realidade, onde os problemas mutanos consomem nós humanos e nos faz perder o poder de pensar. Dos sonhos à loucura pura, é assim que a vida brinca comigo, me testando dia após dia para ver até onde vou ir sem surtar. Sem quebrar tudo, sem simplesmente falar somente a verdade e o que se passa dentro do peito. Ou a vida apenas queira que eu revele ao mundo o meu eu e nada mais. Por isso força e força que eu saia do casulo que a própria alma construiu para se proteger, quando estava lá embaixo d'água procurando as respostas para tudo o que não fazia sentido e explicações para minhas próprias ações. Quando tentava provar para o mundo quem eu realmente era, sendo que não tinha de provar nem a mim mesmo, pois a realidade se contorce com o passar do tempo. Procurei não achar um lugar no qual eu pertencesse e me escondi atrás de minhas próprias mentiras e sorrisos. Subia aos poucos uma montanha ingrime onde no topo estava a o trono do Rei da Solidão... Mas um dia me atirei lá de cima e somente ai consegui crer que realmente estava vivo. Quando descobri que realmente o que me matava aos poucos e corroia meu peito durante todos aqueles anos, era de fato, amor. Incontrolável me enlouqueceu e o remédio eu apenas encontrei no fundo daqueles olhos que não eram os que eu tinha visto em meu passado ou sonho, - já não me lembro mais - mas que confortava e fazia-me acreditar em um futuro incerto no qual descobriria o que é a felicidade. Foi quando você voltou ao meu mundo, como uma visita inesperada, mas dessa vez os ventos não mudaram e pude então perceber que estava pronto para lhe encarar.
Pronto para enfrentar um destino doce no qual pela primeira vez não sei o que vai acontecer...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Pétalas da Lótus
A Lótus da Loucura
A Garota do Leopardo
parte final
Seu olhar desceu de encontro com sua pata que mergulhava lentavamente no sangue, e estremeceu mais uma vez. Jamais iria correr sob a luz da lua com ela ao seu lado, e das manhãs que acordava com a leveza das patas de sua amada, nada disso teria um amanhã. Para ele nunca mais haveria amanhã, tudo seria uma noite gélida e interminavel, onde a única opção seria acomodar-se das sombras da solidão e tristesa para sempre e sempre. Mas em meio ao seu Desespero Circular, algo quebrou aquela atmosfera tenebrosa, era o toca carinhoso da pata de outro felino que viera até ali para vê-lo. A "leorpada" encostava sua pata levemente sobre a dele e procurava a atenção de seus olhos. A lucidez voltara com aquele toque quente sobre sua pele fria e úmida, e o fez levantar a cabeça de modo a encarar a fêmea em sua frente da mesma maneira que um filhote olha para a mãe em busca de proteção. Ela movimentou a cabeça como se o chamasse e intuitivamente ele retribui caminhando com ela para longe dali, embora que antes de se distanciar tenha olhado uma última vez para trás, para sua amada que ali jazia para todo o sempre. Mas as lágrimas do Rei não poderiam ser expostas dessa maneira e ele as engoliu amargas como nunca mais iria engolir. Sentiu-as rasgarem tudo por onde passaram como se fossem suas próprias garras o golpeando e fechou os olhos para que em sua mente se despedir da Rainha.
O caminho incerto que aquela "leoparda" o levava parecia tão familiar embora nunca tivesse ido tão longe em sua vida. Um lugar onde as estrelas brilhavam mesmo com o amanhecer do dia e a brisa soprava fraca, apenas refrescando o ambiente. Milhões de perguntas bombardeavam sua mente e de repente sem mais aguentar, teve de perguntar "quem é você afinal?". A resposta foi o que mais lhe surpreendeu, pois a doce voz da fêmea lhe disse no mais sereno timbre "Sou a mensageira que lhe mostrará a verdade, apenas confie em mim". Ao terminar a frase virou as costas e continuou a caminhar pelo campo que se abria à sua frente. Depois de muito caminhar, quando o sol já estava alto no céu, finalmente ela parou e indicou com a cabeça uma pequena caverna ao pé da montanha. Sem fraquejar o leão pode sentir o espiríto trepidar e sentiu que a verdade na qual ele inconscientemente sempre buscou estava ao seu alcance. Entrou e correu pela rampa de pedra que levava ao topo da montanha; a "leoparda" o seguia correndo da mesma maneira e conforme eles iam correndo naquela rampa circular a luz do sol ia penetrando pelas imperfeições da rocha e iluminava tudo lá dentro. Sua mente começou a clarear, os pensamentos não eram mais nuvens de dúvidas e flashs de memórias iam surgindo em sua mente como flores no campo. A lucidez ia chegando a cada imagem que aparecia na frente dos seus olhos e o corpo já movia-se sozinho, como se tivesse vontade própria!
Até que chegou ao topo da montanha, o fim da rampa revelara uma paisagem indescritível onde podia-se ver toda a floresta e mais além! Foi quando mesmo que deslumbrado com a visão que tinha, podendo enxergar de cima tudo aquilo que um dia foi seu reino, ele sentiu um toque macio em seu braço e sem pensa pós gentilmente a mão no local no qual tinham o tocado. Assim encontrou a mão da "leoparda", mas percebeu que não era uma pata e sim, de fato, uma mão, uma mão humana. Antes que pudesse se surpreender a doce voz acalmou-lhe os ouvidos "Esses somos nós em vidas antes das nossas, onde o mundo inteiro era nosso reino e governavamos tudo daqui. Da nossa queriada Avalon... Consegues te lembrar?". Sem ao menos pensar e sendo surpreendido por si mesmo ele respondeu: "Sim, lembro de nós, desse mar brilhante e de toda a vida que aflora pelos campos quando as fogueiras são acesas. Como poderia simplesmente esquecer de quem realmente sou e de onde é meu lar... Como esquecer de você...".
Quando a noite começara a cair sob a floresta, os felinos desceram da montanha e sairam da caverna. O Rei estava de volta, estava renovado e agora sabia de toda a verdade que havia no mundo. Nada poderia deter o desejo da realeza em voltar para sua terra, seu lar. Embora ele soubesse que não iria conseguir levá-la junto de si, tinha a certeza e a determinação de voltar para buscá-la. E assim o sonho nasceu mais uma vez, uma outra vez. Da morte onde seu animal não conseguiu viver até onde sua alma pode correr... Assim vive o Rei de Avalon, que hoje perece entre as Pétalas da Lótus...
A Garota do Leopardo
parte final
Seu olhar desceu de encontro com sua pata que mergulhava lentavamente no sangue, e estremeceu mais uma vez. Jamais iria correr sob a luz da lua com ela ao seu lado, e das manhãs que acordava com a leveza das patas de sua amada, nada disso teria um amanhã. Para ele nunca mais haveria amanhã, tudo seria uma noite gélida e interminavel, onde a única opção seria acomodar-se das sombras da solidão e tristesa para sempre e sempre. Mas em meio ao seu Desespero Circular, algo quebrou aquela atmosfera tenebrosa, era o toca carinhoso da pata de outro felino que viera até ali para vê-lo. A "leorpada" encostava sua pata levemente sobre a dele e procurava a atenção de seus olhos. A lucidez voltara com aquele toque quente sobre sua pele fria e úmida, e o fez levantar a cabeça de modo a encarar a fêmea em sua frente da mesma maneira que um filhote olha para a mãe em busca de proteção. Ela movimentou a cabeça como se o chamasse e intuitivamente ele retribui caminhando com ela para longe dali, embora que antes de se distanciar tenha olhado uma última vez para trás, para sua amada que ali jazia para todo o sempre. Mas as lágrimas do Rei não poderiam ser expostas dessa maneira e ele as engoliu amargas como nunca mais iria engolir. Sentiu-as rasgarem tudo por onde passaram como se fossem suas próprias garras o golpeando e fechou os olhos para que em sua mente se despedir da Rainha.
O caminho incerto que aquela "leoparda" o levava parecia tão familiar embora nunca tivesse ido tão longe em sua vida. Um lugar onde as estrelas brilhavam mesmo com o amanhecer do dia e a brisa soprava fraca, apenas refrescando o ambiente. Milhões de perguntas bombardeavam sua mente e de repente sem mais aguentar, teve de perguntar "quem é você afinal?". A resposta foi o que mais lhe surpreendeu, pois a doce voz da fêmea lhe disse no mais sereno timbre "Sou a mensageira que lhe mostrará a verdade, apenas confie em mim". Ao terminar a frase virou as costas e continuou a caminhar pelo campo que se abria à sua frente. Depois de muito caminhar, quando o sol já estava alto no céu, finalmente ela parou e indicou com a cabeça uma pequena caverna ao pé da montanha. Sem fraquejar o leão pode sentir o espiríto trepidar e sentiu que a verdade na qual ele inconscientemente sempre buscou estava ao seu alcance. Entrou e correu pela rampa de pedra que levava ao topo da montanha; a "leoparda" o seguia correndo da mesma maneira e conforme eles iam correndo naquela rampa circular a luz do sol ia penetrando pelas imperfeições da rocha e iluminava tudo lá dentro. Sua mente começou a clarear, os pensamentos não eram mais nuvens de dúvidas e flashs de memórias iam surgindo em sua mente como flores no campo. A lucidez ia chegando a cada imagem que aparecia na frente dos seus olhos e o corpo já movia-se sozinho, como se tivesse vontade própria!
Até que chegou ao topo da montanha, o fim da rampa revelara uma paisagem indescritível onde podia-se ver toda a floresta e mais além! Foi quando mesmo que deslumbrado com a visão que tinha, podendo enxergar de cima tudo aquilo que um dia foi seu reino, ele sentiu um toque macio em seu braço e sem pensa pós gentilmente a mão no local no qual tinham o tocado. Assim encontrou a mão da "leoparda", mas percebeu que não era uma pata e sim, de fato, uma mão, uma mão humana. Antes que pudesse se surpreender a doce voz acalmou-lhe os ouvidos "Esses somos nós em vidas antes das nossas, onde o mundo inteiro era nosso reino e governavamos tudo daqui. Da nossa queriada Avalon... Consegues te lembrar?". Sem ao menos pensar e sendo surpreendido por si mesmo ele respondeu: "Sim, lembro de nós, desse mar brilhante e de toda a vida que aflora pelos campos quando as fogueiras são acesas. Como poderia simplesmente esquecer de quem realmente sou e de onde é meu lar... Como esquecer de você...".
Quando a noite começara a cair sob a floresta, os felinos desceram da montanha e sairam da caverna. O Rei estava de volta, estava renovado e agora sabia de toda a verdade que havia no mundo. Nada poderia deter o desejo da realeza em voltar para sua terra, seu lar. Embora ele soubesse que não iria conseguir levá-la junto de si, tinha a certeza e a determinação de voltar para buscá-la. E assim o sonho nasceu mais uma vez, uma outra vez. Da morte onde seu animal não conseguiu viver até onde sua alma pode correr... Assim vive o Rei de Avalon, que hoje perece entre as Pétalas da Lótus...
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