A Lótus da Loucura
Tragetória Incerta
Talvez um dia você me culpe, pois eu realmente tentei te esquecer. Ah como eu quis isso! Mergulhei na água mais densa que havia e deixei de respirar para ver se aquela água me purificava de alguma maneira. Entretanto a única luz que veio em minha mente foi a do teu sorriso, embora a mão que tenha me puxado tivesse sido outra e os olhos que encontrei fora daquele poço não fossem os seus. Ainda assim me apaixonei por quem me salvou. Me rasguei em dois e fiz com que as sombras do passado voassem pela noite sem comprimisso de tal maneira a simplesmente aceitar o que passou, afinal a sabia sacerdotiza já dizia: "O que está feito, está feito." E assim deixei-me levar pelos novos ventos que batiam em minha janela, ventos que vinham de longe, que atravessavam lagos e rios somente para me acalentar nas frias manhãs de outono.
Na utopia de que exista algum futuro para nós, minha mente inconscientemente delira em seus sonhos e me faz encarar um mundo cruel ao acordar. Toda aquela cor, aquelas sensações e tudo o que o mundo de minha mente criou simplesmente se vai ao abrir os olhos e o tocar do despertador.
Talvez um dia você me perdoe, talvez um dia eu me perdoe. Talvez eu me perca em um sonho e não volte mais para o que se diz ser a realidade, onde os problemas mutanos consomem nós humanos e nos faz perder o poder de pensar. Dos sonhos à loucura pura, é assim que a vida brinca comigo, me testando dia após dia para ver até onde vou ir sem surtar. Sem quebrar tudo, sem simplesmente falar somente a verdade e o que se passa dentro do peito. Ou a vida apenas queira que eu revele ao mundo o meu eu e nada mais. Por isso força e força que eu saia do casulo que a própria alma construiu para se proteger, quando estava lá embaixo d'água procurando as respostas para tudo o que não fazia sentido e explicações para minhas próprias ações. Quando tentava provar para o mundo quem eu realmente era, sendo que não tinha de provar nem a mim mesmo, pois a realidade se contorce com o passar do tempo. Procurei não achar um lugar no qual eu pertencesse e me escondi atrás de minhas próprias mentiras e sorrisos. Subia aos poucos uma montanha ingrime onde no topo estava a o trono do Rei da Solidão... Mas um dia me atirei lá de cima e somente ai consegui crer que realmente estava vivo. Quando descobri que realmente o que me matava aos poucos e corroia meu peito durante todos aqueles anos, era de fato, amor. Incontrolável me enlouqueceu e o remédio eu apenas encontrei no fundo daqueles olhos que não eram os que eu tinha visto em meu passado ou sonho, - já não me lembro mais - mas que confortava e fazia-me acreditar em um futuro incerto no qual descobriria o que é a felicidade. Foi quando você voltou ao meu mundo, como uma visita inesperada, mas dessa vez os ventos não mudaram e pude então perceber que estava pronto para lhe encarar.
Pronto para enfrentar um destino doce no qual pela primeira vez não sei o que vai acontecer...
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