segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pétalas Doces

Lótus da Loucura

O Doce da Loucura

As copas balançam com o vento lá fora, enquanto aqui dentro o tempo passa rápido demais para que eu possa realmente me lembrar a quanto tempo já vivo. As luzes lá fora se desfocam dos meus olhos cansados que só querem descansar, como naquelas vezes em que na infância eu pedia pra dormir um pouco mais, apenas um pouco mais. O sol vai raiando lá fora e seus primeiros raios pintam o céu de vermelho, fazendo-me lembrar você. Não só você, mas todos os "vocês". Afinal, foi assim que aprendi o que de fato era a solidão. Foi preciso descobrir a luz para temer a escuridão, ou para amá-la ainda mais. Aos poucos as luzes da cidade vão se acendendo a tudo vai ficando mais claro em minha mente, como se pudesse acompanhar o ritmo da Terra. Gosto tanto deste momento do nascer do sol, sentir a vida se virando apenas para receber seu astro que chega para mais um dia, que gostaria que esse momento durasse para sempre. É uma energia estranha que o alvorecer emana, limpa minha mente e me faz sentir mais leve, mais vivo.
É da janela que vejo isso sempre. Seja da janela de meu quarto, da janela do carro, do avião ou o lugar que for, será de alguma janela. Um amor distante por algo que de fato talvez não exista, alguém que nunca viveu, alguém que nunca conheci, um alguém que nasceu em minha mente. A saudade estranha se reflete no início e no fim do dia, quando o Sol vem e o Sol se vai. A manhã limpa e clareia minha mente, mostra-me coisas que antes meus olhos não viam de tão poluídos eles estavam, e quando chega a noite uma parte de mim se vai junto com a luz e a reflexão sobre tudo de novo que os olhos viram durante o dia vem átona. E daí toda minhas confusões, sentimentos e devaneios. Pouco a pouco vou me viciando nesse gosto doce que mais faz querer mais e mais dessa fruta que se chama loucura. Me alimenta dia a dia quando o Sol se põe, e é no poente que virá a luz da lua revelando a verdade sobre nós... Todos os nós que um dia existiram, em minha mente ou fora. Um dia todos ão de ver, aquilo que eu uma vez quis mostrar, este dia vai de chegar!

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