Frio Circular
Era uma fria tarde de fevereiro, o vento soprava suavemente, mas muito gelado e penetrante. O garoto estava sentado na janela de seu quarto esperando que algo o salvasse do tédio que o tomara. Era verão não tinha o que fazer, ele estava em casa e todos seus amigos tinham ido viajar. Era ele e só ele com ele mesmo. Algo tremendamente monótono, mas o garoto estava bem. Sentado na janela com o pensamento no longe, não ligara para o que estava há acontecer no mundo, para ele o mundo tivera parado de girar no momento em que ele a conheceu. Não sabia o que tivera ocorrido aquele dia, ela era só mais um garota, uma desconhecida que aparecera na vida dele, nunca poderia imaginar um dia chorar por ela ou até amá-la... Hoje, aquilo estava a flor da pele, penetrando em suas entranhas, invadindo sua mente e deixando o mais louco que o normal. O vento tentava acalmá-lo e confortá-lo. A chuva caia lentamente e o cenário cinza dava o toque final para que o dia se transformasse em uma melancolia só. A música de fundo dizia, "E eu desenho só, o que a chuva apagou..." Músicas tristes para momentos tristes, o conjuntinho perfeito para que ele acompanhe o Senhor dos Céus em seu choro.
O garoto olha para o céu e seu pensamento vai além da imaginação, para um lugar aonde ela o espera. Um lugar que o vento sopra dando lhes a sensação de liberdade, o barulho das árvores faz o ambiente ser aconchegante e num abraço apertado ele diz o que sente, as lágrimas geladas escorrem por seu rosto. A garota o abraça forte, e diz algo em seu ouvido. O garoto a solta, ela passa a mão em seu rosto limpando as lágrimas. Neste momento o vento sopra mais forte fazendo com que folhas secas voem, assim enfeitando o cenário que tem o pôr-do-sol como fundo.
Com o latido forte de um cachorro ele acorda, estava cochilando na janela. Sim, tudo aquilo era um simples sonho, o garoto põe a cabeça entre as pernas e suas lágrimas geladas caem de seus olhos direto para o telhado, se misturando com a chuva. Suas doces lágrimas agora estão misturadas com as lágrimas de Deus, os dois choram juntos, e é com um sorriso no rosto que o garoto olha para o céu, que lança à Terra um raio solar alegrando o dia melancólico. Era o olho do céu que estava à vista, em sua volta estavam as nuvens negras da chuva e o vento bruto soprava fortemente as lágrimas que desciam os céus. Mesmo com um cenário destes o garoto sente algo quente brotando de seu peito, era como se o coração estivesse incandescente, aquilo fervia dentro dele. O sangue começou a parecer fogo ao passar em suas artérias, o corpo gelado e molhado pela chuva se aquecia com algo que não tinha explicação. Era o que ele buscara por tanto tempo, finalmente encontrado, estava ao seu alcance mesmo estando tão longe.
A chuva parou e as nuvens se deceparam, e o garoto pulou para dentro de seu quarto. Olhou para a janela, sorriu novamente e disse. "Pode ter certeza Deus, que desta vez eu farei o que for preciso para alcançar a felicidade! É chegada a minha hora!".
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