terça-feira, 23 de março de 2010

O Cosmos II

Some times neither the stars know what they do...

Anda lentamente para um lugar no qual não se sabe se existe ou se faz parte da imaginação da humanidade que cresceu em cima de crenças e mais crenças. Os fundamentos do que acreditar ou não se perdem na mente se começarmos a pensar de mais e as coisas vão ficando cada vez mais complexas que é melhor nem imaginar para que a cabeça não entre em parafuso. Mas ainda assim, aquele evento moveu os pilares da sorte e fez com que algo mudasse ali naquela noite, pois não havia mais sonhos quando ele dormia e as vezes não conseguia ouvir o que as pessoas falavam, o som simplesmente sumia e logo depois reaparecia... Os dias se passavam longos e exaustantes, como se o verão tivesse chegado novamente, mesmo que ele tenha terminado à pouco, pois o vento quente e desgastante soprava dia após dia como se até mesmo ele estivesse entediado. E em contraponto as noites passavam cada vez mais rápido, mesmo que não conseguisse se lembrar de nada depois que seus olhos se fechavam, quando ele abria a janela pela manhã conseguia sentir entrando pelo seu nariz e fazendo com que os pulmões inflassem um cheiro conhecido que ele não iria esquecer nunca, o cheiro do ar cosmico que sentiu naquele devaneio daquela noite. Será que aquilo tudo tivera sido real? Essa era a pergunta que constantemente martelava em sua cabeça que ficava pesada só de pensar nesse assunto, e o pior é que não tinha coragem de contar para alguém já que ninguém jamais iria acreditar que uma fenda do universo abriu-se em sua frente, no meio de seu quarto...
Sua memória já não era como antigamente que conseguia lembrar-se de tudo e todos, hoje ele já possuia certa dificuldade de lembrar de certas coisas que aconteceram ou que fez. Parecia um velho com um corpo jovem. Sentia-se mais cansado do que meses atrás e nem tivera aumentado suas atividades diárias, para ele tudo isso era consequencia daquela noite... Algo lhe dizia isso, e essa mesma coisa fazia com que ele quisesse voltar à ver aquela fenda do espaço mais uma vez, porque ali estaria as respostas, ou melhor, a cura para o que lhe aflingia todos os dias depois daquele encontro.
Uma certa noite em que estava solitário em seu quarto apenas ouvindo as músicas aleatórias de seu computador, teve por instinto querer ver a lua e abriu a janela em um subto movimento. Lá estavam a lua e suas estrelas, lindas e brilhantes como diamentes brutos no teto de uma caverna virgem. Pode sentir no rosto o sereno que caia do céu em uma noite limpa e praticamente sem nuvens, aquilo praticamente o hipnotizou e fez com que entrasse em um estado de quase meditação. Sentia-se tão puro respirando o ar que entrava por sua janela que por um momento pensou que iria voar para longe junto com o vento, mas então seus pés se firmaram no chão quando a música repentinamente parou. E com um calafrio ele virou para dentro de seu quarto, e viu, sim ele viu! Mais uma vez ele viu!! Estava ali em sua frente mais uma vez, bem onde a luz da lua penetrava em seu quarto. Não tinha como negar que era real, não podia dizer que não e também não havia como ele estar dormindo! A fenda que aquele dia tivera se aberto estava ali novamente, e seu coração batia forte e rápido como se estivesse prestes a pular do peito de tão afoito que se encontrava. Mas quando pensou em movimentar-se, um braço saiu da fenda, como assim já tivera acontecido, e antes que conseguisse-o tocar a luz da lua iluminou o peito dele fazendo-o sentir um intenso calor como se a lua o estivesse abraçando. Com isso não conseguiu não se entregar a leveza que aquela luz lhe proporcionava e deixou-se levar. Aos poucos seu corpo tomava a cor do universo e ele ia perdendo a noção do real e do sonho, pois a mente já estava em exastasse total que não tinha mais noção de absolutamente nada. Foi ai que aquela mão tocou na sua, e com um movimento forte o levou para dentro do cosmos que ali estava, sem reação seu corpo apenas aceitou o movimento e entrou para o que ele achava ser o universo em si. Então uma nuvem branca se pos na frente da lua e cegou o seu olhar que caia para dentro do quarto daquele jovem, com isso a fenda espacial simplesmente se reduziu e sumiu no espaço-tempo, bem ali dentro de seu quarto...
Para onde ele foi não sei, mas posso dizer que algum dia ele irá voltar lá de onde está...


[CONTINUA...]

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