sábado, 6 de março de 2010

O que o tempo ainda não disse

Encontro com a Verdade

Os olhos não se abrem, mas você acorda de novo como se tivesse nascido agora e a claridade do mundo machucasse profundamente seus olhos ingênuos. E diante de você agora está a verdade em forma física que se mostra real e material, não há mais como fugir, correr ou ir para algum lugar no meio das cavernas da mentira. Ainda tonto como se o mundo todo rodasse ao seu redor e o som das almas ecoasse em seus ouvidos, seus olhos mal e mal conseguem enxergar algo além do cenário embaçado que se apresenta nesse lugar estranho. Não sabe o que é real e o que você mesmo inventa por causa das alucinações da mente pobre de consciência, tudo é tão estranho nesse mundo que parece ser o mesmo que já conhecia, mas que antes era tão belo e misterioso hoje parece simples e tedioso, como se uma grande memória tivesse acordado no interior do ser. Como se fosse um outro alguém, um alguém que já viveu eras e eras e sabe de tudo um pouco sobre o mundo que existe, talvez até por isso que é tão tedioso estar ali agora. Depois de tanto viver, de tanto ver e ouvir, e até saber, mais uma vez teria de voltar para o mundo que o rejeitou e fez com que suas lembranças fossem todas deixadas para trás.
Seus olhos começam a se acostumar com a luminosidade que ali impera, e aos poucos vê o rosto da verdade que se pôs em sua frente há alguns minutos atrás. Mas mesmo podendo enxerga-lá as palavras que saem do que talvez seja sua boca não lhe dizem nada, como se elas não tivessem nem sido proferidas. Estranho. Entretanto de alguma maneira ele sabe que a criatura em sua frente é real e não existe um ser como esse, algo que não se revelaria para qualquer um. Então ao tentar o contato com a verdade, para que quem sabe talvez possa obter as respostas que sempre quis mesmo tento vivido tanto tempo dentre os humanos, percebeu que mesmo que tentasse falar suas palavras são conseguiam sair de sua boca, e de repente a verdade levantou seu braço como se quisesse que ele não se esforçasse mais, pois seria tudo em vão. Então inesperadamente sua visão embasou novamente e uma imagem apareceu em sua frente, e a principio não teve ideia de quem era aquela pessoa que a verdade lhe apresentara. E em um súbito movimento do ser da verdade como se fosse um aceno, viu-se o mundo escurecer ao seu redor, como se o seu eu que tivera acordado voltasse a dormir, e vendo a verdade lhe dar adeus, ele simplesmente apagou, voltando para o mundo de onde viera. Se foi um sonho, um delírio, um pensamento, ou qualquer coisa assim, isso ele não pode dizer quando deu por si em seu mundo e apenas uma lembrança do que vivera a minutos atrás restava-lhe na memória, mas uma imagem lhe era clara em sua mente, aquele rosto que a própria verdade tivera o revelado, e nos poucos que lembrava daquela experiencia estranha ele começou a lembrar das palavras que o ser lhe dissera, mesmo que tivessem sido poucas e a lembrança fosse somente do som da voz e não das palavras em si, uma delas soava claro o suficiente para se lembrar. Essa palavra era: Alkazam.

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