Folha 2,
Rascunho de um Retrato
"Em um tempo em que as coisas não eram como você as conhece hoje, quando ainda vivia-se nas florestas do velho continente, nesse tempo nasceu um homem, alguém que viria a se tornar uma lenda de seu tempo... Nasceu Lucadin. E nasceu como um herói deve nascer, da mais profunda tristesa que pode haver nesse mundo, pois o recem-nascido Lucadin só pode olhar para sua mãe uma única vez, antes dela perder as forças e deixá-lo no mundo. Mas ele não estaria sozinho, seu pai está vivo, pensariam os mais leigos, entretanto com as tribos atacando constantemente o pequeno vilarejo dele, seu pai se foi para nunca mais voltar daquela batalha. Então o jovem Lucadin estava realmente sozinho, e acabou sendo criado pela vida que o rodeava sem ter um lugar para o qual voltar. Uma infância um pouco difícil eu diria, mas nem assim nosso protagonista desanimou ou se desenvolveu como um garoto problemático, muito pelo contrario até! Sempre teve o sorriso no rosto e respeito pelo próximo o que se retornou sua marca sua tribo. Lucadin era um exemplo de criança a ser seguido, pois sempre pareceu ter mais idade do que realmente tinha, uma vez que sua conversa refinada e o habito de ouvir as pessoas era muito desenvolvido. Talvez até por ter de se virar sozinho desde sempre, mas isso trouxe para ele alguns aspectos um pouco ruins, como a solidão de seus mundo e a incerteza de ter seus amigos, era difícil para ele conseguir expressar tais sentimentos que guardava em seu peito. Mas era assim que era o Lucadin que conheci. Um sujeito alegre, com um coração enorme, inteligente e perceptivo como ninguém! E um mestre na caça! Habilidades raras hoje em dia, afinal, ou você caça ou você pensa, e Lucadin conseguia fazer magestrosamente ambas coisas o que me deixava estupefada. Grande homem aquele Lucadin.
Mas nunca mais ouvi falar dele desde que foi embora daqui de Lovena, suas histórias certamente ecoaram nos anos que passarem e seu nome sempre será reverenciado por sua nobreza. Alias, não conheci Lucadin desde a infancia não! Só sei o que ele me confessou uma vez, quando contava uma de suas histórias, afinal como tinha histórias aquele rapaz. Até hoje não sei se o que ele contava vinha de sua imaginação ou eram histórias reais mesmo. Me pareciam tão... Mágicas... Enfim, não sei, mas gosto de acreditar que eram reais, porque não consigo pensar que ele tenha mentido para todos nós! Não sei bem de onde Lucadin veio, porque veio e como veio, mas minha mãe sempre o tratou bem, assim como meu pai, então não vejo motivos para perguntar coisas que talvez seja melhor eu não saber. E também de nada me importa, pois isso nada mudaria! Ele será para mim sempre como um tio distante, no qual sempre poderei ajudar e contar com sua ajuda, foi o que ele me disse. E mesmo sabendo que ele era diferente de nós, eu acreditei. Era uma criança ainda e jamais me esqueceria daquela cena quando ele partiu e me disse tais palavras, minha mãe chorou e meu pai lhe entregou sua espada. Entretanto foi uma partida discreta para o restante do, por assim dizer, reino. Nada oficial, Lucadin não queria grandes manifestações ou uma choradeira em massa, ele apenas 'tinha' de ir, e disse para nós que se pudesse realmente ficaria! Entretanto algo lhe mostrou que seu lugar não era ali e precisava partir para continuar sua viagem, mas prometeu voltar! Ainda espero pelo dia em que o verei caminhando em nossa direção... Grande pequeno Lucadin... "
Lilum Ikel Warfild
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